Jovem baleado pela polícia, ou jovem em perigo de vida, depois de atingido pela polícia, são os títulos dos noticiários televisivos e outros que referem os acontecimentos de ontem na zona de Gaia.
O título traduz o que se passou? Obviamente que não. A pessoa em questão não foi atingida por serem jovem, mas pelo triplo facto de ter roubado um carro, de ter desobedecido por longo tempo à polícia e por ter colocado pessoas em perigo na fuga às autoridades.
Aviso já que não me pronuncio sobre se, nas circunstâncias, a polícia actuou de forma proporcional, de forma legal ou de forma ilegal: o inquérito o dirá. Se não actuou de acordo com a lei, os agentes devem ser punidos.
O que contesto é que os media digam, de forma absolutamente gratuita, que a polícia baleou um jovem. Baleou, sim, um ladrão que não obececeu à polícia e colocou muita gente em perigo.
Por estas e por outras, cada vez se tornará mais fácil para a polícia deixar-se estar quieta no seu canto e o cidadão que se amanhe!...
27 comentários:
Caro Pinho Cardão,
A polícia baleou de facto um jovem. O facto de ter furtado um automóvel (chama-lo de "ladrão" é para mim colocá-lo numa condição que por principio qualquer pessoa não deve ter) também é referido em todas as notícias.
Mas se de facto apenas assumir que a polícia "baleou um ladrão" estará sim a dar a ideia de que é legítimo a polícia balear ladrões. Por principio, não é.
Mais, estando por apurar, como o meu caro refere, se a polícia agiu em legítima defesa e se o "jovem" colocou pessoas em perigo extremo que justificasse que fosse abatido, não vejo razão de ser na sua descrição da ocorrência em que, cito, "Baleou, sim, um ladrão que não obececeu à polícia e colocou muita gente em perigo".
Para já, caro Pinho Cardão, apenas sabemos que a GNR disparou para o pneu e atingiu o jovem na cabeça. Terá sido ricochete? Terá sido porque as Toyotas Hiace têm uns pneus muito muito altos?
Não sabemos.
Caro Arnaldo,
As palavras valem o que valem, e entre salientar o seu (dele) comportamento incivilizado, ou salientar que levou um tiro na cabeça por causa desse comportamento, os critérios editoriais salientaram o facto que tem mais relevancia: Levar um tiro na cabeça.
Eu sei que se calhar, para si, ele merecia um tiro na cabeça, mas isso é uma opinião que não partilho. Aliás, fico sempre perplexo quando alguém rejubila com a morte de um tipo que provavelmente ia armado e que provavelmente era um perigoso ladrão, e que provavelmente iria colocar em perigo alguém e que provavelmente o agente o abateu em legitima defesa-mas-não-sabemos-ainda-deixa-lá-ver-o-inquérito e que provavelmente não merece o ar que respira.
Acho que são muitos "provavelmentes" juntos que justifiquem meter um bala na tromba de alguém, não acha?!
Caro Pinho Cardão
Num espaço de poucos dias dois encontros da Polícia com suspeitos resultaram num morto e em dois feridos graves.
Como o sucedido se passa em Portugal, lateralizamos as questões e já entrámos na Lua com as "cogitações".
Dois pontos apenas e que deviam ser tratados e os responsáveis (que nunca o são) chamados à pedra:
a) O protocolo seguido para mandar parar os veículos na estrada é, manifestamente inadequado e muito perigoso, veja-se os resultados;
b) O treino necessário e obrigatório para quem lhe é confiada uma arma é, manifestamente, insuficiente e diria criminoso, os resultados estão à vista;
Agora acha que alguêm se preocupa com isto?
Assim, estamos naquele país de fábula.
Cumprimentos
Adriano Volframista
2 mortos, caro Volframista. O da semana passada também foi abatido "preventivamente" porque o agente suspeitou que levava uma arma, arma essa que não estava lá.
"Provavelmente" iria usa-la, apesar de não a ter...
As instruções do comando-geral da GNR são claríssimas: Não devem ser usados estes meios para acabar com uma perseguição. Vou esperar pelo dia em que um "não-ladrão" seja abatido por engano para ver as reacções.
Caro Pinho Cardão:
Hoje pela manhã após ler os jornais, e já desde ontem depois de ver e ouvir notícias na TV senti-me enojado pelo jornalismo que se faz entre nós.
Por mero acaso e sem saber deste seu post passei por aui. Li-o e li a respoista de CMonteiro. Foi mais esta que levou a um breve comentário. É nojento o jornalismo que se faz em Portugal. Mas tb é nojenta a mente de muitos de nós que compramos tais jornais, assuimimos tal cultura, avalizamos tais comportamentos.
Claro que a notícia é"- Jovem ladrão de carros e companhia é interceptado pela policia. Esta teve de fazer uso de disparos para o conseguir. Do tiroteio resultaram ferimentos graves, ou 1 morto, ou 1 grave e 1 ligeiro..etc. A NOTICIA É ESTA. Junte-se-lhe o local e o tempo e está feita.
Nunca a noticia poderá ser POLICIA
É esta a logica da noticia. Nunca o inverso. POLICIA BALEOU UM JOVEM seria se...por ex...o jovem estivesse calmamente anamorar...a rezar o terço,,ou a contemplar e um grupo de policias loucos desatassem a disparar sobre ele.
Não conheço o sr CMonteiro que não conheço. Julgo, porem, que lhe percebi a forma e o estilo, por posts anteriores. O seu 1º comentario de hoje, confesso que me incomodou. Provavelmente o dr PCardão e outros já disseram o mesmo que eu. Outros terão aceite o a analise de CM. Peço desculpa mas o tempo não deu para ler tudo. E a irrritaçao transportou-me logo para uma reacção escrita. À pressa, mas julgo que este tema merece mais reflexºao e mais tempo. Por razoes varias é assunto sobre o qual me debruço, regularmente, e com cuidado.
Sr CMonteiro - se um dia um qq jovem delinquente habitual, jovem lhe raptar um filho, (passe o exagero e longe vá o agoiro, mas por vezes na vida só reagimos a tratamentos/exemplos de choque!)- se a GNR encontrar o raptor e este se colocar em fuga...não teme que a policia volte costas porque, se disparar, no dia seguir a noticia será - POLICIA baleia jovem! E o policia ainda vai preso ou condenado?! Sei que é um exagero. Mas a acumulação de pequenos erros como os que aceita e defende, leva a uma postura de defesa e até de "medo", que retira a força e o respeito que qq força policial carece. E a nossa segurança ainda mais!
Desculpem algum erro. Isto vai ser correcçoes, pq um compromisso a tal me obriga. Mas vai clarinho e sem retorica tecnica para que se entenda à primeira. Os exageros têm tb essa intençao!
Caro Pinho Cardão,
Desculpe-me a insistência, mas vamos assumir posições, porque o meu caro acusa-me muitas vezes de lhe atribuir palavras que não disse, precisamente porque é mais do que óbvio que o meu caro não as diz porque não quer, não pode, ou tem algum constrangimento. Em primeiro lugar pergunto-lhe onde é que o meu caro leu, viu ou como sabe se o jovem é "prevaricador", ou pelo menos que tenha "prevaricador" de forma a que a reacção justificável seja meter-lhe um tiro na cabeça? Não quer esperar pelo tal inquérito para o saber?
O que se passa, caro Pinho Cardão e caro Arnaldo Madureira, é que essa forma de pensar é aquela atribuível a determinadas áreas ideológicas que acham que os "cancros" como o jovem morto pela GNR (foi morto pela GNR não foi? Ao menos isso?) devem ser removidos com firmeza da sociedade, e se a sociedade não consegue mante-los na prisão, ao menos que existam estes extremosos agentes da autoridade que os "removam" definitivamente! Ora estes senhores, assumo-o (sim, eu já assumi uma posição) são nem mais nem menos do que assassinos do lado da Lei. Esta é a verdade por muito que os meus caros não a assumam apesar de em tudo transparecerem essa posição! Desculpem a frontalidade
Ora o que se pretende é Justiça. A Justiça que nos diz que um ser humano não deve ter como punição por um assalto, um tiro da tromba!
Tudo o resto, desculpem que vos diga, meus caros, é apenas aquele sentimento popular de necessidade de linchamento!
Já agora a seguinte sugestão: SE justificam o abate do tal jovem por andar em excesso de velocidade pelas ruas da cidade e colocar as pessoas em perigo, mande-se já colocar snipers em cada telhado, em cada viaduto, em cada autoestrada para abater condutores que circulem em excesso de velocidadee! Terão muitas cabeças para meter balas, certamente!
Meu caro cmonteiro, o meu amigo já deu provas de grande razoabilidade nos comentários que faz. Não me parece ser o caso dos que acima leio subscritos por si. Se há alguém sensível à necessidade de a polícia usar com grande parcimónia e proporção os meios que tem ao seu dispor, designadamente armas de fogo, esse sou eu. E conhecendo como conheço o Pinho Cardão sei bem que também ele assim pensa.
Por isso me sinto à vontade para deixar aqui a minha opinião.
Em primeiro lugar, a questão que o Dr. Pinho Cardão aborda no post não é aquela que o meu caro cmonteiro insiste em puxar para a discussão. A questão, pertinente, é a forma parcial e muito perigosa com que a generalidade da comunicação social lida com estes factos. Para o observador comum não escapa que o teor das notícias é claramente condenatório da conduta da polícia, neste caso como no anterior que mencionou.
Objectou o meu caro cmonteiro que na notícia também já se dizia que o condutor tinha furtado a viatura e até que tinha cadastro criminal. É verdade que se dizia isso. Mas não é menos verdade que a notícia é construída com recurso a termos que subliminarmente pretendem apontar para a desproporção na utilização dos meios pela polícia. Não sentir isso, meu caro cmonteiro, pode ser socialmente muito correcto e até atrair aplausos de alguns. Mas é fechar os olhos ao que é justo e ponderado perante as circunstâncias de facto que se conhecem.
Há aliás uma coisa que o Pinho Cardão escreveu e que eu subscrevo sem reservas. Notícias que arrastam a ideia, ainda que subliminarmente passada, de que os criminosos são os polícias só contribuem para a insegurança colectiva. Porque no futuro, se estas notícias se transformarem em campanhas como no passado aconteceu, os bons polícias, nas situações em que para protecção alheia seja necessário actuar com violência legítima, pensarão em si e no que lhes pode acontecer no momento imediato no brutal tribunal da opinião publicada onde hoje se fazem os julgamentos (mas onde se não faz qualquer justiça, antes comércio de papel e de imagem).
No tribunal da opinião PUBLICADA, que não no da opinião pública, que é bem diferente para bem de todos nós. Aí impera felizmente o senso comum do povo, que não se revê nestas condenações.
Mas indo à questão do C. Monteiro
Desobedecer a uma ordem visível de STOP da polícia é da responsabilidade de quem desobece e legitima o atirar. Se não legitimasse ninguém obedecia e não valia a pena os policias terem armas...
Era bom que não houvesse ladrões. Mas há e é preciso combatê-los e dissuadi-los.
Obviamente que se devem procurar as soluções mínimas. Mas a responsabilidade é de quem não obedece.
Caro Ferreira de Almeida,
Não concordo consigo. E não concordo consigo pelo seguinte: A imprensa e os media são regra geral os primeiros e criar um sentimento de insegurança e de alarmismo em relação à criminalidade. Vá por essa TVI, SIC, siga pelo Correio da Manhã e acabe no Crime, verá os media não na desculpabilização dos criminosos, mas na criação de um sentimento subliminar (agora utilizo eu a sua expressão) de insegurança que apela às posições mais radicalizadas que aqui se fizeram ouvir. Por aí não vai lá.
Em segundo lugar, e esta é a parte que não lhe consigo provar, mas como dizia a outra, "você sabe que eu sei que você sabe", o pretexto de comentar a notícia serviu apenas para dar a opinião, embora não assumida, de que apesar de não se saber o resultado do inquérito, apesar de não se saber as circunstâncias da ocorrência, apesar de apenas se basearem na versão da GNR (existe a da rapariga que ia lá dentro, mas não conta porque é provavelmeente também ela uma marginal) a acção da GNR, muito-muito provavelmente está justificada! E os jornalistas mauzões estão a querer fazer passar os agentes por assassinos.
E como o justificam (ou melhor, vão lançado sugestões para a "eventual" justificação)?
- O jovem era um "bandido"
- O jovem colocou em perigo outras vidas (não o sabem, mas se circulava em excesso, colocou. Daí a minha sugestão de snipers em autoestradas)
- o jovem teve um comportamento incivilizado
- etecetera, etecetera, etecetera...
Subliminarmente, caro Ferreira de Almeida, está na cabeça dos meus estimados interlocutores que o jovem merecia levar um tiro na tromba. E isto é tão óbvio para quem chega de fora e lê o que para aqui está escrito que nem me deveria dar ao trabalho de ter que estar aqui a explica-lo!
E estas coisas deixam-me histérico! Perfeitamente histérico, porque não é este o país que eu quero, e certamente não é esta a policia que eu quero!
Caro Reormista,
Não diga asneiras, perdoe-me que lhe diga!
Não legitima coisa alguma nem na letra da lei, nem nas instruções do comando-geral, nem na razão e no bom-senso.
Veja se abre bem os olhos da próxima vez que passar por uma BT, porque pode bem ir desta para melhor.
Há claramente nestes dois casos de perseguição policial uma desproporcionalidade entre as medidas empregues e os factos que lhe estão subjacentes.
Eu recordo, que é recorrente vermos na nossa televisão peças sobre perseguições policiais a automobilistas levadas a cabo nos Estados Unidos, onde é notória a paciência dos polícias (chegam a durar várias horas) para imobilizarem a viatura dos fugitivos. Nestas circunstâncias, raramente é utilizada artilharia.
Portanto nesta problemática estou muito próximo das posições do colega comentador CMonteiro.
O...Regionalização
Já no caso anterior eu comentei ao camarada Monteiro apenas: "complicado". A este post mantenho: "complicado".
Não vi, não estive lá, não fugiram a mim, não puxei da arma, não levei com o tiro, não roubei um carro nem tinha por missão impedir que o roubassem. Disparava eu? Não sei. Sou capaz de condenar o GNR por ter disparado? Não. E desculpá-lo? Também não. Honestamente, quem tem que resolver que resolva porque eu não seria capaz.
Isso serve para praticamente quase tudo o que escreves, não?...
No sentido de não estares lá, quero eu dizer.
Sim, mas não lhe pagas para que ele, estando lá, dispare? Eu acho que sim.
Caro Toni,
Claramente, nem que tentasses mil vezes, não conseguirias colocar a questão de forma mais demagôga.
Não, não pago para ele dar tiros. Pago para ele cumprir e fazer cumprir a Lei. Preocupo-me no entanto quando começo a suspeitar que quem é suposto fazer cumprir a Lei, de forma crónica não a cumpre, porque isto não vem de agora.
Assim, caro Toni, se as forças de segurança não cumprem a Lei, a Lei não será cumprida por ninguém, por muita gente que eles matem. Qualquer habitante de uma grande cidade da américa latina te pode explicar isto melhor.
Caríssimo Cardão, não resisto a dizer-lhe que os polícias nortenhos têm muito a aprender com os de Lisboa. Estes é que sabem como é: mal há "mouro na costa", desaparecem. Sem problemas nem chatices, ora essa...
Um abraço.
Voltei há momentos a este blog. Revi e reli o texto que aqui deixei, escrito em minutos, poucos, de forma rápida e directa, sem revisão, apressado por compromisso. PEÇO DESCULPA por tanto erro dactilográfico cometido, de frases truncadas, ou repetidas. Erros que, alem do mais, complicam a leitura imediata e, porventura, a facilidade da interpretação.
Mas o essencial está lá e renovo as afirmações, que o sr CM fez o favor de ignorar. Facto que apenas registo, mas que nada me incomoda, devo dizer! Talvez ele não aprecie a forma demasiado directa da minha escrita...sem rodeios, porque estes servem melhor o estilo populista da argumentação/manipulação que aprecia.
Não retomo a discussão, porque esta sequencia já vai longa mas, principalmente porque o JM Ferreira de Almeida escreveu de forma esclarecida, clara e tecnicamente perfeita, tudo que pretendi transmitir. E menos emotiva, também. Permita Ferreira de Almeida que o subscreva.
A critica ao tratamento especulativo e inconsciente de certos OCSocial, e aos que alimentam esses comportamentos, foram o mote essencial da minha intervençao. Nada mais.
E se alguém, PSP, GNR, ou qq agente de qq autoridade alguma vez fôr alem da lei, das suas responsabilidades, obrigações ou poderes, que seja julgado e punido. Isso é indiscutivel num Estado de Direito. Querer levar para aí a discussão é manipular! Por isso, não invertamos, à partida, a ordem dos factores, porque aí sim, é o próprio direito dos cidadãos que começa a ser posto em causa. De todos os cidadãos!
Vi que a discussão está viva. E considero-a bem importante, numa sociedade que cada dia se torna mais insegura!
Admito ainda que estes casos me provocam emoção, não me alterando, porém, a razão.( Quando muito a forma de a "dactilografar" coisa em que nunca fui perito!)
Torquato da Luz:
Em 3 linhas, um excelente resumo das minhas preocupações!
Mais fácil é impossível! Só não entende quem não quer!
Caro Rui Vasco,
li-o na transversal. Continuo a le-lo na transversal. Peço-lhe que me desculpe mas nao achei interessante nem relevante o que escreveu. Vou tentar dar-lhe mais atenção.
Caro Pinho Cardão,
É de facto verdade que determinadas posturas mais transigentes em relação aos agentes de segurança que transgridem regras e que outras mais intransigentes em relação a quem prevarica são característica de certas áreas ideológicas, mais à direita, ou pelo menos demasiado à direita para o meu gosto. É um facto, mas se o meu estimado amigo não concorda poderia de facto pronunciar-se sobre o assunto directamente, passando por cima do assunto dos jornalistas, e demarcar-se delas.
Elas estão aí em cima bem visíveis, desde o "incivilizado" e o "anti-social" à opinião claramente expressa de que a não paragem a uma ordem de "Stop" deve ser respondida á bala. Nunca, nem num só momento alguém questionou a actuação da GNR, numa ímplicita (por muito que não aceitem) aprovação da actuação da mesma.
A história dos últimos anos está cheia de abusos policiais, tantos que durante ano após ano constámos dos relatórios da Amnistia Internacional como o país da Europa com maior número de mortes e maus tratos em esquadras, e dos primeiros no topo dos ditos civilizados. A GNR tem na sua génese uma tradição de abusos e violência que lhe advêem do tempo da ditadura e em democracia da forma mais ou menos "independente" em que sempre actuou. Não é raro para qualquer pessoa ouvir de abusos da GNR e para quem estiver mais atento, de verdadeiros atentados aos direitos humanos que frequentemente se verificam nas suas esquadras. Tantos que houve um governo que em tempos sugeriu videovigilância nas mesmas.
Em relação aos dois últimos casos temos o da semana passada em que GNR relatou um tiroteio, posteriormente admitiu que só os próprios tinham disparado, mas por causa de uma arma que supostamente viram, arma essa que afinal não estava lá. Resultado: Um morto e um ferido grave.
Ontem, um perigoso meliante é mandado parar, não pára, outra viatura barra o caminho. Não pára. Um agente dispara para a roda para "não ficar emparedado no muro entre a carrinha e o muro da casa". E sabe que mais? Mesmo assim não pára!! Curiosamente o agente da GNR não ficou emparedado! Não acha isto fascinante?? O agente faz uma rotação de meia-volta e dispara mais dois tiros que atingem o mau da fita e um passageiro! E agora Pinho Cardão? Não dispararam para os pneus??? Porque!!?? O meu estimado Amigo não se questionou sobre isto??
REsultado: Um ferido muito grave, e outro sem gravidade.
Na versão da GNR, devidamente enquadrada pela declaração prévia "Além disso, tinha, em tempos, tentado atropelar um outro guarda e foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos." é perfeitamente reveladora. Tratou-se de uma execução, caro Pinho Cardão! O meu caro com a sua experiência de vida sabe que este tipo de espírito vingativo grupal existe nas forças de segunrança. Eu sei que existe!
Mas nunca num só momento alguém aqui questiounou a actuação da GNR. Nunca! Vimos adjectivos ao "meliante", vimos aprovação da acção, explicita ou implicitamente, vimos posições moderadas que não aquecem nem arrefecem e que só servem de aprovação por omissão, mas nunca num só momento alguém questionou a actuação da GNR que é suposto proteger a minha e a sua vida, e que por via deste tipo de actuação bem poderemos um dia de precisar protecção contra ela.
O que eu vi aqui, foi uma espécie de linchamento cibernético, por omissão, explicito ou por assunção de posições de meias-tintas.
Entretanto um jovem morreu, outro está gravemente ferido com uma bala na cervical, outro está ainda no hospital e outra não tem tanta gravidade assim. Mas só se perderam as que caíram ao chão, concluo.
E mais não digo.
Caro CM:
Não se preocupe comigo, que eu tb não me preocupo consigo. Confesso que tb o leio em obliquo, pq já descobri, mais ou menos, por onde vagueia o seu pensamento e aonde chegam, quase sempre, as suas conclusões. Estamos quites. Nada tenho de desculpar.Até achei graça à afirmação de irrelevância da questão por mim, levantada. Pois é. Você não percebeu (faço-lhe a generosidade de aceitar que não quis perceber) onde está o cerne da questão. Adiante!
O que me levou a voltar aqui foi apenas uma afirmação sua, no último post, que me deixou estupefacto, porque passada a escrito!! Diz você: "É de facto verdade que determinadas posturas mais transigentes em relação aos agentes de segurança que transgridem regras e que outras mais intransigentes em relação a quem prevarica são característica de certas áreas ideológicas, mais à direita, ou pelo menos demasiado à direita para o meu gosto...".
Portanto, uma certa transigência relativa à transgressão de regras, para quem prevarica, condiz mais com uma "certa esquerda", em prejuizo das forças de segurança que o Estado cria e paga, para a nossa segurança!!! É isso? Sentido, já o tinha! Assim confessado, por escrito, ainda não o tinha visto!
E não se diga que está descontextualizado. Esta afirmação, que citei rigorosamente, vale por si,como se pode confirmar no post anterior, onde pode ser lida, e relida! É uma afirmação autónoma e não enquadrada num qualquer outro raciocinio.
Está, realmente, tudo dito!
Não. A intransigência que falo é aquela que leva a alguém espetar um balásio noutrém despropositamente. De facto perde-se algum tempo le-lo.
Confirma-se que fala "intransigencês!"
Já havia notado! Com tal Lingua foge sempre à questão, num estilo típico.
Mas a culpa é desta nossa cultura de desresponsabilização que a nossa sociedade teima em implementar desde a mais tenra idade nos jovens. Aliás o Anthrax bem sabe que já no nosso tempo a coisa estava a orientar-se nesse sentido. Agora?!... Agora já está orientada... e tudo o que os jovenzitos fazem não é culpa deles... é da sociedade, é da escola, é da televisão, é dos jogos de computador, enfim... a culpa é de todos menos daqueles que os deviam educar (os pais) e deles próprios!
Ou seja o facto de serem considerados como seres humanos, terem massa encefálica (que em teoria deve compôr o seu cérebro), e possuirem (alegadamente) inteligência não serve para nada... é só para enfeitar e apenas serve para conseguirem caminhar erectos sem necessitarem de assentar os membros superiores no chão e levar a comida à boca sem errar demasiadas vezes o alvo!
Se os agentes da autoridade os impedem de fazer as barbaridades que fazem, de cometerem crimes, e cumprem o seu dever (aquele para o qual lhes pagamos os salários), então "aqui d'el rei" que está o caldo entornado e que abusam da sua autoridade ao exigirem o cumprimento da lei e defenderem a nossa propriedade e os nossos bens.
Mas eles até eram bons rapazes... um deles até tinha sido pai há uns dias... e não se lembrou de nada melhor para comemorar o nascimento do filho que de roubar um carrito e conduzir de forma perigosa durante dezenas de quilómetros pondo em perigo a vida dos que o acompanhavam e dos que com ele partilhavam a estrada (sim porque a dele, para ele, aparentemente não valia muito), tentar abalrroar várias viaturas da polícia... Que pena... a criança perdeu aquele que prometia vir a ser um exemplo de cidadão cumpridor da lei e respeitador dos mais básicos direitos humanos... no País das Maravilhas...
Já agora caro cmonteiro julgo que deve acrescentar à sua descrição dos factos o seguinte:
- O individuo em questão seguiu por diversas vezes em excesso de velocidade E EM CONTRA-MÃO(por acaso não foi numa AE, mas isso não torna mais ligeira a gravidade da situação), na direcção de outras viaturas;
- Vocês por acaso já reparam bem no material que é distribuido aos agentes da autoridade? Os que andam com armas novas e eficazes pagam-nas do próprio bolso.
- Vocês por acaso sabem qual é a frequência de treino de tiro de um polícia (exceptuando os que pertencem ás diversas equipes de OE). Já a compararam com a dos colegas europeus? Nem falo na dos americanos...
- Voces por acaso sabem nas responsabilidades queum polícia incorre se tiver o azar de durante uma perseguição/bloqueio tiver o azar de o "alegado" criminoso danificar o veículo policial?
- Vocês por acaso sabem que o elemento em questão era enteado de um GNR?
Curiosamente os mesmos que criticam este método de actuação da policia são os mesmos que sistemáticamente "compreendem" os modos de actuação dos extremistas muçulmanos na defesa da sua religião e forma de (não) vida, e que curiosamente esses mesmos extremistas e modo de viver que defendem pura e simplesmente, de forma recorrente, executam os seus criminosos por "tuta e meia".
Isto é que é coerência... bom caro cmonteiro... ao menos estou contente porque já concordámos noutras ocasiões... esta definitivamente não foi uma delas...
Aqui chegados, importa dar nota de "um momento solene" subscrito pelo cmonteiro nos seus domínios blogosféricos. Está aqui para quem quiser ler: http://tonibler.blogspot.com/2006/10/e-agora-um-momento-solene.html . O "momento" do nosso caro cmonteiro não admite - por vontade dele - quaisquer comentários, nem em bom rigor são necessários. Mas apetece-me dar aqui nota de que a solenidade daquele momento ficou-lhe bem. Vão ao blog do Tonibler naquele preciso endereço e percebam porquê :).
P.S. : Caro cmonteiro, começo a convencer-me que o meu caro Amigo montou esta estratégia para aumentar o contador do Tonibler... ;)
:)
Por acaso desta vez não, mas o "ponteiro" do sitemeter e do Google Analytics mexe-se sempre um bocado nestas ocasiões!
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