Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Contas Nacionais Financeiras: o espelho do "País Real"


  1. O BdeP divulgou, na semana passada, uma síntese das Contas Nacionais Financeiras para o 3º trimestre de 2015, as quais mostram que a economia portuguesa, no seu conjunto, continuou a apresentar capacidade de financiamento satisfatória – situação que ocorre desde o final de 2012 (antes disso era bastante deficitária).
  2. Concretamente, a capacidade de financiamento da economia equivaleu, nos 12 meses terminados no 3º trimestre/2015, a 2,1% do PIB, sendo resultante dos seguintes contributos (em % PIB): Particulares: +1,4%; Sociedades não Financeiras: +1,4%; Sociedades Financeiras: +2,6%; Administrações Públicas: - 3,2%.
  3. No que se refere à posição de “Balanço”, os resultados mostram que os Particulares apresentam activos financeiros líquidos bastante positivos (mais de 120% do PIB), as Sociedades Financeiras uma posição equilibrada, enquanto que as Sociedades não Financeiras e as Administrações Públicas evidenciam posições altamente deficitárias (em ambos os casos bastante superiores a 100% do PIB), apesar da evolução positiva das Sociedades não Financeiras nos últimos 12 meses.
  4.  Aqui temos, pois, um espelho fidedigno do “País Real”. Perante estes resultados, a insistência em agravar a posição financeira negativa das Administrações Públicas que decorre, obviamente, do “Virar de Página da Austeridade”, afigura-se uma estratégia bem pouco recomendável, que obrigará os outros sectores a um esforço adicional para manter o equilíbrio financeiro da economia…
  5. …ou, em alternativa, a economia, por este andar, poderá a voltar a apresentar insuficiência de financiamento, regressando aos gloriosos dias que conduziram a Abril de 2011.
  6. Por enquanto, a persistente queda do preço do petróleo vai dando para tudo…até um dia.

      

4 comentários:

Asam disse...

É a demagogia do governo actual e dos que o apoiam. Para fazer omeletas são necessários ovos (dinheiro). Quando não houver ovos, saem, para que venha alguém corrigir as contas. Regressam passados 4 anos para voltar a gastar como se não tivessem tido nada a ver com o que se passou. O problema é que muitas pessoas não esquecem a incompetência comprovada e fazem-no notar, não se calam. É isso que irrita a esquerda.

Tavares Moreira disse...

Caro Alberto Sampaio,

Os ovos existem, por enquanto, mas por este andar esgotar-se-ão no decurso da legislatura...e aí será como diz: chama-se os bombeiros do costume!

Unknown disse...

O postergar os pagamentos para mais tarde com o custo acrescido de 11 mil milhões e insensato? Agora temos os juros baixos e o petroleo barato; e depois em 2018? será o que deus quiser?

Tavares Moreira disse...

Caro António Cristóvão,

Nada do que contribua para o Virar de Página da Austeridade pode ser apelidado de insensato neste tempo novo; as suas consequências é que poderão ser indesejáveis, mas isso já se colocará noutro plano de análise...