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segunda-feira, 30 de outubro de 2006

A divertidissima superioridade de Eduardo

Confesso uma das minhas fraquezas: divirto-me com frequência com as tiradas dos nossos mais venerados intelectuais. Em relação a alguns tenho mesmo sentidas dificuldades em julgá-los com bonomia, pois imagino-os torcidos de riso com os que os glosam e os levam a sério.
É certo que tenho procurado emendar-me e reconduzir-me ao padrão mais evoluido da intelectualidade nacional. Sem sucesso. A pulsão para considerar que a vida também pode ser animada não levando a sério os nossos intelectuais mais sérios, tem sido bem mais forte do que a minha vontade de me elevar espiritualmente!
Um dos que me diverte é o senhor Professor Doutor Eduardo Prado Coelho (EPC), cujo produtivo intelecto tem merecido a bajulice de uma certa "elite" que o alça a um dos mais altos patamares do pensamento luso (o que explica muito da nossa crise, que é sobretudo imaterial...).
A última que EPC subscreveu foi esta: "Sempre que ouço a expressão 'o dinheiro dos contribuintes' puxo a pistola".
Quando a li não deixei de pensar exactamente isto. E logo divertidamente calculei que alguém iria atirá-lo publicamente à cara de EPC, como o fez magistralmente JCD no Blasfémias.
Mas divertida, divertida, é a polémica que entretanto se gerou. EPC respondeu aos ´blogodetractores´ que diz desprezar, na habitual coluna que assina no Público. E deu origem a réplica dos visados, réplica à medida, como se impõe e se pode ler aqui.

Divertidíssimo!

1 comentário:

RuiVasco disse...

Por vezs distraimo-nos! É um facto! Esquecemo-nos que somos nós que construímos os mitos: intelectuais, culturais, pensadores, analistas...etc! Durante algum tempo, cultivamo-los! Comprámos os jornais onde escreviam, as revistas onde se exibiam! Depois, distraidos, citámo-los. Convidámo-los para encontros, congressos, debates! E eles ganharam personalidade, até prestigio e, alguns, carisma! Com o passar do tempo, tal como o azeite, a verdade vem ao de cima! E, curioso, somos nós os primeiros a lamentar e a queixarmo-nos, nós que criamos os monstros! Confesso que nestes casos, correndo o risco de ser considerado masoquista, acho bem feito! Eles foram mais espertos que nós, antes de nós! E nós, num periodo propenso ao complexo da cultura e da cultura de esquerda em particular, cedemos, ou não fomos suficientemente corajosos para os enfrentar, desmistificar e desmascarar. Hoje pagamos a factura. E não é só EPC. São muitos mais. E não só nas Letras, mas em muitas mais àreas!
Como diz Pinho Cardão, mas ajustando o momento: " tomar a sério EPC e quejandos", pois, mas não hoje, devia ter sido há muito mais tempo!