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segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Bufa-lhe, Zé!...

Não há como sair de Lisboa para ainda ouvir algumas das expressões castiças da língua portuguesa.
Neste fim de semana, entrei num restaurante nas imediações de S.Pedro do Sul, com o curioso nome de Manjar do Retiro, onde logo se notava um ruidoso e alegre grupo de sete cavalheiros, da zona da meia idade, que tomavam conta da mesa e da sala.
Éramos também sete e ficámos sentados na mesa ao lado, não deixando de apreciar, algumas vezes a contragosto, a bem disposta balbúrdia dos nossos vizinhos.
Depressa se notou que um deles fazia anos e, pelo fim do almoço, chegou um enormíssimo bolo de aniversário.
Depois de devidamente festejado, e acesas algumas dezenas de velas, fez-se um momentâneo silêncio. O suficiente para um dos comparsas gritar para o aniversariante: bufa-lhe, Zé!..., o que, por bem audível, provocou a risota geral!...
Mais adiante, com os cafés, um deles resolveu inovar, deitando uns “cheirinhos” de vinho no dito. Perguntou-lhe um dos meus parceiros de mesa. Então que tal? Gosto de café, mas com sabor diferente, respondeu!...
De facto, neste mundo uniformizado, ainda há umas alegres desigualdades!...
Claro que do enormíssimo bolo, nada restou. Foi o aperitivo para o jantar, segundo ouvi!...

1 comentário:

Frederico Lucas disse...

Portugal é assim mesmo.
Cheio de singularidades!
Lisboa é, e será sempre, uma metrópole.
Mas, o interior "oferece" o calor, o pitoresco, a FRATERNIDADE.

Na metrópole procuro o anonimato. Na minha minha vila encontro o reconhecimento da minha contribuição social.

Demorei 30 anos a perceber qual queria para o dia-a-dia.