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terça-feira, 10 de maio de 2011

A arte de perder tempo ou a manipulação da justiça

O DCIAP decidiu abrir um inquérito contra as agências de "rating" Moody's, Standard & Poor's e Fitch, na sequência de queixa apresentada por quatro economistas capitaneados pelo Prof. Doutor José Reis, ilustríssimo Director da Faculdade de Economia de Coimbra. Razão da queixa, aceite pelo DCIAP: manipulação de mercado.
Pois então foi devido à manipulação do mercado que o governo fez os maiores défices de sempre, que a dívida pública cresceu em exponencial e atingiu os 100% do PIB, que os juros da dívida são pagos com novos financiamentos, que a carga fiscal, bem superior à média europeia, ajudou a deprimir a economia. Os gastos nas PPPs foram manipulação do mercado. A própria Troika foi uma maquinação das agências e do mercado para reconhecer a situação caótica das nossas finanças públicas.
Só José Reis e o DCIAP não foram manipulados.
Ao primeiro, ainda lhe pagamos, como funcionário, para perder tempo e exibir-se com fantochadas destas; quanto ao Ministério Público, ficamos a saber onde perde tempo e a razão por que a grande criminalidade avança.

7 comentários:

AF disse...

Este inquérito é uma palhaçada, não há outra classificação possível.

Isso não quer dizer que as "agências" operem correctamente. Eu ia dizer dentro da legalidade, mas como estas coisas são complicadas...

Eu acho que esse facto é daquelas coisas, "everybody knows". Dar ratings AAA a "pacotes" cheios de hipotecas manhosas ... para depois no momento oportuno os baixar pra lixo ... etc etc ... reguladores com interesse no jogo, é o que dá. Este tipo de jogadas já as conhecemos de há anos. As novas jogadas, ainda não lhes conhecemos bem os contornos, mas hão-de ser do mesmo calibre.

Eduardo Freitas disse...

O ridículo mata. Até U(u)niversidades.

Tavares Moreira disse...

Trata-se de uma enorme palhaçada, caro Pinho Cardão, mas admito que não só, há aqui uma intenção política clara na medida em que este tema, que nem notícia mereceria ser, vem agora mesmo ao de cima...
E ainda esta manhã testemunhei, com espanto (que já só pode ser)relativo, uma jornalista do inefável expresso, perorando na SIC Notícias em favor desta louvável iniciativa...
Esta gente está desmiolada a um ponto que a recuperação não se afigura possível, vamos mesmo pelo cano do esgoto abaixo...

Anónimo disse...

Palhaçada, palhaçada não sei, mas que é uma perda de tempo e de recursos, sem dúvida.

Obviamente que essas Agências desempenharam um papel muito importante na nossa situação, mas os responsáveis somos sempre nós. Além disso, não é com inquéritozinhos que se deita uma Agência daquelas abaixo.

Para se deitar uma coisa daquelas abaixo é preciso ter várias coisas: Recursos (que nós não temos); Inteligência sórdida e perversa (que nem todos têm) e uma vontade doida em aniquilar algo ou alguém (à laia de fundamentalismo). É preciso também conhecer muito bem o trabalho deles e especialmente o trabalho dos indíviduos que trabalham nessas instituições. A partir daí podem construir-se "N" cenários. Agora, inquéritos não têm grande utilidade.

Tonibler disse...

1. Espero que, feita a investigação a cargo de tão prestigiada instituição como é o ministério público, as custas fiquem a cargo dos queixosos, como os factos apurados até agora tudo indicam. E para o que ganham não deve ser nada pouco...

2. Da investigação que vão fazer, de onde deve sair - com algum esforço e olho treinado, admito - a evidência de que as contas públicas não coincidiam, nem de perto, com aquilo que os ministros diziam pode ser que o ministério público se lembre que a imunidade é para os deputados, não é para os ministros. Mas, claro, a falta de especialistas em somas e subtracções pode prejudicar de alguma forma esta possibilidade,

Joao Jardine disse...

Caro Pinho Cardão
A S&P respirou de alívio assim que soube que o MP português tinha aceite a queixa.
Tendo em conta a capacidade evidenciada por essa instituição nos últimos 15 anos, espera-se que, na próxima recessão média (isto é, daqui a 20 anos) a queixa esteja pronta para ser presente ao juiz para ser deduzida acusação.
Espero que a S&P considere o foro português como competente e prevalente de todos os outros foros judiciais.
Aguardará, a S&P, com desvelo, angústia uma pontinha de nervosismo o resultado do empenho, próactividade e rapidez, marcas indeléveis do nosso MP.
Os netos de uns e os bisnetos de outros assistirão ao terminar das investigações
Cumprimentos
João

Anónimo disse...

Pois para mim este gesto só é grave não porque confirma que há gente que não tem consciência do ridículo - isso é lá com ela e só a ela prejudica - mas porque o desfecho destes inquéritos contribui para mais descredibilização da Justiça e das suas instituições.