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terça-feira, 10 de maio de 2011

Redução da TSU, um ganho dos portugueses

A proposta do PSD de redução da Taxa Social Única paga pelas empresas, compensada com alterações no IVA, levou o Partido Socialista a perder mais uma vez a cabeça e a fazer política de terra queimada.
Todavia, trata-se de uma excelente proposta, pois é talvez a única maneira de introduzir, de forma instantânea, competitividade nas empresas, através da diminuição dos seus custos de produção. Com essa medida, ganham as empresas, ganha o país e ganham as Finanças Públicas. O que significa que ganham os portugueses.
Ganham as empresas em geral, cujos produtos passam a melhor poder competir internamente, por razão de preço, com os produtos importados. Ganham as empresas exportadoras que conseguem um ganho de competitividade no exterior.
Ganha o país, com o aumento da actividade económica, com a melhoria do défice da balança de pagamentos (aumento das exportações, diminuição das importações), com o emprego que vai gerar.
Ganham ainda as Finanças Públicas, pois a diminuição do desemprego traz um correspondente decréscimo das prestações sociais.
Claro, que se verificará um acréscimo do IVA ( ou de outros impostos sobre o consumo), generalizado ou em alguns produtos, consoante a medida se aplique a todas as empresas ou selectivamente, por exemplo tendo em conta a sua contribuição para as exportações. Haverá que assumi-lo com clareza. O custo é bem compensado pelo benefício. Não esquecendo também que, aumentando a actividade económica e o empreg, tende a aumentar o salário, o que vem a compensar, para muitos, a perda de poder de compra pelo acréscimo da tributação sofrida.
O mal que o PS vem dizendo sobre a proposta do PSD mais não é do que persistir no erro daquelas políticas nefastas que nos conduziram ao bonito estado em que nos encontramos.

18 comentários:

Suzana Toscano disse...

Ó Pinho Cardão, é porque essa não estava no PEC IV!

António Transtagano disse...

Dr. Pinho Cardão

Mas é na cerveja, no vinho ou na coca-cola?

Tonibler disse...

A questão do IVA nem deveria ter sido levantada, até porque é irrelevante para o assunto.

A TSU paga pelas empresas é um imposto que as empresas pagam por dar emprego e que estas fazem incidir nos custos alocados a cada contratação. Seja porque prisma for, tenha ela o montante que tiver, é uma estupidez económica. A ela se devem os recibos verdes, boa parte do desemprego e a falta de competitividade do trabalho por isso não entendo porque razão se tem que substituir um mal, a TSU das empresas, por outro, o aumento do IVA.

É por estas que se diz "são iguais..."

Anónimo disse...

Bom, ia eu a escrever que é pena que estas medidas não sejam fundamentadas com a clareza deste post. Mas não é melhor nada escrever...

Anthrax disse...

Desculpe lá Dr. PC mas, estou com o camarada Tóni nesta.

Numa óptica popular, vale mais estar desempregado, receber subsídio de desemprego e poder pagar as contas, do que estar empregado, receber uma ninharia, ter de pagar os custos de se estar empregado e não conseguir pagar as contas no final do mês principalmente à pala do aumento do IVA. Então se levarem adiante aquela ideia peregrina de aumentar o IVA da electricidade, aí é que vai ser lindo! Começa tudo a jantar à luz das velas que é muito mais romântico... de qualquer forma terá de ser um romantismo doseado com alguma parcimónia, não vão aparecer mais bocas para alimentar.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Dr. Pinho Cardão
A redução dos custos do trabalho é fundamental para imprimir competitividade externa à nossa economia. Evidentemente que toda a cadeia de valor que alimenta a actividade exportadora beneficiará e haverá, portanto, um impacto global positivo em termos de PIB, estimado em 1% do PIB.
Seria importante que o PSD apresenta-se a estimativa que fez em relação justamente aos efeitos em termos de PIB, criação de emprego e redução do desemprego e, muito importante, em relação ao duplo efeito positivo para as contas públicas do aumento da receita por via das contribuições para a segurança social induzido pela criação de emprego e da diminuição da despesa por via da redução do subsídio de desemprego, gerando-se portanto um ciclo virtuoso, com algum desfasamento temporal é certo, mas que é fundamental para relançar a economia.
Qual é a alternativa a esta estratégia? Reduzir salários? Desta solução ninguém quer falar. Mas então qual é? É que no memorando de entendimento da Troika está escrito que é preciso diminuir os custos do trabalho para as empresas, de modo a promover o crescimento e a competitividade da economia nacional.

Tonibler disse...

Acrescentando outra pergunta a estas da cara Margarida, qual é o problema de pedir dinheiro emprestado aos portugueses (à SS) se estamos a pedir aos alemães?

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Tonibler
E acrescento que seria pago com um custo final bem mais baixo.

Anthrax disse...

Porque é que não se quer falar de reduzir salários? Parece-me uma boa forma de introduzir outras formas de trabalhar. Agora, têm é de estar consciêntes que essa proposta terá de trazer benefícios para todos e assumir as consequências que daí advenham.

Eu não tenho qualquer problema em discutir uma redução de salário desde que associada à proposta venha uma redução do horário de trabalho. A partir daí é como os parques de estacionamento, paga-se à fracção. Eu não me importava nada de ter mais tempo para me dedicar aos meus trabalhos de freelance, ganhava mais, continuava a não ser tributada e nem sequer preciso de transferir fundos para a minha conta bancária porque me deram um cartão que funciona como um cartão multibanco normal.

AF disse...

Contra a corrente, e citando (mais ou menos) um pedaço do programa "Governo Sombra" da semana passada, Ricardo Araújo Pereira:

Vai um empresário a um stand da Ferrari, com os bolsos mais compostos depois de aprovada a diminuição do pagamento da TSU, e diz:
- Ouça lá, você tem aí um pacote de competitividade lá pra empresa? Não? Então pronto, dê-me um Testarossa! Não se pode dizer que não tentei!

Isto é, claro, a caricatura fácil e exagerada. Mas olhando para o passado recente, quantos e quantos "Testarossa" não engoliram verbas que deviam ter sido aplicadas de outras formas! E o que é que nos garante que estas situações não vão continuar a acontecer? O Memorando estabelece metas para a "qualidade" dos nossos empresários?

Anthrax disse...

Ó AF, pelo amor da Santa!

Você acabou de me dar uma visão do inferno! Era você a falar dos "Testarossa" - nota: carro muito out nos tempos que correm - e eu a imaginar uma criaturinha rechonchudinha, do sexo masculino, com um ar engordurado e sebento que até reluz quando lhe dá o sol, assim de gel no cabelo, camisita às riscas meia aberta para se ver a correntinha de ouro e com uns óculos de sol todos aerodinâmicos mas que mais ninguém usa.

Se isto não é uma criatura demoníaca, então o que será?

Anthrax disse...

Ah sim, acabei de me lembrar de algo fantástico que abona grandemente a favor da redução avulsa dos custos do trabalho.

Nem sei como é que me pude esquecer de tal coisa, mas um verdadeiro caso de sucesso, onde os custos do trabalho são bem baixos e tem uma economia em franca expansão é o Sri Lanka. Esses sim, é que sabem! O resto é "cumbersinha".

AF disse...

6,750 Rupias??????

Ah, gandas ratos sri-lankeses :D

É escolher, fregueses, é escolher!!!

:)

Anthrax disse...

Ai meu caro AF,

Isso é que era um boost na produção de tapetes :) Contribuíamos mais para o PIB a exportar tapetes do que a Auto-europa a fazer carros... assim como assim também ninguém vai ter dinheiro para os comprar, portanto não deve ser díficil.

Isso é que era, o sector têxtil em todo o seu esplendor. Produção em escala de tapetes... mas na verdade, se quisermos ser industriais à séria, obviamente, que não podemos considerar só o custo do trabalho, há os outros pequenos detalhes. De que é que me serve o custo de trabalho ser baixo se depois os outros impostos todos são altos?

AF disse...

Elementar ... quanto mais altos os custos de "contexto", mais se corta às rupias dos sacanas dos ratos :)

Dado tempo suficiente, vão os ratos todos c'os porcos, e ficam só os fat cats, que não precisam de ratos pra fazer dinheiro ... perdão, tapetes!

AF disse...

Um pequeno comentário que me esqueci: ninguém vai aumentar IVA coisíssima nenhuma, vai é REESTRUTURAR!!!

Do estilo, nenhum produto desce de escalão, vários sobem para escalões superiores.

Doublespeak!

Doubleplusungood, citizen!

Anthrax disse...

Caro AF, reestruturar não é assim um verbo tão mau como isso... bom, não na minha opinião pelo menos.

No caso do IVA não se aplica porque aí o verbo é mesmo aumentar e convenhamos, aumentar o IVA não é uma ideia assim tão parva desde que se assegure que essa medida não se aplica a um conjunto de produtos e serviços que são básicos na vida das pessoas.


Eu não vejo qualquer problema em combater aquilo que é o consumo supérfluo, muito antes pelo contrário. Porque é que uma garrafa de whisky tem de ser taxada a 12%? Ou porque é que o golf (não o carro) tem de ter uma taxa de 6%? Alguma destas coisas é essencial na vida quotidiana das pessoas? Agora, já vejo um problema quando ouço umas criaturinhas do PSD aventarem a possibilidade de aumentar a taxa de IVA da electricidade, porque esta sim é essencial à vida diária das pessoas e já é extraordinariamente cara.

AF disse...

Cara Anthrax,

Eu até concordo consigo. Mais, eu até diria que mesmo aumentar não será um verbo nem bom nem mau, assim como reestruturar.

O que é mau é chamar reestruturar a aumentar. É doublespeak.