Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Francisco José Viegas - mais um livro de poemas

"Se me comovesse o amor como me comove
a morte dos que amei, eu viveria feliz. Observo
as figueiras, a sombra dos muros, o jasmineiro
em que ficou gravada a tua mão, e deixo o dia
caminhar por entre veredas, caminhos perto do rio.
Se me comovessem os teus passos entre os outros,
os que se perdem nas ruas, os que abandonam
a casa e seguem o seu destino, eu saberia reconhecer
o sinal que ninguém encontra, o medo que ninguém
comove. Vejo-te regressar do deserto, atravessar
os templos, iluminar as varandas, chegar tarde.
Por isso não me procures, não me encontres,
não me deixes, não me conheças. Dá-me apenas
o pão, a palavra, as coisas possíveis. De longe.
Chama-se: "Se me Comovesse o Amor", edições quasi.
É mais um dos livros de poemas de que Francisco José Viegas é autor.
Foi hoje lançado na casa Fernando Pessoa e o Autor revelou que era um livro assim que agora lhe apetecia fazer..."pequenino, onde está o que agora exactamente sinto".
Já o li todo...mas é um livro para se ir lendo...a poesia de que gosto vou-a lendo, há sempre um dia em que apetece chegar à estante e ler aquele poema.
Parabéns ao Francisco José Viegas, mais um belo livro na sua extensa obra literária e não só...como Pedro Mexia hoje disse, durante a apresentação, Francisco José Viegas tem uma singularidade: "faz variadíssimas coisas e todas bem"!
Uma das muitas que fez brilhantemente bem...foi o prefácio do "4ªRepública"!
Bairrismos à parte, os Transmontanos são assim!!!

4 comentários:

Suzana Toscano disse...

Logo o título é uma beleza, muitos parabéns ao Francisco Viegas, o 4r esteve muito bem representado pela Clara mas mesmo assim tive pena de não ter ido. mas deixe-nos ler o livro que logo lhe damos notícia!

Pinho Cardão disse...

Francisco José Viegas é um intelectual aberto à vida e à sociedade: escritor, romancista e poeta de grande relevo, crítico literário sério,divulgador emérito, espírito dado a todas as artes, incluindo a de bem comer, bem beber e bem fumar, jornalista e cronista brilhante, bloguista de largo espectro, da política, às artes, da literatura ao desporto, incondicional adepto do FCP, um homem eclético e com enorme sentido de humor.
Estive na apresentação, mas não ouvi as palavras proferidas, já que o mar de gente me fez ficar nas escadas.
Mas, pelos dois ou três poemas que já pude ler, aqui vão os meus parabéns ao autor.
E fez muito bem a Clara em lembrar a apresentação!...

Bartolomeu disse...

Belo excerto, saboroso aperitivo para a obra.
Evidência um excelente olhar refractor sobre a morte, o amor e o simbolísmo que os envolve no condicionalismo das nossas vidas.
Tal como refere, Drª Clara, no bem explicado prefácio do 4ª República, fica esse olhar muito patente nos dois últimos "capítulos" do mesmo prefácio, onde refere a urgente necessidade do nascimento de uma IV República que na impossibilidade de deixar a utupia, abandone definitiva e determinadamente o limiar.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Clara
Que bonito o poema que escolheu!
"Se me Comovesse o Amor" é mesmo um título comovente que apetece ler, até porque Francisco José Viegas, que está de parabéns, escreveu um "livro assim que agora lhe apetecia fazer...".