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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Óptima notícia para 2008: inflação sobe menos que os preços

Num dos jornais on-line do último dia do ano podia ler-se este título de antologia: “Preços dos bens e serviços vão subir mais que a inflação em 2008”.
Achei este título um prodígio de imaginação do marketing oficial, que já atinge o chamado “requinte de malvadez” como se usava dizer no meu tempo de estudante.
Entrando na notícia, percebia-se que:
- “Inflação” em 2008 é o valor previsto/desejado pelo Governo: 2,1%.
- Preços dos bens e serviços são um conceito diferente, correspondendo àquilo que o consumidor vai pagar a mais do que pagou em 2007 pelos mesmos bens e serviços que adquirir.
Temos assim que foi possível, finalmente, a comunicação social fazer o chamado “decoupling” entre os preços e a inflação.
Assim, inflação passa a constituir um conceito inamovível, fixado à priori e cujo valor se mantém independentemente do que for o comportamento dos preços.
Quanto aos preços que vierem a verificar-se, esses poderão ser quaisquer que isso não terá influência na inflação oficial!
Confesso que desta não me tinha nunca lembrado…mas que é uma conquista de grande alcance, não posso deixar de reconhecer e até de lhe “tirar o chapéu”!
Assim ficará imensamente facilitada por exemplo a negociação das variações salariais, na função pública e noutros sectores…não há que ter quaisquer dúvidas quanto ao valor da inflação uma vez que este deixa de ter relação visível com a evolução dos preços.
Os Sindicatos, suas Federações e Uniões, poderão finalmente ter um ano tranquilo sem necessidade de grandes reivindicações.
Os aumentos que se anunciam, de dois dígitos, nos bens alimentares não deverão constituir motivo de preocupação…a inflação está ancorada, amarrada, nos 2,1%, não há motivo para qualquer alerta amarelo, laranja ou de qualquer outra cor…
O único problema é que o BCE pode vir a ter opinião ligeiramente diferente e estragar-nos a festa…mas também aí já recebemos garantias de que nada de especial vai acontecer em 2008.
Podemos assim ficar tranquilos e esperar que em 2008 só nos aconteçam coisas boas como augura a nossa querida Margarida.
A esta luz, só não entendo o pessimismo do Dr. Mário Soares… a quem desejo, não obstante, um Bom Ano Novo!

21 comentários:

Tonibler disse...

E ainda há quem pense que o governo não faz reformas...faz revoluções!

O pessimismo do Mário Soares deve ser para contrastar com o optimismo de Cavaco Silva que deve ter saido há um bocado de um qualquer mundo virtual só dele. Bom ano para ele também, lá no sítio onde vive.

Votos de excelente ano para todos os 4Republicanos


(Para o Mário Soares não há votos, nem mesmo de bom ano...)

Tavares Moreira disse...

Caro Tonibler,

Agreço e sinceramente retribuo seus votos de Bom Ano.
Quanto ao contraste que regista, com a sua habitual perspicácia, nas opiniões/vaticínios de Mário Soares (pessimista) e de Cavaco Silva (optimista), isso talvez tenha relação com o tema deste Post e não será difícil de explicar.
Com efeito, Mário Soares tem fama (não sei se proveito) de se dar mal com números e variáveis económicas. Deve fazer-lhe imensa confusão esta distinção/separação entre inflação e aumento de preços...deve desconfiar do tema.
Já Cavaco Silva, economista reputado, ter-se-á apercebido da importância desta inovação que, se for bem aproveitada como é de esperar, poderá trazer imensos benefícios à gestão económica do País.
O seu optimismo (que não posso confirmar pois não ouvi a declaração) terá pelo menos esta boa base de sustentação.

PA disse...

Em nome dos Portugueses, o Senhor Presidente da República pergunta:

"- Será possível reduzir a taxa de desemprego?
- Os sacrifícios da última meia dúzia de anos garantem um futuro melhor?
- Conseguirá o País aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da União Europeia?
- Será que Portugal pode vencer?"

Duvido muito que a política do actual Governo responda (passado e futuro) positivamente a estas questões.


Com coragem e acutilância, há um apelo pelo PR, quanto ao fosso de desigualdade social, em matéria de rendimento, que se verifica em Portugal. É um facto !!!
Mas não será também um facto, a existência desse fosso, no Sector Público ?

"Há, hoje, no País um reavivar do espírito de voluntariado, uma maior sensibilidade das empresas quanto à sua responsabilidade social e é mais forte o movimento de solidariedade em relação aos desfavorecidos.

Apesar disso, e do esforço do Estado na área da protecção social, não podemos deixar de nos inquietar perante as desigualdades na distribuição do rendimento que as estatísticas revelam.

Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e a necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores."

Não me incomoda NADA que se verifiquem altos rendimentos, o que não me deixa tranquila é saber que, há pessoas que trabalham muito e "no duro", dando o seu melhor, e ao fim do mês, recebem um vencimento que mal dá para pagar uma renda de casa ou uma prestação bancária de habitação.

E que, para as segundas, a partir de hoje dia 2, a vida ainda vai ficar mais difícil, com os aumentos nos bens essenciais, nos transportes, etc.

É pena que o regime presidencial não detenha mais poderes...

CCz disse...

Sintomático dos tempos que correm.

Anthrax disse...

Ora pois então, cá estou eu. Aproveito para começar a desejar-vos a todos um bom ano de 2008 e saltamos já para a parte da "pancadaria".

Confesso-vos um coisa, nunca - até esta data - tinha tido a minha agressividade tão à flor da pele. É impressionante o que práticas e políticas de gestão terrorista conseguem fazer a uma pessoa. Neste sentido, qualquer criatura que seja optimista face a uma situação económica destas ou é esquizofrénico e fala com amiguinhos invisiveis ou anda a consumir substâncias ilícitas (daquelas bem pesadas).

Lamento mas não consigo ser sensível a discursos hipócritas, mesmo sabendo de antemão que é preciso haver discursos optimistas. Não é possível apelar à solidariedade de ninguém quando há um ataque cerrado à classe média. É tipo limpeza étnica, quanto mais depressa se acabar com ela tanto melhor. De seguida, apelar ao voluntariado é a mesma coisa que dizer: "Malta! Toca a trabalhar à borla!" e pior, é estar a comparar-nos descaradamente a um país da Africa sub-sahariana que precisa das esmolas dos outros para poder sustentar as suas populações. Que tal chamarem as organizações humanitárias estrangeiras? Ou que tal pedirem aos EUA para mandarem os C-130 despejarem uns caixotes com bens de 1ª necessidade ali para o interior do país?

Estamos numa situação "porreira, pá". E o mais fantástico é que só agora é que repararam no fosso que há entre as remunerações entre os altos dirigentes (sendo que alguns até são bem rasteirinhos) e o resto das pessoas que trabalham! Isto é lindo! A sério que é. Até parece que se está a falar numa situação nunca antes vista.

E no meio disto tudo ainda me vêm com preocupações sociais?!? Como diriam os «amaricanos» em dia não: «I couldn't give a rats ass about your concerns»! Se estão preocupados então façam alguma coisa, porque o facto de estarem preocupados "per se" não enche a barriga de ninguém.

invisivel disse...

Afinal, o Drº Tavares Moreira sempre nos brindou com mais uma boa notícia para 2008...além dos dias mais longos. :)))

PA disse...

Pois é, Anthrax, mas o PR que rejeita manifestamente, como provou em 2007, o papel de "Rainha de Inglaterra", pouco mais pode fazer, do que aquilo que faz, tendo em conta os actuais poderes presidenciais da República Portuguesa.

Não me pareceu um discurso hipócrita, talvez um discurso (moderado, com pontos acutilantes) de quem está consciente da gravidade da situação, não ?

Ou sugere o Anthrax ... o uso da "bomba atómica", para resolução do actual "status quo" ... ?

Sim, porque quem governa não é o PR.

Tonibler disse...

Cara Pézinhos,

Se me permite, o discurso do PR não é apenas de Rainha de Inglaterra, é de Raínha de Inglaterra loura platinada. Se aquilo que ele tinha que dizer sobre a situação é que temos muitos sinais positivos mas os dirigentes das empresas ganham muito, então ainda bem que os poderes do PR são esses.

PA disse...

Acha mesmo, Tonibler ????

Eu "por acaso" não fiz essa leitura. Li nas entrelinhas do discurso do Senhor Presidente, que há uma classe média em puro sofrimento, e que não pode um alto dirigente de uma empresa, viver de "boa consciência" com o seu (dele) chorudo e principesco ordenado, sabendo que uma parte dos colaboradores (funcionários) da empresa, o que ganham, mal chega para pagar renda de casa, comida, transportes, etc...

O sucesso dos altos dirigentes também passa pelo sucesso e realização pessoal e profissional dos seus subordinados, na minha maneira de ver. Certo ou errado ?

Afinal somos Europeus ou economicamente somos africanos ?


Sabe uma coisa ? E também para o Anthrax, convido-vos a visitar, algo que significa - afectivamente (e não só !) - muito para mim. Nasci dentro deste Grupo.

http://industriacuf.blogspot.com/

Pois. É que em 1974, o GRUPO CUF era assim:

Banca e Investimentos Financeiros

Banco Totta & Açores (1970)
Banco Totta – Standart de Angola (1966)
Banco Standart Totta de Moçambique (1966)
SOGESTIL – Sociedade de Gestão de Títulos
SOGEFI – Sociedade de Gestão e Financiamento (1964)
Sociedade Geral
International Factors Portugal (1965)
COBRIMPE – Cobranças, Organização e Assistência a Empresas (1972)


Indústria de Construção

EMACO – Empresa de Gestão e Construções (1964)
REALIMO – Estudos e Realizações Imobiliárias (1969)
FUNDUS – Administração e Participações Financeiras
SAEMA – Empreendimentos Financeiros e Comerciais (1964)
IMOBUR


Seguros e Resseguros

Companhias de Seguros Império – Sagres – Universal


Engenharia, Organização e Consulta

ENI – Electricidade Naval e Industrial (1969)
FRINIL – Frio Naval e Industrial (1971)
Empresa Geral de Fomento, planeamento e coordenação de empresas (1947)
NORMA – Sociedade de Estudos para o Desenvolvimento de Empresas (1963)
PENTA – Publicidade (1970)
PROFABRIL – Centro de Projectos (ex. centro de projectos C.U.F.)


Sector Químico

Interacid, Inc. (1971)
Companhia Portuguesa do Cobre (1943)
U.F.A. – União Fabril do Azoto (1948)
Lusofane (1962)
PREVINIL – Empresa Preparadora de Compostos Vinílicos (1969)
Microfabril – Sociedade Industrial de Bioquímica (1961)
VECOM – Sociedade de Limpezas Químicas e Protecções Especiais (1969)


Sector Têxtil

PROTEXTIL – promoção da indústria têxtil (1963)
SITENOR – Sociedade de Indústrias Têxteis do Norte (1962)
IPETEX – Sociedade de Indústrias Pesadas Têxteis (1965)
CICOMO – Companhia Industrial de Cordoarias de Moçambique (1966)
Companhia Têxtil do Punguè (1959)
SIGA – Sociedade Industrial de Grossarias de Angola (1951)
FISIPE – Fibras Sintéticas de Portugal (1973)


Sector de Higiene e Alimentação

COMPAL – Companhia de Conservas Alimentares (adquirida em 1963)
UNICLAR – Internacional de Cosmética (1971)
UNISOL – Sociedade de Distribuição e Exportação (1967)
SONADEL – Sociedade Nacional de Detergentes (1956)
FLORAL – Sociedade de Perfumaria e Produtos Químicos (1937)
INDUVE – Industrias Angolanas de Óleos Vegetais (1957)
PROALIMENTAR – Companhia de Produtos Alimentares do Centro (1968)
SICEL – Sociedade Industrial de Cereais (1963)
SOVENA – Sociedade Vendedora de Glicerinas (1956)
SOVENCOR – Sociedade Distribuidora de Óleos e Sabões nos Açores (1964)
SAPOMAR – Sociedade Madeirense de Sabões (1966)
SUPA – Companhia Portuguesa de Supermercados: Pão de Açúcar (1969)
GERTAL – Companhia Geral de Restaurantes e Alimentação (1973)
Restaurantes: Alvalade, Varanda do Chanceler, e Alfredo´s (Alvor)


Sector Metalo-Mecânico

MOMPOR – Companhia Portuguesa de Montagens Industriais (1972)
EQUIMETAL – Empresa Fabril de Equipamentos Metálicos (1973)
FERUNI – Sociedade de Fundição (1969)


Sector Eléctrico

JOMAR – cabos eléctricos e telefónicos (adquirida em 1972)
EFACEC – Empresa Fabril de Máquinas Eléctricas (1948)


Industrias Petroquímicas

PETROSUL – Sociedade Portuguesa de Refinação de Petróleos (em associação com a SONAP) 1972
Companhia Nacional de Petroquímica (1972)
Sociedade Portuguesa de Petroquímica (em associação com a SACOR) 1957


Minas

Sociedade Mineira de Santiago (1966)
ECA – Empresa do Cobre de Angola (1944)
Pirites Alentejanas (1973)


Indústria do Papel

Celuloses do Guadiana (1956)
CELBI – Celulose Beira Industrial (em associação com a Billerud) 1967


Tabaco

A TABAQUEIRA (1927)


Estaleiros Navais

LISNAVE – Estaleiros Navais de Lisboa (1961)
NAVALIS – Sociedade de Construção e Reparação Naval (1957)
REPROPEL – Sociedade de Reparação de Hélices Lda. (1971)
GASLIMPO – Sociedade de Gasgasificação de Navios (1967)
SETENAVE – Estaleiros Navais de Setúbal (1971)
Estaleiros Navais de Viana do Castelo (1945)
PROMARINHA – Gabinete de Estudos e Projectos (1969)
H. Parry & Son


Navegação

Companhia Nacional de Navegação (1956)
Companhia Moçambicana de Navegação (1971)
Empresa Africana de Cargas e Descargas (1970)
NAVANG – Companhia de Navegação Angola (1970)
NAVETUR – Agências de Turismo e Transportes de Angola (1971)
NAVETUR – Agências de Turismo e Transportes de Moçambique (1969)
NAVEMAR – Agência de Navegação Marítima e Aérea (1970)
NORTEMAR - Agência Maritima do Norte Lda. (1971)
SAMAR – Sociedade de Agências Maritimas (1970)
SOCARMAR – Sociedade de Cargas e Descargas Marítimas (1969)
SONATRA – Sociedade Nacional de Tráfego (1953)
SOPONATA – Sociedade Portuguesa de Navios-Tanques (1947)
Suprema Compañia Naviera S.A. (Panamá)
TRANSFRIO – Sociedade Marítima de Transportes Frigoríficos (1964)
TRANSNAVI – Sociedade Portuguesa de Navios Cisternas (1967)
TRANSMINEIRA (1970)


Hotelaria e Turismo

HOTAL – Sociedade de Indústria Hoteleira do Sul de Portugal (1962)
SALVOR – Sociedade de Investimento Hoteleiro (1963)


Aluguer de Veículos

EUROCAR – Companhia Nacional de Aluguer de Automóveis (1965)
SARMENTAUTO - Automóveis de Turismo, Lda. (adquirida em 1973)


Empresas Diversas

Companhia Animatógrafica dos Restauradores, (Cinema Éden) 1941
ISU – Estabelecimentos de Saúde e Assistência (1971)
UNIFA – União Fabril Farmacêutica (1951)
TINCO – Sociedade Fabril de Tintas de Construção (em associação com a ICI) 1958
Editora Arcádia, publicação de livro (1957)
Blanchard Portuguesa (1974)
DCI - Desenvolvimento e Comércio Internacional (1974)
Companhia da Ilha do Príncipe
Empresa António Silva Gouvêa
SOCAJÚ
COMFABRIL – Companhia Fabril e Comercial do Ultramar
CPIN – Companhia Portuguesa de Industrias Nucleares (parceria com várias empresas)

Falta aparecer um novo ALFREDO DA SILVA !

A política, mesmo que BOA política, só ... não chega !

PA disse...

A divisa de Alfredo da Silva:

- MAIS E MELHOR !

http://www.josedemello.pt/gjm_gjm_00.asp?lang=pt&local=11

http://industriacuf.blogspot.com/2007/07/como-comeo-deste-meu-blogue-no-poderia.html


Uma incrição no mausoléu de Alfredo da Silva:

"A gratidão é o tributo singelo com que as almas simples pagam a quem lhes faz bem.
Á respeitosa memória de Alfredo da Silva."

Os operários do Estaleiro Naval.

invisivel disse...

Tem razão a pézinhos quando diz que a política só por ser BOA não chega...claro que não chega!

Mas uma política "predadora" do contribuinte também não me parece que seja a indicada para estimular as ideias de potenciais investidores!
Recorda-se de no tempo do grupo cuf haver este "alarido" por parte do poder cada vez que sacam mais uns cobres ao contribuinte!?Certamente que não. O estado deve fazer as coisas com normalidade e não tomar o meio pelo todo.
Daí talvez não apareçam investidores, e termos de levar nestas ocsiões de novo ano, com retórica que são apenas palavras sem aplicação prática.
Penso eu claro...
E diga-me lá com toda a franqueza, cara pézinhos (adoro este seu nick), se tivesse uns milhões para investir, assim de repente, investia-os agora e aqui?

PA disse...

Pergunta muito interessante, Caro ou Cara Invisível.

- "Se tivesse uns milhões para investir, assim de repente, investia-os agora e aqui ?"

deixe-me pensar ....

Ohhhhh Caro(a) Invisível, claro que não, ia já a correr com os milhões num saco, para o Leste, ou para a Índia !!! (ironizo)
Não é o que têm feito investidores europeus (alguns portugueses incluídos) ?

Caro(a) Invisível, então que fazer ? Encerramos o país, para obras ?

Agora a sério...

Temos excelentes técnicos, temos excelentes trabalhadores. A prová-lo, o seu desempenho além fronteiras. Porque não havia eu de investir uns milhões no meu país ?

Como é que é possível um país, como Portugal, com tanto potencial, com tanta coisa por fazer, com um excelente clima, sem terrorismo não ser um bom país para investir ?

Haja seriedade, competência e vontade de vencer.
Penso eu de que ...:-)))

PA disse...

Para "O" ou "A" Invisível !


« Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,
PELO SONHO É QUE VAMOS.

Basta a fé no que temos.

Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.

Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. SOMOS. »


Sebastião da Gama

invisivel disse...

Cara pézinhos:

Sou um!
Então ainda bem que há alguém disposto, alguém que acredita...nunca se sabe quando o euromilhões lhe vai bater à porta; depois quero ver esses investimentos, e espero ser convidado para o lançamento da primeira fábrica...
Nesta coisa dos milhões, diz quem sabe, é fácil: o que custa é o primeiro milhão! Depois é uma somadeira (ouvi o ascensorista, aquele o Sousa Cintra a dizer...,a propósito onde pára esse homem?), embora eu acredite mais na técnica do Joe, e estou sempre à coca a ver se o gajo se descai de alguma forma para ver se também lá chego...
Se eu um dia lá chegar convido-a também para a inauguração duma fábrica!
Bom, diz o povo que enquanto há vida há esperança...
:)))

PA disse...

Ah !!! esclarecida quanto ao género.

Então Caro Amigo, se algum dia a sorte (do euromilhões, ou outra !) lhe "bater à porta", sugiro-lhe onde pode investir os "seus" milhões (LOL !!), que se eu os tivesse, seria um investimento para mim, com grande orgulho e uma aposta ganha:

- A QUIMIPARQUE (ex-CUF), no Barreiro !

Um segundo Terreiro do Paço, com mais de 300 hectares, situado na Margem Sul - (o tal "deserto", como diz o "outro") ... :-))) - à espera de gente com iniciativa, e já agora .... com milhões !!!

Ou a importância estratégica geográfica, daquele espaço urbano, à beira do Rio Tejo, só Alfredo da Silva é que a reconheceu ?

Anthrax disse...

Cara Pézinhos,

Respondendo à sua pergunta, sim. Sou a favor da utilização da bomba atómica para a resolução do status quo.

No ano passado ainda estava naquela do "Ah e tal, isto a conversar é que a gente se entende".

Ano novo, vida nova.

Agora vai tudo na base do pau. Não há mais "cumbersinha".

Tavares Moreira disse...

Caríssimos Comentadores,

Reconhecendo que é um regalo seguir vossos comentários tão cheios de inspiração - nalguns casos poética até, vide Pézinhos n'Areia - não sei por que razão resolveram desviar-se do tema central deste Post.
E esse é, como me esforcei por dizer, a descoberta dos nossos media, acompanhada do suave odor do marketing oficial, de uma inflação que resiste à subida dos preços...que consegue mesmo, assim nos explicam, ser inferior à subida dos preços...
Não compreendo como é que meus Amigos não querem dar-se ao trabalho de enaltecer esta descoberta, a qual tem potencialidade para superar alguns dos problemas graves que têm sido apontados na situação social do País...
Julgo que temos aqui matéria de sobra para reflexão, esta descoberta pode vir a constituir a trave mestra das políticas sociais nos próximos tempos, eliminando as consequências mais gravosas - nas estatísticas - do flagelo da subida dos preços.

Bartolomeu disse...

Caro Dr. Tavares Moreira, será que vamos assistir em 2008 a um sofisticado número de engenharia financeira?
Ou estará secretamente prevista a "inauguração" da já tentada regionalização, fazendo com que a média aritmética da inflacção em algumas regiões, confrontada com o aumento dos preços em outras irá resultar nesse fenómeno que os jornais on-line noticiam?
Aquilo que temos hoje, é uma economia de luta entre as pessoas, uma economia que inclusive, fumenta essa luta e a desigualdade. Hoje, assistimos a um capitalismo socialista que de socialista só tem mesmo o nome, com uma agravante, cerceou-se a o capitalismo que se encontrava espalhado pela iniciativa privada, privando a todos de iniciativa. Gerou-se um estado que pretende ser capitalista, pelo que, as palavras do Sr. Presidente da República, quando se refere aos exorbitantes ordenados dos gestores privados, possa ter implícita a ideia de lhes estar a dizer indirectamente que lhes compete retirar ao estado esse estatuto não assumido de capitalista e serem as empresas privadas a rever-se no mesmo e a dar sinal evidente disso ao estado.
Não vejo melhor forma de controlar essas aberrações "taxa de inflacção, versus preços, versus custo de vida".

Anthrax disse...

Por acaso Dr. TM (e apenas por acaso), tem toda a razão nas suas considerações.

A comunicação social portuguesa devia ser nomeada para o Nobel da Economia uma vez que descobriram que o elo perdido é, na realidade, uma ficção.

E porque é que o elo perdido é uma ficção, perguntam V.exas?

É que o conceito de taxa de inflação é uma coisa e os preços dos bens e serviços (a serem pagos pelos consumidores) são outra coisa completamente diferente.

Não há qualquer relação entre uma coisa e outra e quem disser o contrário é uma ave agoirenta, que não tem qualquer respeito pelo trabalho destes génios criativos.

O céu é cor-de-rosa com lacinhos verdes e quem disser que é azul com umas manchitas brancas anda a tomar os comprimidos errados!

PA disse...

Caro Dr. Tavares Moreira, estou aqui com um problema de consciência do "tamanho do mundo".
Desculpe o OFF-TOPIC.
Mas às vezes as coisas andam tão ligadas, embora possa não parecer, que eu não resisto a "derrapar" do tema.
Sei que me compreenderá.
Cordiais saudações.

Tavares Moreira disse...

Meus Caros,

Aquilo que se pode acrescentar ao que já foi dito é que, com esta soberba inovação - de ter a inflação independente da evolução dos preços - o Governo consegue, com uma varinha mágica resolver um dos mais complexos problemas da gestão económica que é a estabilidade dos preços.
O Governo cria um instrumento com o qual agarra, prende, aprisiona, segura a inflação, tudo sem grande esforço e sem que os cidadãos se possam queixar: os preços sobem? Mas a inflação não, dirão suas Excelências...
E se a inflação não sobe, para quê tanta preocupação.
Admito que o próximo paso, neste processo de inovação que talvez não esteja acabado, consista em fixar a inflação por Decreto-Lei.
Porque não?
Então, quem infringir a lei que fixar a taxa de inflação para dado ano, poderá ficar sujeito a uma coima, a aplicar pelo BdeP em processo sumaríssimo.
Esse processo será aplicável a sindicatos (e seus dirigentes, solidariamente responsáveis) que venham exigir aumentos salariais acima da inflação legal
E verá o seu nome inscrito em lista a divulgar pelo Ministério da Economia e dos Preços.
Aceitam-se mais sugestões.