O bom futebol é
jogado com os pés, e atirar bolas à toa para o ar é próprio de quem não nasceu
para a arte. Esses artistas não costumam ter grande futuro na profissão.
Ao contrário, a
política deve ser jogada com a cabeça. Mas a grande maioria dos
artistas da área, julgando-se futebolistas, só sabem tratá-la com os pés. Paradoxalmente,
são os mais procurados para o jogo. No terreno, ou como treinadores, técnicos
ou consultores.
Utilizar no jogo os
pés em vez da cabeça é o que mais têm feito jornalistas e politicos, quando
diariamente se defrontam a propósito do pós-troyca. Partindo, claro, do princípio
que há pós.
Sempre, sempre, a repetitiva
jogada jornalística inicia-se com o
lançamento do futuro modelo de jogo: se é jogado em terreno livre e com arbitragem
nacional, ou com estádio vigiado e trio de árbitros de fora, ou em regime de
semi-liberdade, com um fiscal à distância, a ver o que dá. Sem preparação técnica
adequada devido a falta de treino consistente, ou até falta de treinador, a
resposta em campo é variada e multiforme , consoante o impulso e perfil do
jogador. Torna-se mesmo caótica, concitando assim os assobios do publico e só um espectador muito paciente é que não desespera perante o sucessivo
desacerto das jogadas.
Bom, tudo isto a
propósito do decisivo Portugal-Suécia de daqui a bocado. Os que trabalham com os pés até têm tido cabeça acertada e não
têm dito despropósitos; mas os que deviam trabalhar com a cabeça, trocam os pés
pelas mãos, o que é dizer planos de resgate por planos cautelares, planos
cautelares por cautelas sem plano ou sem resgate, resgate sem cautela ou sem plano, ou tudo ou nada disso.
Se não
sabem qual a jogada, porque ninguém ainda pode saber, pois que não joguem e se calem. No entanto, divertem-se
a chutar para o ar e os outros que apanhem as bolas.
E ainda há quem aplauda estes
tristes assim felizes, do governo ou das oposições. Dali não sai mesmo nada. E ainda dizem mal do
futebol!...
(o meu comentário ao post do Ferreira de Almeida)
1 comentário:
Golo, meu caro Pinho Cardão. O
meu Amigo é exímio no remate!
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