- A divulgação, ontem
feita pelo BdeP, dos dados das contas com o exterior em 2015, até Novembro,
mostra uma situação confortável que, como aqui tem sido assinalado,
continua a dever muito à redução da factura do petróleo.
- Com efeito, o superavit
conjunto das Balanças Corrente e de Capital atingiu € 3.650,2
milhares, um valor superior em 7,65% ao registado em igual período de 2014
(€ 3.391 milhares).
- No que respeita à Balança Corrente, a melhoria é mais expressiva, pois o superavit
passa de € 1153,6 milhares em 2014 para € 1631,9 milhares em 2015, + 41,5%.
- Para o superavit da Balança Corrente concorrem:
(i) Diminuição do défice dos Bens em 5,9%, passando de €
8326,5 milhares em 2014 para € 7.839 milhares em 2015;
(ii) Melhoria do superavit dos
Serviços em 2,5%, passando de € 10.639,9 milhares em 2014 para € 10.910,1
milhares em 2015 (com destaque, como habitualmente, para a rubrica de Viagens e
Turismo, cujo saldo positivo aumentou de € 6.569,9 milhares em 2014 para €
7.268,1 milhares em 2015, ou seja + 10,6%);
(iii) Agravamento do défice dos Rendimentos, que passa de € 1.159,8
milhares em 2014 para € 1.439,2 milhares em 2015 (+ 24%);
- Quanto à Balança de Capital, o respectivo superavit em 2015, embora confortável,
de € 2.018,3 milhares, continua a ser inferior ao de 2014, de € 2.237,5
milhares.
- Resta acrescentar que,
subjacente a este conforto nas contas com o exterior, continua a estar o
enorme ganho de termos de troca adveniente da forte queda do preço do
petróleo: segundo o INE, a melhoria registada no saldo dos Bens, de € 691
milhares, com exclusão dos combustíveis transformar-se-ia num agravamento
de -€ 1.177 milhares…
- …o que equivale por
dizer que o efeito “bonanza” do petróleo, até Novembro, terá sido de €
1.868 milhares, superando o saldo positivo da Balança Corrente.
- Convém relevar,
entretanto, que os dados do INE quanto à Balança de Bens são apresentados em
versão CIF e os do BdeP em versão FOB - o que explica a diferença entre os
resultados para melhoria da Balança de Bens num e noutro caso: € 691 milhões
na versão INE e € 485,5 milhares na versão BdeP.
- Mas, mesmo na versão
BdP, a exclusão do efeito dos combustíveis eliminaria, praticamente, o
saldo positivo da Balança Corrente. A
reter…
7 comentários:
Caro Tavares Moreira,
para ganhar duas vezes, o governo aproveita o petróleo estar a um preço baixo, para subir os impostos sobre os combustíveis. Para os Portugueses não há folga.
Dette publique par État membre à la fin du troisième trimestre 2015
Les ratios les plus élevés de la dette publique par rapport au PIB à la fin du troisième trimestre 2015 ont été enregistrés en Grèce (171,0%), en Italie (134,6%) ainsi qu’au Portugal (130,5%) , et les plus faibles en Estonie (9,8%), au Luxembourg (21,3%) et en Bulgarie (26,9%).
Par rapport au deuxième trimestre 2015, vingt-et-un États membres ont enregistré une baisse de leur ratio de dette publique par rapport au PIB à la fin du troisième trimestre 2015 et sept autres une augmentation. Les baisses les plus marquées du ratio ont été relevées en Irlande (-2,7 points de pourcentage - pp), en Italie (-1,4 pp), en Bulgarie (-1,3 pp), en Finlande (-1,2 pp) ainsi qu’à Malte (-1,1 pp), et les plus fortes hausses en Slovénie (+3,3 pp), en Grèce (+2,1 pp) et au Portugal (+1,9 pp).
Eurostat
Caro Alberto Sampaio,
Evidentemente, também nesse plano a "bonanza" do petróleo permite mais um agravamento fiscal...que não será certamente o último, estou crente.
Mas, como acabaremos todos a andar de bicicleta ou a pé, o que até é bom para a saúde, no futuro esta tributação não fará qualquer diferença...
A alternativa deste governo ao anterior é aumentar ainda mais os impostos.
Caro Alberto Sampaio,
Mas são as originalidades do Virar de Página, ou desse Tempo Novo anunciado, em tom profético, por um dos mais distintos candidatos à presidência da República.
Tempo Novo com soluções fiscais absolutamente gastas!
E estes agravamentos fiscais não vão adiantar nada, pois já se percebeu que este Orçamento não dura 6 meses, lá para o Verão teremos um Rectificativo em grande escala1
Enfim, tudo "déjá vu" com roupagens de Tempo Novo, uma lástima!
Peço desculpa, mas as soluções fiscais não estão nada gastas. Não me lembro de ninguém ter orçamentado o não pagamento de uma dívida como uma redução de despesa. Pelo menos ninguém que ainda possa andar na rua.
Caro Pires da Cruz,
Receio que o meu ilustre amigo ainda não esteja suficientemente adaptado a este Tempo Novo, proclamado pelo candidato SdaN, doutro modo não estranharia que o não pagamento (ou o diferimento) de uma dívida constitua uma redução de despesa.
Temos que nos adaptar, estes tempos são outros, há o Cenário, o Virar de Página e muitas outras criações fundamentais, que vão projectar o País para a primeira plana dos mais desenvolvidos, fazendo esquecer todo um passado de penúria!
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