Seguro não faz promessas, mas diz que assume compromissos, oitenta no total. Deu agora 15 a conhecer, não fosse a publicitação simultânea de todos causar forte indigestão.
Um compromisso é não aumentar a carga fiscal. Creio tratar-se do cúmulo da hipocrisia. É que, se o Partido Socialista sempre verberou veementemente o colossal aumento de impostos levado a cabo pelo actual governo, considerando-o injustificado e até um "roubo", agora assume o "roubo" por inteiro, já que foi feito, feito fica, não se restitui, não se mexe. E o que era injustificado justificado se torna, agora que Seguro pensa ir gerir o despojo.
Compromisso pitoresco, para não chamar vergonhoso, é também aquele em que assume acabar com a TSU dos pensionistas. Isto é, assume acabar com um nada, pelo simples facto de tal figura nem sequer existir. Repare-se que Seguro não diz acabar com a Contribuição Extraordinária de Solidariedade ou, na versão futura, Contribuição de Sustentabilidade das Pensões, que tanto criticou e até achava, e bem, inconstitucional. Mas, num passe digno de filibusteiro, Seguro assume acabar com o que não existe, mantendo uma CES que existe e tanto criticou.
Enfim, um seguro para incautos. Tóxico, altamente tóxico e com prémio elevado.
3 comentários:
Caro Pinho Cardão, depois desta crise, talvez a reforma mais urgente fosse a da preparaçáo de um novo dicionário de siglas, de conceitos, de equivalências verbais...a novilíngua veio para ficar e instalou-se confortavelmente em todos os discursos europeus, pelo menos nos europeus, embora tendam à globalização.
Seguramente um tiro no pé, de tão mau.
esta grotesca forma de fazer politica vai acabar por levar a abstenção a niveis que vão envergonhar o mais camuflado hipocrita. 63% e ainda não sentem vergonha do faz de conta "democratico"?
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