Teve lugar na sexta-feira passada a primeira entrevista-debate de Cavaco, no caso com Fernando Nobre.
Contra um ardoroso e nobre candidato, todavia aqui e ali a cair nas margens do alarmismo, quando, por exemplo, falou de implosão social, Cavaco Silva não se desviou do seu perfil de rigor e de seriedade.
Explicou as funções e as suas limitações; e mostrou como se moveu e agiu e os objectivos que conseguiu no quadro constitucional vigente.
E se considerou que o Orçamento não era o desejável, nem traria a cura para os males do país, também deu a entender que sem ele o país entraria em rota mortal. Foi a medicina imediata possível, que desse tempo à administração de remédio mais consistente e duradouro.
Quanto às propaladas alterações à Lei do Trabalho, Cavaco considerou que não seria por medidas desse tipo que passava o aumento do dinamismo empresarial e a recuperação da economia. De facto, outros factores, como o investimento em inovação, o investimento tecnológico ou o investimento em organização são mais decisivos para a mudança do que alterações às leis laborais.
De facto, nos custos laborais, nunca poderemos competir com a China, ou a Índia, ou os países de leste. Mas, com os custos laborais que temos, mas com outra organização, com outra tecnologia e apostando na inovação, podemos competir com os países em que a mão-de-obra é significativamente mais cara.
Cavaco Silva sabe o que quer para o país. Afirma as suas ideias. Elas valem por si. Por isso, não precisa de atacar as ideias dos outros.
Contra um ardoroso e nobre candidato, todavia aqui e ali a cair nas margens do alarmismo, quando, por exemplo, falou de implosão social, Cavaco Silva não se desviou do seu perfil de rigor e de seriedade.
Explicou as funções e as suas limitações; e mostrou como se moveu e agiu e os objectivos que conseguiu no quadro constitucional vigente.
E se considerou que o Orçamento não era o desejável, nem traria a cura para os males do país, também deu a entender que sem ele o país entraria em rota mortal. Foi a medicina imediata possível, que desse tempo à administração de remédio mais consistente e duradouro.
Quanto às propaladas alterações à Lei do Trabalho, Cavaco considerou que não seria por medidas desse tipo que passava o aumento do dinamismo empresarial e a recuperação da economia. De facto, outros factores, como o investimento em inovação, o investimento tecnológico ou o investimento em organização são mais decisivos para a mudança do que alterações às leis laborais.
De facto, nos custos laborais, nunca poderemos competir com a China, ou a Índia, ou os países de leste. Mas, com os custos laborais que temos, mas com outra organização, com outra tecnologia e apostando na inovação, podemos competir com os países em que a mão-de-obra é significativamente mais cara.
Cavaco Silva sabe o que quer para o país. Afirma as suas ideias. Elas valem por si. Por isso, não precisa de atacar as ideias dos outros.
3 comentários:
A União Europeia nos ensinou lições valiosas ao longo das últimas décadas: primeiro, que a integração financeira exige a eliminação da volatilidade entre moedas nacionais; que a erradicação de riscos cambiais demanda a eliminação total das moedas nacionais; e agora nos mostra que a união monetária é impossível entre democracias sem união política.
Infelizmente, agora pode ser tarde demais para a zona euro. A Irlanda e os países da Europa meridional precisam reduzir sua dívida e melhorar significativamente a competitividade de suas economias. É difícil ver como eles podem atingir os dois objectivos permanecendo na zona euro.
Os socorros à Grécia e à Irlanda são apenas paliativos temporários: em nada contribuem para reduzir o endividamento, e a ajuda não deteve o contágio. Além disso, a austeridade fiscal que receitam retarda a recuperação económica. A ideia de que reformas estrutural e no mercado de trabalho podem produzir crescimento rápido não passa de uma miragem. Assim, a necessidade de reestruturação da dívida é uma realidade inevitável
A dissolução da zona do euro não significa condená-la para sempre. Os países podem voltar a participar, e fazê-lo com credibilidade, quando os pré-requisitos fiscais, normativos e políticos estiverem assegurados. Por ora, a zona do euro pode muito bem ter chegado ao ponto em que um divórcio amistoso é uma opção melhor do que anos de declínio económico e atrito político.
Dani Rodrik
(Dani Rodrik é professor de Economia Política na Escola de Governo John F Kennedy, na Universidade Harvard, e autor de "One economics, many recipes: globalization, institutions, and economic growth").
Caro Pinho Cardão
Fez bem em usar o feminino pois que de debate não se tratou.
Esta foi "a primeira de Cavaco". Na minha modesta opinião, teve pouco fôlego. Fez tudo para que o Orçamento fosse aprovado mas... não gosta dele!. Disse também que, não gostando dele... ainda não o conhece! Espantoso, não é?
Vamos ver como se aguenta na segunda e, sobretudo, na terceira. Ainda haverá fôlego?
Pinho Cardão
Considerando o tempo de Cavaco um dos melhores da democracia, dou de barato que não o tenha sido para muitos, como dou de barato que o aumento da carga de impostos e desproporcionado de salários desequilibrou a distribuição de riqueza, dando vigor aos não transaccionáveis e a uma economia baseada no impedimento e na regulação de interesses.
De qualquer modo a falta de vigor e ardor permitiu a miséria dos últimos anos, com os Portugueses com ethos mínimo a "vomitarem" pelos olhos o estado moral e ético da nação, que leva ao empobrecimento todos os dias.
Não bastam homens que se agarram à espuma dos dias, é preciso homens cujo objectivo e coragem os definam como estadistas. Cavaco está velho e gasto! Já não é uma reserva da nação, porque Portugal já há muito entrou na reserva. A sua gestão de silêncios, o seu horror ao contacto com o homem da rua (gaffe também de Alegre, que horror esse homem que nos sustenta a impostos!), a necessidade da sociedade civil se impor, fazem-me votar em Nobre. Não sendo político, não sendo mesmo um homem da palavra, tem a virtude de ser um homem de palavra e um homem a quem não enoja o homem da rua. Como gestor e economista, passei os últimos anos a estudar com tempo de qualidade para reflectir. E isso é que muita desta geração dita elitária precisa. Encontrar-se com o Portugal da palavra e da humanidade! Entretanto 40.000 negócios que sustentavam outras tantas dezenas de milhar de famílias desapareceram no actual ano, vergadas por novos códigos contributivos, por aumentos de preços dos transaccionáveis, por novas taxas da administração fiscal,... aconselho todos os presentes e colegas economistas e gestores, a relerem Economia da Empresa de Mata, e a relembrarem os mecanismos da perda de valor e bem estar para os consumidores, em detrimento das grandes empresas monopolistas da nossa praça - de mão dada com os seus simbióticos tutores: os políticos sapos que querem ser bois!
Enviar um comentário