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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Valem a polémica?



As decisões da Câmara Municipal de Lisboa de proibir que os veículos com mais de 18 anos e sem catalisador possam circular na Avenida da Liberdade e na Baixa, e da EMEL de diferenciar e aumentar o custo do estacionamento nas diferentes zonas de Lisboa  estão, como se previa, a gerar acalorada polémica. Contudo, são duas medidas positivas, que chegam tarde e, penso eu, deveriam reunir o aplauso de quem vive ou trabalha na Capital. O objectivo é reduzir emissões e os altíssimos níveis de poluição naquela zona da cidade condicionando o acesso a veículos anteriores a 1993 e favorecer a mobilidade, penalizando as tarifas de estacionamento no centro, ao mesmo tempo que se reduz o período máximo de parqueamento na via pública.
Ouço alguns dizer que se penalizam, mais uma vez, os automobilistas. Tenho dificuldade em perceber este argumento. Atravessar aquelas zonas, de automóvel, é um inferno a quase todas as horas do dia. Por isso, o estímulo à utilização do transporte público é um bem, salvo para alguns masoquistas que, julgo eu, serão uma minoria. Além do mais, o centro da cidade está servido de transportes públicos, pelo que o argumento da mobilidade joga em favor das medidas e não contra elas.
Há medidas que, a despeito de mudarem a vida das pessoas, não valem a polémica. Estas, em concreto, são um sinal do nível de conservadorismo a que chegámos. As decisões tomadas mudam para melhor, seguramente. Mudam para melhor no plano individual e colectivo. Mas só a ideia da mudança desperta logo o bichinho, sempre em vigília, da controvérsia.
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Estranhamente - ou não -, a continuada invasão de passeios e zonas pedonais pelos automóveis e pelos MUPIs, que embaraçam os movimentos de todos e em especial dos que têm mobilidade reduzida perante a absoluta passividade das autoridades, essa não parece incomodar ninguém. Nem incomoda a autarquia, nem as instituições do protesto fácil, nem os cidadãos que toleram e acham normal a situação.

6 comentários:

Tonibler disse...

O aumento das taxas é apenas aumento de impostos para sustentar pançudos. Mais uma vez a administração pública a puxar o elástico quando a maioria das pessoas já nem acha moralmente condenável agredir fiscais da EMEL. E para quê? O para quê já toda a gente sabe, sabendo que há funcionários municipais e autarcas envolvidos, o resultado é quase universal. Não é aqui, de certeza,que está a singularidade do universo autárquico.

Margarida disse...

O problema do transporte público é que não funciona. Somos transportados que nem sardinhas em lata, está muitas vezes inoperacional, não cumpre horários, apanham-se "secas", e somos muito mal tratados pelo pessoal que lá trabalha.
Experimente apanhar o metro na Baixa Chiado e logo desiste do transporte público. E a CP... nem falar.
Como é bom o transporte particular, além disso tem uma enorme vantagem... não temos que cheirar o sovaco do parceiro e outras mimosidades do transporte em massa. O transporte público é bom só para quem não o utiliza.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

José Mário
E se juntarmos a anarquia das cargas e descargas de mercadorias que dificultam o trânsito, os buracos nas ruas e nos passeios, a deficiente sinalização rodoviária e turística e os piqueniques nas zonas nobres de Lisboa e muito mais, então percebemos que mais uma vez não há um plano de intervenção articulado. É tudo feito aos bochechos, de forma desconcertada. Esta forma de governar Lisboa tem sido um caos.

Bartolomeu disse...

Muito provávelmente, a próxima medida a adoptar pela Câmara Municipal de Lisboa, terá a ver com a proibição de peões com mais de cinquenta anos de idade, circularem pela Baixa da cidade e sobretudo, premanecerem parados junto a monumentos e ainda, frente a edifícios classificados como de interesse público. Isto porque, como está científicamente provado, os sistemas digestivos dos individuos com idades superiores a cinquenta anos, são mais propensos à formação de gases, os quais degradam grandemente a pedra e o metal.
Em alguns grandes museus de todo o mundo, começaram a ser adoptadas medidas que visam minimizar este flagêlo que tem afectado e degradado fortemente muitas obras de arte expostas. Uma das medidas adoptadas, foi a protecção das mesmas, colocando-as dentro de redomas em vidro seladas, por forma a que qualquer contacto com o ar exterior, seja impossível.
Este exemplo poderia perfeitamente ser adoptado pela Câmara Municipal de Lisboa, relativamente por exemplo à estátua equestre de D. José I no Terreiro de Paço, dado que, como todos saberão, o cavalo era de côr branca e apresenta-se actualmente ver. Por certo, ninguém duvidará porquê...

Anónimo disse...

Só um comentário ao comentário da Margarida (11:48): eu utilizo o Metro em Lisboa. Eu apanho o Metro na Baixa/Chiado. Faço-o, antes de mais, por que me é cómodo. E quanto aos odores, é a vida. Há quem prefira os expelidos pelas viaturas, está visto...
Por isso, Margarida, com todo o respeito atrevo-me a dizer o contrário da sua opinião - só diz mal dos transportes públicos quem não anda neles.

Pedro disse...

Caro Ferreira de Almeida,

Mais uma medidinha.

O Rio torra dinheiros públicos com corridas de carripanas velhas e o Costa risca os mesmos da baixa com uma lei absurda.

Estão vistas as diferenças entre PS e PSD ao nível autárquico.

Cumprimentos,
Paulo