As Nações Unidas declararam 22 de Maio como dia dedicado aos problemas da biodiversidade no mundo.
É uma ocasião para refletir num dos mais sérios problemas que afecta o planeta: o rápido desaparecimento de habitats e espécies, apesar de algumas proclamações políticas no sentido da conservação e do restabelecimento no quadro do que se convencionou designar por desenvolvimento sustentável.
Na Assembleia Geral de 2000, Kofi Annan reclamou por uma avaliação ecossistémica à escala planetária.
O relatório final dessa avaliação, efectuada entre 2001 e 2005 e na qual participaram 1360 especialistas de 95 países, retrata uma situação de empobrecimento acelerado do património genético do planeta. E traça uma prognose muitíssimo preocupante para as próximas décadas.
Preocupante, porque a população humana é totalmente dependente dos ecossistemas, que são as fontes vitais de bens e condições essenciais à saúde, e em última análise à sobrevivência, como são os alimentos, a água consumível ou a regulação climática, sendo que o consumo desses bens aos níveis verificados nas últimas décadas, aponta para a insustentabilidade não a muito longo prazo.
Do relatório, ressaltam os aspectos do diagnóstico que revelam a extraordinária aceleração da capacidade destrutiva do ambiente e de alguns importantes recursos naturais não renováveis em nome de um desenvolvimento que não consegue, pelos vistos, conciliar-se em especial com a preservação da pluralidade biológica:
"Nos últimos 50 anos, o homem modificou os ecossistemas mais rápida e extensivamente que em qualquer intervalo de tempo equivalente na história da humanidade, na maioria das vezes para suprir rapidamente a crescente procura de alimentos, água potável, madeira, fibras e combustível. Isso acarretou uma perda substancial e, em grande medida, irreversível, para a diversidade da vida no planeta.
As mudanças que ocorreram nos ecossistemas contribuíram com ganhos finais substanciais para o bem-estar humano e o desenvolvimento económico, mas esses ganhos foram obtidos a um custo crescente, que incluiu a degradação de muitos serviços dos ecossistemas, maior risco de mudanças não lineares, e exacerbação da pobreza para alguns grupos da população. Esses problemas, a menos que tratados, reduzirão substancialmente os benefícios obtidos dos ecossistemas por gerações futuras.
A degradação dos serviços de ecossistemas pode piorar consideravelmente na primeira metade deste século, representando uma barreira para a consecução das Metas de Desenvolvimento do Milénio"
As mudanças que ocorreram nos ecossistemas contribuíram com ganhos finais substanciais para o bem-estar humano e o desenvolvimento económico, mas esses ganhos foram obtidos a um custo crescente, que incluiu a degradação de muitos serviços dos ecossistemas, maior risco de mudanças não lineares, e exacerbação da pobreza para alguns grupos da população. Esses problemas, a menos que tratados, reduzirão substancialmente os benefícios obtidos dos ecossistemas por gerações futuras.
A degradação dos serviços de ecossistemas pode piorar consideravelmente na primeira metade deste século, representando uma barreira para a consecução das Metas de Desenvolvimento do Milénio"
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