Gonçalo M. Tavares, o escritor português que nos tem dado muitas alegrias, e honra como poucos a língua e a literatura portuguesa, escreveu, hoje, no DN, um editorial que merece alguma análise. Ao ler o título, “Das leituras e da medicina”, mergulhei com curiosidade no pequeno e elegante texto. Vale a pena lê-lo.
De acordo com o autor, médicos responsáveis não deviam limitar-se a “órgãos que ainda estão vivos”, deviam colocar, após à questão, “o que é que come?”, outra, “o que é que lê? "e que imagens é que vê habitualmente?”.
A partir daqui, e muito bem, realça a importância da cultura, da leitura, da apreciação de quadros, de filmes, de tudo o que alimenta e revoluciona o pensamento, obrigando o cérebro a trabalhar e a contribuir para a saúde e bem-estar dos cidadãos. Concordo plenamente com esta abordagem. No final do texto pergunta onde estará esse médico capaz de tão salutar ação terapêutica ao aconselhar “dietas intelectuais”? “Provavelmente não existe”.
Quando li este editorial estava sentado no consultório prestes a iniciar mais uma jornada. Ao meu lado esquerdo tinha acabado de depositar três livros, livros que me acompanham por toda a parte, à espera de algum momento de ócio. Gosto de aproveitar breves ou longos minutos para ler algumas páginas, às vezes leio apenas uma, outras, nenhuma.
Ao acabar de ler, fui obrigado a rever mentalmente os doentes e os trabalhadores que, por força da lei, têm de se sujeitar a exames. Concluí que muito dificilmente poderia prescrever um livro ou qualquer manifestação cultural. Quem convive com os cidadãos, nas circunstâncias em que um médico os observa, sabe da impossibilidade deste tipo de terapêutica. Ao fim do dia queixo-me frequentemente do baixo nível cultural da população portuguesa, da dificuldade em transmitir certas informações, da incapacidade em aceitarem conselhos simples, básicos, elementares, para não falar na baixa adesão à terapêutica e às dramáticas insuficiências económicas. São apenas os mais velhos os atingidos? Não, os de meia-idade e os mais jovens também manifestam estas características. Quando vejo um doente ou um trabalhador com um livro, aproveito a ocasião para tecer alguns comentários e enveredar por um diálogo cultural, mas é muito raro. Como se pode fazer terapêutica literária, se nem a outra conseguimos? Mas o problema só está no lado dos cidadãos que vão ao médico? Não, também existe um problema deste lado. A formação dos médicos é cada vez mais intensa e complexa e, praticamente, todos os esforços formativos são direcionados para a componente técnica, descurando-se a parte humanística, irmã siamesa da prática médica. Foram separadas, infelizmente. Tenho tentado, nas minhas atividades docentes, realçar a importância desta faceta. Em vão, talvez por incapacidade minha ou talvez pelos motivos já enunciados. É pena esta dissociação, porque a medicina foi, ao longo dos tempos, um importante alfobre da cultura.
Olho para as três obras em cima da minha secretária, “Mariana Sirca”, de Grazia Deledda, “A saga de Gosta Berling”, de Selma Lagerlof e “Os peixes também sabem cantar”, de Halldór Laxness” e penso: - De bom grado daria um destes livros. Entretanto, uma colega, em conversa informal, perguntou-me qual dos três andava a ler. Respondi: - Os três ao mesmo tempo. Ao ver a sua admiração disse-lhe: - É uma questão de gastronomia intelectual, os livros também têm sabores diferentes, e, ao passar de um para outro, consigo ter um prazer difícil de explicar.
Dificilmente conseguirei prescrever “dietas intelectuais”, como aconselha Gonçalo M. Tavares, e, por isso, prefiro embebedar-me com belas obras, o que me fez relembrar Baudelaire, “É preciso que vos embriagueis sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia, ou de virtude, à vossa vontade”, ou, se quisermos ser um pouco mais comedidos, e citando Flaubert, “Embriagar-me com a tinta vale mais do que embriagar-me com aguardente”. É o que eu preciso neste momento...
De acordo com o autor, médicos responsáveis não deviam limitar-se a “órgãos que ainda estão vivos”, deviam colocar, após à questão, “o que é que come?”, outra, “o que é que lê? "e que imagens é que vê habitualmente?”.
A partir daqui, e muito bem, realça a importância da cultura, da leitura, da apreciação de quadros, de filmes, de tudo o que alimenta e revoluciona o pensamento, obrigando o cérebro a trabalhar e a contribuir para a saúde e bem-estar dos cidadãos. Concordo plenamente com esta abordagem. No final do texto pergunta onde estará esse médico capaz de tão salutar ação terapêutica ao aconselhar “dietas intelectuais”? “Provavelmente não existe”.
Quando li este editorial estava sentado no consultório prestes a iniciar mais uma jornada. Ao meu lado esquerdo tinha acabado de depositar três livros, livros que me acompanham por toda a parte, à espera de algum momento de ócio. Gosto de aproveitar breves ou longos minutos para ler algumas páginas, às vezes leio apenas uma, outras, nenhuma.
Ao acabar de ler, fui obrigado a rever mentalmente os doentes e os trabalhadores que, por força da lei, têm de se sujeitar a exames. Concluí que muito dificilmente poderia prescrever um livro ou qualquer manifestação cultural. Quem convive com os cidadãos, nas circunstâncias em que um médico os observa, sabe da impossibilidade deste tipo de terapêutica. Ao fim do dia queixo-me frequentemente do baixo nível cultural da população portuguesa, da dificuldade em transmitir certas informações, da incapacidade em aceitarem conselhos simples, básicos, elementares, para não falar na baixa adesão à terapêutica e às dramáticas insuficiências económicas. São apenas os mais velhos os atingidos? Não, os de meia-idade e os mais jovens também manifestam estas características. Quando vejo um doente ou um trabalhador com um livro, aproveito a ocasião para tecer alguns comentários e enveredar por um diálogo cultural, mas é muito raro. Como se pode fazer terapêutica literária, se nem a outra conseguimos? Mas o problema só está no lado dos cidadãos que vão ao médico? Não, também existe um problema deste lado. A formação dos médicos é cada vez mais intensa e complexa e, praticamente, todos os esforços formativos são direcionados para a componente técnica, descurando-se a parte humanística, irmã siamesa da prática médica. Foram separadas, infelizmente. Tenho tentado, nas minhas atividades docentes, realçar a importância desta faceta. Em vão, talvez por incapacidade minha ou talvez pelos motivos já enunciados. É pena esta dissociação, porque a medicina foi, ao longo dos tempos, um importante alfobre da cultura.
Olho para as três obras em cima da minha secretária, “Mariana Sirca”, de Grazia Deledda, “A saga de Gosta Berling”, de Selma Lagerlof e “Os peixes também sabem cantar”, de Halldór Laxness” e penso: - De bom grado daria um destes livros. Entretanto, uma colega, em conversa informal, perguntou-me qual dos três andava a ler. Respondi: - Os três ao mesmo tempo. Ao ver a sua admiração disse-lhe: - É uma questão de gastronomia intelectual, os livros também têm sabores diferentes, e, ao passar de um para outro, consigo ter um prazer difícil de explicar.
Dificilmente conseguirei prescrever “dietas intelectuais”, como aconselha Gonçalo M. Tavares, e, por isso, prefiro embebedar-me com belas obras, o que me fez relembrar Baudelaire, “É preciso que vos embriagueis sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia, ou de virtude, à vossa vontade”, ou, se quisermos ser um pouco mais comedidos, e citando Flaubert, “Embriagar-me com a tinta vale mais do que embriagar-me com aguardente”. É o que eu preciso neste momento...
17 comentários:
Tenho a impressão de que a exclamação 'A saúde corre perigo!' não seja tão terrível quanto 'A cultura corre perigo!'
Numa era em que o formato "pocket" está na moda, o livro de bolso é o poderoso instrumento de cultura da civilização moderna, pena que nem todos cultivem esse hábito saudável, infelizmente.
Dietas intelectuais? Hoje, setenta por cento da humanidade ainda morre de fome... e trinta por cento faz dieta. Será por falta de dietas intelectuais? Será certamente por parte de quem governa mal os recursos de um país, e que por carências de massa cinzenta, faz com que prevaleça tanta dieta forçada por esta biosfera fora.
Com tanta dieta para aqui e para acolá cheguei finalmente à conclusão de que um bom e resistente sistema de intestinos é mais útil a quem passa fome do que qualquer quantidade de cérebro culto.
Não quero com isto dizer que a dieta intelectual não seja importante, nada disso, somente que algumas dietas crescem melhor se plantadas noutro cérebro do que no cérebro que lhes deu origem.
Quando li “dietas intelectuais” o que me veio logo à mente foi... perda de intelecto; : ) Normalmente quem faz dieta quer perder peso. Há quem também queira aumentar uns quilitos, embora eu, pessoalmente, não tenha conhecimento de quem o queira fazer...
Pois é, caro Prof, um Deepak Chopra ou um Dalai Lama fariam muito bem a muito boa gente! E uns Raminhos de Alecrim, “made in Portugal”, ainda fariam melhor!
Ah... o Amigo sofre do mesmo conpulsivo habito de ler vários livros em simultâneo... que vício... no meu caso, comparo-o à gula, mas pronto, seja lá o que for, eu gosto, dá-me prazer, creio que o mesmo se passa consigo.
Como outras, achei interessantíssima a sua ideia de prescrever leitura aos doentes que observa, e pensei: porque não?!
Em variadíssimas situações clinicas, e na minha qualidade de leigo, premito-me "achar" que a terapêutica literária, poderá potenciar a acção medicamentosa.
Então, Senhor Professor Massano Cardoso?
Vamos construír um alfobre literário?
Proponho-lhe o seguinte: o Senhor "constroi" pequenos textos, estórias simples direccionadas para a iniciação à cultura, como se de pequenas janelas com vista para as mágicas paiságens da literatura. Eu, reproduzo-as e reenvio-lhas e o Senhor, prescreve-as gratuitamente aos seus doentes e àqueles que, mesmo sãos de corpo, lhes fará muito bem um reforço literatural.
Que me diz?
Dieta não significa comer menos, mas comer melhor, desde que haja comida, porque vontade de comer é coisa que não falta por aí. Ler é um pouco mais complicado, é preciso provocar "dependência", o que leva alguns anos a adquirir.
Quanto a histórias terapêuticas, Bartolomeu, alguém já se lembrou de me pedir pequenos textos que, depois de ilustrados, permitam a crianças e seus familiares compreender problemas de saúde. Não é fácil, nada mesmo, mas não deixa de ser aliciante. De qualquer modo, a sua sugestão tem pernas para andar, ou seja cativar os doentes para a resolução dos seus problemas através da leitura de pequeninos textos. Vou pensar e depois digo-lhe qualquer coisa. Uma boa ideia...
Vamos, lá, Senhor Professor! E... se uma ilustração, mesmo que singela mas expressiva como estou certíssimo que será, priveligiar esses pequenos e simples textos, então, eles terão efeito garantido nos leitores.
A maioria das pessoas tem mil desejos de Natal e Ano Novo, um doente com cancro tem apenas UM, melhorar! Por vezes na nossa casa...por vezes na do vizinho...há alguem a lutar pela vida neste preciso momento. Pergunto ao Senhor Profº e ao Senhor Bartolomeu, como irão em conjunto desenvolver um livro de histórias terapêuticas para estas pessoas. Ou só irá haver livro de histórias para os aparentemente saudáveis? De acordo com o Profº, são necessários anos de leitura atenta e inteligente, pois a cultura não se improvisa, concordo. Então como resolver o problema destas pessoas, que tem na maioria das vezes escassos dias de vida, e que tem como unica e possivel dependencia a morfina?
Termino citando Eça de Queiróz: Para ter um gosto próprio e julgar com alguma finura das coisas de arte é necessária uma preparação, uma cultura adequada. E onde tem o homem de trabalho, no nosso tempo, vagares para esse complicada educação, que exige viagens, mil leituras, a longa frequentação dos museus, todo um afinamento particular do espírito? Os próprios ociosos não têm tempo, porque, como se sabe, não há profissão mais absorvente do que a vadiagem. Os interesses, os negócios, a loja, a repartição, a família, a profissão liberal e a DOENÇA não deixam um momento para as exigências de uma iniciação artística.
Luis Rosário, sem pretender tirar a palavra ao Senhor Professor Massano Cardoso, adianto-me dizendo-lhe que a ideia, tanto quanto fui capaz de a apreender, não visa curar, tão pouco se destina a casos tão específicos, como o que citou e que infelizmente, afecta uma faixa imensa da população.
Contudo, a leitura generalista é efectivamente um exercício que, para além de ajudar a manter a mente ocupada, o que no caso de algumas pessoas, é importantíssimo, pode, no caso de algumas enfermidades, ser uma excelente mais-valia, como preventivo, aconselhador e até como inductor de práticas que só beneficiarão quem as praticar, quando essa leitura é produzida por quem sabe.
Por exemplo: é comum nos nossos dias, as pessoas recorrerem à internet, quando afectadas por uma doença já diagnosticada, ou de que suspeitam, para lhe conhecer os sintomas e até, na busca de um método de tratamento, por vezes evitando a consulta médica.
Isto reflecte uma curiosidade, que é comum a um grande número de pessoas.
Ora bem, a ideia, neste caso, não é escrever um simpósium alternativo, ou curativo, mas sim, associar o conhecimento científico, á experiência pedagógica e ao "jeito" para escrever histórias do Professor Massano Cardoso e criar uma "coisa" ao jeito de almanaque "Borda d'agua" e distribuí-lo a quem o consulta, com o intuíto de ajudar a compreender e evitar e se possível, tratar naturalmente, aquilo que estiver, segundo o critério do médico, ao alcance do entendimento e da prática do comum dos leitores.
;)
Não há tempo para nada? Alguns não têm muito mais tempo? Sempre o tempo, a essência da nossa existência! Como ninguém consegue explicar o que é que ele significa, embora possamos senti-lo, o melhor é ignorá-lo e fazer as coisas sem lhe dar qualquer importância. Se o ignorarmos talvez possamos fazer alguma coisa...
Com livros e internet o enfermo não deve queixar-se, pois tem a cura ao alcance da mão, compreendo. Senhor Bartolomeu, não se pode chamar leitura a essa tremenda quantidade de tempo que se perde com os jornais, mas certamente terá o seu efeito terapêutico. Acredito que os livros possam ser uteis até para os enfermos, pois a literatura é a maneira mais agradável de distrair a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela uma ficção ou utopia; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois ninguém fala em verso, contudo os livros consolam, mesmo a alma mais penada. Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um dicionário muito mais maravilhoso.
Contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas, e a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha. Infelizmente, quase sempre, os contistas estragam os seus contos por os encherem de literatura, de tanta literatura que nos sufoca a vida! Estou de acordo com o Profº Massano, quando se refere ao tempo, pois as pessoas que nunca têm tempo para nada são as que menos conseguem fazer, e o tempo é relativo e não pode ser medido exactamente do mesmo modo em toda a parte e por todos da mesma maneira, muito menos quando vivemos e sentimos em três tempos, no pretérito, presente e no futuro.
Não menospreze o conto da carochinha, Luis Rosário. Olhe que essa fábula, encerra em si, vários conceitos de moralidade, mas, sobretudo, de lugares-comuns que caracterizam os humanos.
E... por vezes, quando julgamos que fazemos a melhor opção de escolha, ou selecção, ou quando pensamos que estamos a rejeitar aquilo que nos parece menos bom... sem provar se realmente o é, ou não, somos posteriormente forçados a admitir que nos enganámos...
Mas pronto, somos humanos e... errare humanum est...
;)
Caro Bartolomeu, há sempre uma qualidade nos contos, que os torna superiores aos grandes romances, e Homero que era um sublime contador de contos da carochinha, tornou-se para mim uma referência nessa arte. De forma mais entendivel, o que quero dizer é que um livro de contos é um livro ligeiro de emoções curtas. Deve portanto ser leve, portátil, fácil de se levar na algibeira para debaixo de uma árvore, e confortável para se ter à cabeceira da cama. Não pode ter o formato dum relatório, que, sendo destinado em definitivo a embrulhar objectos, deve ter de antemão o tamanho cómodo do papel de embrulho, nem pode ter o volume dum calhamaço de erudição histórica, impresso com o fim de ornamentar uma biblioteca e nada mais. E é aqui, Bartolomeu, que se encaixa a sua expressão "Errare humanum est".
Aceito a sua dissertação, como boa, caro Luis Rosário!
;)
Caro Bartolomeu, aqui só para nós, o problema não é a carochinha querer ou não querer casar. Convém-lhe é este estado de coisas, em que pode namoriscar conforme as conveniências. E sabe que, no horizonte actual, há sempre uma possibilidade. ;)
Pois, caro Luis Rosário... como sabe, nestas "coisas" de casamentos, existe sempre o receio de não vir a dar certo, mesmo que, a vontade seja movida pela paixão... o que, nem sempre acontece, apesar de idealmente desejável.
Como dizia a minha avó: o casamento, é sempre uma carta fechada, nunca se sabe o que vem lá dentro. E nos nossos tempos, cade vez mais, faz sentido este receio, basta vermos o que tem acontecido nas embaixadas com as cartas "armadilhadas".
São um perigo, caro Luis Rosário... um perigo!
;)
Caro Bartolomeu, Carissimo Profº Massano, de quem tenho muito orgulho em ser discípulo, Autores e Comentadores em geral, como as coisas últimas são mais verdadeiras e mais manifestas que as primeiras, desejo a todos um Feliz Ano Novo.
Agradeço-lhe e retribuo, caro Luis Rosado, e que o próximo ano continue a proporcionar-nos agradáveis momentos de troca de opiniões, aqui no "Quarta" e no "Manuscriptus" onde é sempre agradável lê-lo. Para além das sempre auspiciosas oportunidades de realização dos nossos desejos.
Um excelente 2011, para todos!
Tchim Tchim!!!
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