Boa tarde.
Boa tarde. Faça o favor de se sentar. O senhor chama-se... Geomar. Geomar? Desculpe. Qual é a sua nacionalidade? Perguntei-lhe à espera que me dissesse, brasileiro. E disse, rindo-se:
Brasileiro. Um nome estrambólico, não é verdade?
Vi que era uma pessoa que estava bem consigo e com o mundo pela forma como se ria do próprio nome.
É verdade. No Brasil ouve-se cada nome.
Então, aponte aí senhor doutor.
Aponto o quê?
Os nomes dos meus irmãos.
Está bem, vamos a isso. Disse meio curioso, adiando a consulta.
Tem muitos?
Somos oito.
Oito?! Olhei para o senhor que estava cada vez mais bem disposto e pronto para um bom diálogo. – Vamos a isso! Agarrei numa esferográfica e esperei.
Gergisamar, Geomar, sou eu, Gedeon, Geraldo, Getro, Geani, Giseleni e Gilvan. Quando terminou deu uma gargalhada e disse: - Começam todos por G. O meu pai chamava-se Geraldo. Esta forma de por nome aos filhos, usando a mesma inicial, é muito comum no Brasil, é uma forma de encher a casa de filhos. Assim quando nasce um, o pai começa logo a engendrar o nome do segundo, do terceiro que comece pela mesma letras e deste modo faz filhos atrás de filhos.
Ora aqui está uma boa ideia para combater a fraca natalidade em Portugal. Um bom entretimento. Fazer filhos atrás de filhos para terem a mesma inicial. Geomar ria-se que nem um perdido.
Olhe que vou escrevinhar sobre este assunto e colocar os nomes dos seus irmãos. O senhor importa-se?
Não, senhor doutor, pelo contrário. Ria-se que nem um perdido e ainda por cima prometeu que voltaria para me oferecer um livro que decerto gostaria de ler e que tinha a ver com a saúde.
Obrigado. Já agora diga-me, tem filhos?
Tenho. Dois.
Como se chamam?
O rapaz começa com a letra M e a menina com a letra I.
Ah! Não seguiu a regra do seu pai, o Geraldo.
Pois não, senhor doutor, pois não, se o fizesse estava tramado, nunca mais iria parar de fazer filhos...
5 comentários:
Post muito divertido. Parabéns.
Curiosamente, o nome do meu pai era Diogo de Sousa, o meu é Diogo de Sousa e o do meu filho é Diogo de Sousa. Achei por bem manter a tradição (iniciada pelo meu pai).
Caro Professor Massano Cardoso
Nunca tinha ouvido falar de um tal incentivo à natalidade! Há pessoas que têm realmente muita graça!
O melhor incentivo à natalidade, era a ocorrência de uma tempestade solar de tal forma potente que fosse capaz de destruir os satélites e os emissores de sinal das televisões. Uma tempestade que resultaria numa explosão... demográfica. Não haveria nomes suficientes para colocar às criancinhas... a coisa ía ser de tal ordem, que os pais iríam precisar de os numerar. (pronto Bartolomeuzinho, chega. agora vai lá brincar com os outros meninos e fica calaldinho, chega de asneiras por hoje)
Science nº recente
Skull Fossil Suggests Simpler Human Lineage
Subscrevo o comentário do caro Diogo, são 9,00 horas, acho que vou manter durante todo o dia o sorriso que este post me provocou, uma forma de combater algum "gérmen" depressivo em gestação...
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