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quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Ai, os húngaros!...

Parece que continuam os protestos na Hungria, exigindo a demissão do socialista Primeiro-Ministro Gyurcsány, na sequência da revelação das declarações que proferiu secretamente num encontro com o seu Grupo Parlamentar, na estância do lago Balaton e que trancrevem do Diário de Notícias: "Fizemos merda, não um bocado, mas muita. Ninguém na Europa fez disparates semelhantes [nas contas públicas]. É evidente que mentimos ao longo dos últimos 18 meses", diz Gyurcsány, na gravação. E, mais à frente: "Não fizemos nada durante quatro anos, nada. Não podem citar uma única medida de que possamos orgulhar-nos, excepto o facto de termos saído da merda no fim [a vitória eleitoral]".
Não percebo tanta agitação e a exigência da demissão, já que o homem até foi muito sincero e correcto na análise e, além do mais, perspicaz, ao fazê-la perante os seus parlamentares, a maneira mais prática de elas virem a ser conhecidas, sem o ónus de as dizer publicamente.
Por isso, o que os húngaros faziam de melhor era reelegê-lo de imediato, até porque teria mais dificuldades em mentir no futuro.
Mas, segundo os media, os húngaros preparam-se para escolher um novo Primeiro-Ministro que conviva melhor com a verdade.
Se é essa a única razão, santa ingenuidade, a dos húngaros!...
E politicamente incorrectos. Então não é que se indignam agora com as mentiras públicas de uma esquerda que sempre reivindicou para si a superioridade moral inscrita no seu código genético? Onde é que isto nos poderá levar!...

2 comentários:

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão

Relativamente aos protestos húngaros é um assunto que deveria ser seguido com toda a atenção pelos portugueses comprometidos e interessados pelo fenómeno político.
Há pouco mais de dez anos que sairam de uma ditadura comunista e demonstram já uma maturidade política e um grau de exigência que não me deixa de surpreender.
A seguir com muita atenção porque vai ter consequências na região.
Cumprimentos
Adriano Volframista

Nuno Nasoni disse...

O primeiro-ministro, segundo citação, disse "Ninguém na Europa fez disparates semelhantes [nas contas públicas].".

Não sei que pretexto será mais forte para a sua demissão: se o facto de ter mentido, ou a enorme ignorância que revela sobre os seus parceiros europeus...