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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O PS e a estratégia da preguiça

O PS recusa; o PS rejeita; o PS discorda; o PS opõe-se; o PS desdiz; o PS nega…
O PS não aceita; o PS não admite; o PS não aprova; PS não reconhece; o PS não se presta a …
Se o PIB vai crescendo, o PS diz que diminuiu
Se o desemprego vai decrescendo, o PS diz que aumentou
Se os yields da dívida pública vão diminuindo, o PS diz que a dívida aumenta
Se diminui o défice, o PS diz que não se cumpriu o orçamento
Se aumentam os impostos, o PS diz que se devia cortar na despesa
Se se corta na despesa, o PS diz que se devem é aumentar os impostos  
O PS não afirma, não propõe, não tem estratégia, nem rumo. Ou melhor, tem: limita-se a dizer que não e adoptou a preguiça como lema.
Só se lhes reconhece uma única afirmação: dizem, muito enfatuados, que querem ser governo!...   

13 comentários:

Carlos Sério disse...

O PSD recusa travar a austeridade; o PSD rejeita políticas de criação de empregos; o PSD discorda das políticas de crescimento; o PSD opõe-se à renegociação da dívida; o PSD desdiz; o PSD nega…

O PSD não aceita; o PSD não admite; o PSD não aprova; PSD não reconhece; o PSD não se presta a …

O PSD impõe o “custe o que custar” contra tudo e contra todos.

Se o PIB vai decrescendo, o PSD diz que aumenta (desceu de 1,1% do PIB no 2º trimestre de 2013 para apenas 0,2% no terceiro trimestre 2013; no ano de 2013 a recessão será de pelo menos -1,0%)

Se o desemprego vai decrescendo (descontando os números da emigração, a desistência da procura de trabalho e os falsos empregos oferecidos pelo IEFP) o PSD diz que aumentou.

Se os yields da dívida pública vão diminuindo, o PSD diz que a dívida pública diminuiu (na verdade a dívida pública aumentou de 124,1% em 2012 para 129,4% em 2013).

Se diminui o défice, o PSD diz que cumpriu o orçamento (na verdade, o défice apesar de um saque brutal de impostos de mais de 4.000 milhões de euros em 2013 e em 2012 ter aumentado a austeridade para o dobro, enquanto o memorando da Troika exigia medidas de consolidação orçamental no valor de 5.073 milhões de euros, o Governo decidiu agravá-las para um valor de 9.042,3 milhões (Relatório do OE-2012), os resultados, descontando as receitas extraordinárias, são drasticamente maus. Refira-se que no memorando inicial previa-se um défice para 2013 de 3% do PIB e uma dívida pública de 115,3%).

Se aumentam os impostos sobre o trabalho, o PSD diz que não se deve cortar na despesa, (Rendas excessivas da EDP, PPP, benefícios fiscais, aquisição de serviços, etc).

Se se corta na despesa de Educação, Saúde, Protecção social, o PSD diz que tudo isto é necessário porque não se devem aumentar os impostos sobre o capital, sobre as transacções financeiras ou sobre dividendos do capital).

O PSD afirma e reitera a política do “custe o que custar”, uma austeridade sem objectivos, propõe aumento de impostos sobre o trabalho, propõe uma estratégia neoliberal de destruição da nossa economia em favorecimento dos grandes grupos económicos e financeiros, tem um rumo para a desgraça, e assim o PSD não desistirá prosseguir.

Só se lhes reconhece uma única afirmação: dizem, muito enfatuados e de modo arrogante, que querem continuar a ser governo!...



Pinho Cardão disse...

...Donde, posso concluir que o PS não traz qualquer valor acrescentado. Se um diz sim, o outro diz não e vice-versa.
E assim vamos (sobre)vivendo!...

Bmonteiro disse...

O PS consegue, ainda, desempenhar papel idêntico ao do PSD de Passos contra Sócrates.
Está-lhes na massa do sangue, como duas metades da «noz bloco central» de que falou Joaquim Aguiar: duas metades semelhantes.
Ainda conforme JA, já sem esquerda nem direita, com PS e PSD ambos com o BC inserido nas suas naturezas.
Ambos a perseguir os mesmos interesses. O poder, como forma de se alimentarem e alimentarem clientelas comuns.
Seguro, a seguir quer Holande, quer Passos da oposição ao PEC 4.
Justificativo: formação académica jota.

opjj disse...

Foi tão fácil distribuir mordomias à conta de dívida! Ainda este mês mais 1500 aposentados com boas pensões à custa da dívida. Os poços também secam.
Há dias conversando com um médico espanhol, este certificou-me que o limite da pensão em toda a Espanha é de 2000€. Bom, há 2 anos um amigo espanhol de Sevilha, dizia-me, tenho de poupar só tenho 2000€. Eu repliquei, mas o seu salário na aeronáutica não era de 5000€!Era,mas a pensão tem limite de 2000€.
Por cá há tantos mamões com 2 e 3 anos num serviço e tiram muito mais.
Foram as tais cabeças pensantes que pululam por aí a dar bitaites.

Unknown disse...

mas o paradoxo inexplicavel é que o holandinho saloio vai na calha para ser o próximo 1º

Pinho Cardão disse...

Caro OPJJ:
Acontece que, segundo creio, esse é o primeiro pilar da segurança social espanhola. Baixo. Depois, existem o segundo e o terceiro, com prestações voluntárias. E todas são sagradas, o Estado não lhes toca.
Por outro lado, se vir o que se passa por cá com a CES, que chega aos 40%, as pensões altas ficam reduzidíssimas, porque sobre elas também recai um IRS com taxa marginal superior a 50%.

Gonçalo disse...

Dr. tem toda a razão.

Fim das provações?

Porque somos tão cegos e surdos no que se refere à realidade? Porque não a enfrentamos olhos nos olhos?

A verdade é que a saída da troika não nos vai trazer de volta os dias faceis do PS e de Sócrates. Não estamos numa crise ou num período menos bom que se vai reverter. Já escrevi isto N vezes. Estamos num processo de ajuste. E o ajuste só estará completo quando o défice se anular. Quando ficar a zero. Até lá, será sempre a descer. Estamos a "aterrar" (como um avião na pista) na realidade.

O défice público estará em 2014 nos 4%. Temos vindo a faze-lo descer (todos temos pago por isso) 1 a 1,5% ao ano. A este ritmo (sim, mais cortes nos rendimentos e/ou mais impostos) teremos ainda 3 anos até ao défice zero.

O Estado, com Sócrates gastava mais 20% do que recebia. Isso engrossou a dívida até níveis que impossibilitaram a nossa vida (os juros a pagar subiram e as taxas também). Ficamos na bancarrota.

Hoje, o Estado está mais pequeno. Gastará em 2014 apenas mais 8% do que recebe. Mas não acabou o ajuste. Precisa de desbastar esses 8%...

A saída da troika apenas indica que percorremos a parte inicial do percurso. Quem vier (ou ficar) terá que completar o trabalho. Mas o que foi feito até agora, invertendo as praticas socialistas anteriores, deu confiança a quem nos empresta e, por isso, temos (voltamos a ter) quem nos empresta para refinanciar a dívida existente e o valor do défice (que, como todos os défices, engordam a dívida).

Seguro está inseguro. Pois sabe que mente com todos os dentes ao dizer que vai inverter o processo da austeridade. Não vai, não pode, não tem dinheiro, e quem o tem, não lhe vai emprestar porque não confiam nele e no que promete. O tempo da cigarra ainda não chegou. É preciso mais formiga...

Hollande, Seguro, venha o diabo e escolha.

O Estado (também o social, dos serviços públicos, das pensões e subsídios) terá que continuar a emagrecer e a reduzir. Até se ajustar à riqueza produzida no País. Mas, nesta matéria há políticas a corrigir. E nunca para o que defende a esquerda, pois a austeridade terá que continuar. Mas numa outra direção que já indicamos aqui. Políticas de gestão da dívida (mais interna, menos externa) e de redistribuição do trabalho existente. Neste caso, através dum exercício de partilha comunitária, de solidariedade social interessante que reduziria os rendimentos de quase todos mas que, em contrapartida, faria subir a sua qualidade de vida (menos tempo de trabalho), ajustaria as empresas e o Estado e reduziriam o desemprego e os consequentes custos sociais.
http://notaslivres.blogspot.pt/2012/10/medida-3-divisao-distribuicao-do.html

Carlos Sério disse...

Caro Gonçalo,
Não é o estado social que tem que emagrecer, a não ser que queiramos ser um país do chamado terceiro mundo. O que terá que emagrecer são os benefícios fiscais, é a administração pública espalhada por mil fundações, comissões, autoridades, agências, institutos, empesas municipais, etc, enfim todos os órgãos do Estado criados sobretudo a partir do governo Guterres, órgãos do Estado paralelos à administração, parasitários e completamente dispensáveis. A demonstração da sua dispensabilidade torna-se visível se verificarmos que qualquer função do Estado, quanto à qualidade e ao preço, não se encontra melhor hoje do que há 20 anos atrás.
Nós temos hoje gastos na Educação, Saúde e Protecção Social abaixo da média da União Europeia. Não é com o aniquilando do estado social que vamos lá. Pode crer. Apenas nos tornaremos uma sociedade mais pobre e atrasada.
Por outro lado, será necessário aumentar os impostos sobre o capital. O capital financeiro tem gozado de uma impunidade fiscal inadmissível. As grandes empresas também gozam de benefícios fiscais inadmissíveis. É preciso pura e simplesmente acabar com os benefícios fiscais ao capital.
De qualquer modo será também necessário dizer que a responsabilidade da crise que vivemos é sobretudo da crise internacional iniciada nos USA. A nossa dívida desde há muitos anos rondava os 60% do PIB e só começou a subir vertiginosamente a partir de 2008. Recorde-se que em 2007 a dívida pública permanecia na casa dos 60% do PIB e o défice andava na casa dos 3%. Nada que se compare com o estado actual das nossas finanças públicas – uma dívida na casa dos 130% e um défice que não cai abaixo dos 5%, apesar de uma austeridade somada de cerca de 10% do PIB (9.042,3 milhões em 2012 e 5.300 milhões em 2013) sem contarmos com as receitas extra da venda de património e com o agravamento de 3.901 milhões previstos para 2014. Aonde nos conduz toda esta austeridade? A consolidação orçamental está longe de verificar-se e a dívida pública aumentou 30% nestes últimos três anos. O desemprego continua a aumentar, se considerarmos os efeitos da emigração e outros, e o crescimento continua em recessão, cerca de -1,0% em 2013. Não é pelo caminho que o governo está a seguir que o país sai do buraco em que se encontra. Pode crer.

Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:
Bom, e passando além das considerações que fez, que não quero agora comentar, diz o meu amigo que "não é pelo caminho que o governo está a seguir que o país sai do buraco em que se encontra". Até admitito que o governo se meteu por atalhos que só retardam a marcha.
Mas o meu post era sobre o estado de negação do PS. O PS só diz não. Mas não aponta qualquer alternativa. E, como sempre,a avaliar pelo passado, se chegar ao governo vai manter tudo como encontrou. Pois, se não sabe agora qual a alternativa, muito menos a saberá quando tiver responsabilidades governativas. Isso se algum dia compreender o que isso seja.

Carlos Sério disse...

Caro Pinho Cardão,
Abstraindo alguns apontamentos de Seguro, como "basta de
o caminho da austeridade" ou "iremos repor os cortes nas pensões" e pouco mais, que valem o que valem, e se recordarmos as promessas de Hollande, bem, então não valem mesmo nada, concordo consigo.
Portugal não merecia ter como lideres um Passos ou um Seguro. E então, logo em simultâneo, é demais.

Gonçalo disse...

Caro Carlos Sérgio
O Estado terá de emagrecer. Como o maior peso do Estado é o Social, também por aí terá de ser...
Não temos de ser do terceiro mundo, mas a verdade é que não produzimos riqueza para ser do primeiro. Não temos de ser pobres ou ricos. Temos de ser o que tivermos de ser à nossa medida.
Os benefícios fiscais, a administração pública espalhada por mil fundações, comissões, autoridades, agências, institutos, empesas municipais, etc terão alguma despesa excessiva. Mas são "amendoins". A correção urge também aí. Mas não é nunca o que vai acertar as contas.
Quanto aos gastos na Educação, Saúde e Protecção Social abaixo da média da União Europeia, a verdade é que também produzimos abaixo dessa média. Não podemos produzir menos e gastar mais. Esse é sempre o erro das cigarras (face às formigas).
O Estado Social não tem que ser aniquilado. Tem de ser ajustado. Porque se não for assim, estamos agir socialmente com recurso a empréstimos que terão de ser pagos no futuro. Ou seja Estado Social a mais hoje (pedimos emprestado) para Estado Social a menos amanhã (pagamos o empréstimo). E isto já está a acontecer. Mas vai agravar-se e é um caso de egoísmo de geração.
Os impostos a aumentar são os diretos. Os outros, sobre os capitais e rendimentos até devem ser eliminados. O capital vai para onde se sente melhor (mais seguro, mais remunerado, menos taxado). Quer o dinheiro cá? Para investimento, crescimento e aumento de produção transacionável? Então não pode tratar mal esse dinheiro. Pois ele foge...

A responsabilidade da crise resulta de um facto simples. Que também ocorre nos EUA: tém défice, aumenta a dívida que, já se viu, não se resolve com a criação de moeda.
A dívida aumenta se houver défice. Ora o défice está aí ainda para durar... A 1% ao ano, ainda nos esperam 4 anos de cortes. Sempre por cima dos anteriores, que não se retiram...
A oposição quer o fim da austeridade. Logo, quer mais despesa (mais dévice). E assim, espera que a dívida recue? É contraditório.
A austeridade é incontornável enquanto não ajustarmos. O crescimento é uma ilusão. Porque mesmo que aconteça será mínimo e não criará emprego (mantendo-se a pressão social nos subsídios). A consolidação orçamental só se verificará se continuarmos a cortar (a partir do ponto actual já resultante de muitos cortes). E só aí acabará o défice e a dívida deixará de subir.
Há um melhor caminho a seguir, mas esse caminho não dispensa a austeridade nem é o caminho apontado pela esquerda.

Carlos Sério disse...

Gonçalo,
Que grande confusão. Os gastos com os órgãos parasitários do Estado “são amendoins”, acha? Não acredite em tudo o que diz o Medina Carreira. Bem tais gastos correspondem a mais de 6% do PIB. Para já não falar dos custos da corrupção institucional que estão longe de ser “amendoins”. Hoje mesmo veio publicado nos jornais que quase 50% dos concurso do Estado são por ajuste directo.
Quanto às possibilidades dos países - repare que estamos a falar em percentagens do PIB quanto aos gastos sociais, tome nota: um país com maiores possibilidades, gastará sempre mais pela simples razão de que a mesma percentagem do seu PIB em relação a qualquer outro tem um valor maior. Consegue agora compreender que a história cantada pelos governantes de que nos países com maiores possibilidades, quando tratadas as despesas em percentagens do PIB, não fazem sentido e só enganam os incautos? Isto significa que a sua argumentação que “produzimos abaixo da média “ não faz qualquer sentido.
Quanto à questão dos impostos há muito que a cartilha neoliberal está desacreditada. “Os apologistas da desigualdade – e são muitos – afirmam que dar mais dinheiro aos do topo será benéfico para todos, em parte porque isso gera crescimento. Esta ideia é chamada de “economia trikle-down”. Tem uma longa existência. Ora, os que acreditam numa economia trikle-down chamam a isto a política da inveja e defendem que não devemos olhar para o tamanho relativo das fatias, mas sim para o tamanho absoluto do bolo. Dar mais aos ricos implica um bolo maior, por isso, embora os pobres e a classe média fiquem com uma porção mais pequena do bolo, a fatia com que ficam é aumentada. Na realidade, dá-se o oposto: no período de desigualdade crescente o crescimento foi mais lento e o tamanho da fatia dada à maioria dos norte-americanos tem diminuído. Numa economia moderna o Estado define e faz cumprir as regras do jogo - define o que é concorrência leal, que acções devem ser catalogadas como anti competitivas e ilegais, distribui os recursos e corrige a distribuição de rendimentos que emergem do mercado configurados pela tecnologia e pela política, fazendo uso dos impostos e das contribuições sociais”. (Josef E. Stiglitz)

Gonçalo disse...

Carlos Sérgio
Provavelmente grande parte do que chama orgãos parasitários asseguram o Estado Social que defende. Pois 6% do PIB é, realmente uma enormidade.
Não produzimos abaixo da média europeia? Deve estar a brincar...
Quanto à economia trikle-down, não acredito nela. Mas também não acredito na sua.
A verdade é que dar mais a uns tirando a outros não faz crescer nada. É a economia Robin dos Bosques. Ou melhor sim, faz crescer a pouca vontade de produzir a quem produz... Logo, logo, o bolo estará mais pequeno.
A economia que defendo é que terá de ser definido um valor proporcional à produção do pais a distribuir para efeitos sociais. O resto deve ser mantido como retribuição a quem produz. Nunca, mas nunca, pedir emprestado para fazer social(ismo). Pois isso é egoismo de geração. Mais social hoje, emprestado, para menos social, amanhã, pois há dívidas a pagar.
Amanhã? Não. Já acontece hoje: a cigarra Sócrates gastou e fez socialismo com dinheiro emprestado. Hoje, temos que pagar essa dívida o que nos leva a menos social e à austeridade.