Interessantes e úteis as conclusões a que chegou o estudo "Como os Melhores Sistemas de Ensino continuam a melhorar". Portugal não foi incluído no estudo, mas ao lermos estas conclusões percebemos porque continuamos a ter um sistema de educação de fraco desempenho.
Não importa se um país é rico ou pobre. Não importa sequer se esse mesmo país está no hemisfério Norte ou Sul do planeta. Em qualquer canto do mundo é possível conquistar uma educação de excelência. O ensino de qualidade não é território dos povos industrializados ou das escolas privadas. É antes mérito dos que aplicaram as medidas certas e souberam esperar pelos resultados.
Nos sistemas de fraco ou satisfatório desempenho, as práticas são disseminadas para escolas e professores através de um organismo central, mas nos modelos de alto rendimento escolar, as políticas centralizadas já não funcionam. Nestes casos, o avanço na educação decorre sobretudo da flexibilidade das políticas e da responsabilidade que se atribui aos professores para atingir as metas e cumprir as reformas.
Uma crise socioeconómica; um relatório crítico com grande impacto na opinião pública sobre o desempenho do sistema; ou uma mudança de liderança são três os factores que desencadearam reformas na educação dos 20 países ou regiões que subiram o rendimento escolar. Em todos os sistemas estudados, uma ou mais de três circunstâncias foram responsáveis por gerar as condições que desencadearam mudanças nos modelos educacionais. Em quinze dos vinte sistemas analisados, dois ou mais destes incidentes desencadeadores estiveram na origem das reformas. O factor mais comum identificado como gatilho da reforma é, "sem dúvida", uma mudança de liderança, conclui o estudo.
9 comentários:
Como fazer esa mudança?
Aqui http://mocaok.blogspot.com/2004/11/moo-k.html
Mas ninguém me liga
António Alvim
Caro António Alvim
Ninguém liga a ninguém! Muito se tem escrito sobre os problemas da educação e como resolvê-los. Há uma enorme teimosia em não aceitar determinadas ideias-chave que estão na origem do excelente desempenho de muitos outros sistemas de educação, por esse mundo fora.
As ideias-chave são simples. Constam também do estudo a que faço referência no meu post. Aqui lhe deixo uma pequena síntese do que consegui ler:
- Primeiro, a qualidade de um sistema de educação não pode ser maior que a qualidade dos seus professores. O professor é o principal responsável pelo sucesso da aprendizagem, pelo que a sua actuação em aula é o factor mais decisivo para o desempenho dos alunos. Os países com os melhores desempenhos de educação são aqueles que têm políticas exigentes na escolha dos melhores professores.
- Segundo, a única forma de melhorar resultados é melhorar a instrução. Não basta recrutar os melhores, é preciso que estejam actualizados, pelo que devem receber formação contínua.
- Terceiro, o elevado desempenho significa que todas as crianças devem ser bem sucedidas, pelo que nenhuma criança pode ser deixada para trás.
- Quarto, a gestão das escolas é fundamental para que possam para cumprir bem a sua função. As escolas precisam de ter bons gestores, isto é, profissionais com capacidade de liderança, capazes de administrar o conjunto de recursos da escola de forma a criar um bom ambiente de aprendizagem.
Obrigada, Caro Paulo.
Cara Margarida,
Espero bem que antes de se começar a fazer o telhado se construam os alicerces do sistema, apesar de tal ir contra a nossa natureza e cultura. Os professores há dezenas de anos que falam nisto, há dezenas de anos que apresentam as soluções e há dezenas de anos que o poder político e sindical os tem mandado ver como está o tempo.
Caro Fartinho da Silva
A propósito de telhados e alicerces, deixo-lhe esta pequena pérola.
Há uns anos atrás, lá para os lados da minha aldeia, um "construtor civil" construiu uma casa de dois andares. Colocou-lhe telhado, mas esqueceu-se de fazer uma escada a ligar os dois andares. De modo que durante muito tempo o acesso ao primeiro andar fazia-se por fora, através de uma escada de madeira pendurada numa janela!
Cara Margarida,
Essa está muito boa :)
Espero que não seja essa, mais uma vez, a receita a aplicar no ensino...
Margaria, não me diga que o engenheiro era o .... Não, não poderia ser!
José Mário
Mas que curiosidade! Não sei, não sei...
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