Tenho a percepção que a palavra que mais vezes foi falada durante 2010 foi a palavra ESTADO, mas pelas piores razões. Talvez um recorde recente, não por acaso, mas porque o Estado engordou a sua omnipresença na sociedade e na economia.
Assistiu-se a uma trajectória que conduziu, está hoje mais claro do que nunca, à incapacidade do Estado resolver os problemas que ele próprio criou no seu seio e à impotência para fornecer em situação de crise, como lhe compete, os apoios e incentivos necessários e adequados para suprir e minorar carências básicas da vida das pessoas e para impulsionar um quadro favorável à retoma económica.
Com um Estado assim, que não cumpre as suas funções, que faz o que não deve e que não faz o que deve, não admira que o País esteja numa situação de difícil saída, dado que as pessoas e as empresas para além de terem que trabalhar e se esforçar para dar a volta à crise, têm também que fazer frente aos custos desmesurados de um Estado que não quis em tempo útil emagrecer a sua veia paternalista de em tudo intervir e de tudo controlar.
Partimos mal para 2011, mas haja esperança que por necessidade saberemos superar a crise, incluindo a exigência de um Estado que deixe funcionar a economia e que cumpra efectivamente com as suas funções sociais.
Com um Estado assim, que não cumpre as suas funções, que faz o que não deve e que não faz o que deve, não admira que o País esteja numa situação de difícil saída, dado que as pessoas e as empresas para além de terem que trabalhar e se esforçar para dar a volta à crise, têm também que fazer frente aos custos desmesurados de um Estado que não quis em tempo útil emagrecer a sua veia paternalista de em tudo intervir e de tudo controlar.
Partimos mal para 2011, mas haja esperança que por necessidade saberemos superar a crise, incluindo a exigência de um Estado que deixe funcionar a economia e que cumpra efectivamente com as suas funções sociais.
3 comentários:
Cara Dr. Margarida,
No momento que atravessamos, parece-me cada vez mais distante a hipotese de se poder vir a conciliar - sem prejuízo para ambas as partes - economia e funções sociais.
Fui daqueles que critiquei as medidas que Pedro Passos Coelho apresentou, por me parecerem anti-sociais. Hoje, faço o acto de contricção. Só não me penitencio porque, enfim... poderia vir a arrepender-me.
No entanto, fui também, dos que, em tempo, manifestei a opinião de que o Presidente da República, deveria correr com o Governo.
Agora, desconfio que o Governo que o Presidente da República não correu, se prepara para não respeitar os compromissos que aceitou cumprir, para obter do presidente do PSD, a viabilização do orçamento para 2011.
E assim, entre fazes e devias-ter-feito, vamos andando, mancos, mas sempre esperançosos de que o novo ano, não nos trará mais do mesmo, ou então, antes isso, que pior.
Caro Bartolomeu
Uma coisa é certa, precisamos de menos e melhor Estado e de uma economia sustentável capaz de gerar riqueza. Sem estas duas condições teremos um Estado Social cada vez mais definhado que nem os mais necessitados será capaz de apoiar. Basta olhar para os cortes na protecção social e nas recentes medidas no sector da saúde e ficamos esclarecidos que muitas coisas profundamente incorrectas se estão a passar no actual modelo de Estado Social.
Cara Dr. Margarida, é verdade, o nosso país precisa de menos Estado e, em simultâneo, de um Estado mais ágil, mais justo, mais transparente e mais eficiente.
Como a DR. Margarida sabe, não existem muitas vias, capazes de nos conduzir à situação de menos Estado e que, as possíveis, são muito estreitas, além de perigosas.
As duas vias, por excelência, passam: uma pela redução de funcionários públicos, a outra, pela reducção da despesa pública. Tanto a primeira, como a segunda forma, para produzirem efectivo efeito, terão de ser aplicadas em profundidade, com determinação e sobretudo, com conhecimento de causa e sensibilidade, porque, tanto uma como a outra, mexem em pontos muito sensíveis, como sejam os direitos dos trabalhadores, e ainda com "vícios" instituídos e enraizados.
Mas... o nosso é um país de compadres, de primos e primas, de tios e sobrinhos, de padrinhos e afilhados, ou seja, somos uma enorme família que, se não depende inteiramente do Estado, depende pelo menos em parte.
Não quero dizer com isto que não haja remédio para esta óbvia necessidade, apesar de compreender que a mesma se reveste de dificuldades muito ífíceis de ultrapassar e de consolidar, na medida em que, não se vislumbram alternativas consensuais.
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