"Os olhos meus dali dependurados,
pergunto ao mar, às plantas, aos penedos,
como, quando, porquê foram criados"
Frei Agostinho da Cruz
pergunto ao mar, às plantas, aos penedos,
como, quando, porquê foram criados"
Frei Agostinho da Cruz
É Reserva Biogenética assim classificada pelo Conselho da Europa.
Sítio da Rede Natura 2000.
Nasceu no papel em 28 de Julho de 1976, pelo Decreto-lei nº 622. E tem, como nenhuma outra área protegida, vivido sob o signo da constante polémica. A Arrábida constitui o laboratório de todos os conflitos de interesses que a conservação da natureza e da biodiversidade inevitavelmente suscitam. Mas a Arrábida tem sido o paradigma da hipocrisia. Passaram a "amá-la" subitamente muitos dos que, por razões de pura defesa da fazenda pessoal mas também por razões de conveniência política, têm empunhado as bandeiras do ambientalmente correcto. À sombra dessas bandeiras se têm protegido e defendido interesses que nada têm que ver com os que justificaram a criação do Parque.
Os episódios - alguns recentes - acerca da protecção ambiental da Serra da Arrábida e sobre estes eco-amores subitamente declarados, constituem testemunho do que tem sido o ambientalismo em Portugal. Mote excelente de investigação se alguém seriamente estivesse interessado em fazer a análise da história da conservação da natureza em Portugal nos últimos anos.
A este assunto e a propósito do Parque Natural da Arrábida (que até viu nascer associações ambientalistas para defesa de edificado clandestino!), voltarei - talvez - um dia, embora suspeite que o espaço de um blog não sobrará...
Até à aprovação do Plano de Ordenamento, o Parque continua a abranger uma área de mais de 16500 ha, nos Concelhos de Setubal, Sesimbra e Palmela, dos quais 5700 do domínio marítimo, esperando-se a (já tardia) efectiva criação do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha onde está recenseada numerosa flora e fauna marinhas de elevado valor conservacionista.
A parte terrestre do Parque estende-se pelo momumental maçico calcário, coberto por significativas associações floristicas mediterrâneas, com especial relevo para o maquis e a garrigue. Algumas espécies da fauna, igualmente de relevo, marcam ali presença.
Como sempre ali marcou presença o Homem. O Parque é também o resultado da ocupação humana, e a sua importância deriva dos sinais passados e actuais dessa presença. Testemunhos de épocas muito remotas como são os imensos vestígios pré-históricos; ou mais próximas dos nossos dias, como é o caso do misterioso Convento da Arrábida, dependurado numa das encostas sobre o mar.
Mas é também o repositório de culturas, de actividades e de produtos tradicionais como o moscatel de Setúbal ou o queijo de Azeitão.
Do topo da Serra do Risco que abruptamente se precipita 400 metros sobre o mar, olhando a paisagem, entende-se a interrogação de Frei Agostinho da Cruz...
Sítio da Rede Natura 2000.
Nasceu no papel em 28 de Julho de 1976, pelo Decreto-lei nº 622. E tem, como nenhuma outra área protegida, vivido sob o signo da constante polémica. A Arrábida constitui o laboratório de todos os conflitos de interesses que a conservação da natureza e da biodiversidade inevitavelmente suscitam. Mas a Arrábida tem sido o paradigma da hipocrisia. Passaram a "amá-la" subitamente muitos dos que, por razões de pura defesa da fazenda pessoal mas também por razões de conveniência política, têm empunhado as bandeiras do ambientalmente correcto. À sombra dessas bandeiras se têm protegido e defendido interesses que nada têm que ver com os que justificaram a criação do Parque.
Os episódios - alguns recentes - acerca da protecção ambiental da Serra da Arrábida e sobre estes eco-amores subitamente declarados, constituem testemunho do que tem sido o ambientalismo em Portugal. Mote excelente de investigação se alguém seriamente estivesse interessado em fazer a análise da história da conservação da natureza em Portugal nos últimos anos.
A este assunto e a propósito do Parque Natural da Arrábida (que até viu nascer associações ambientalistas para defesa de edificado clandestino!), voltarei - talvez - um dia, embora suspeite que o espaço de um blog não sobrará...
Até à aprovação do Plano de Ordenamento, o Parque continua a abranger uma área de mais de 16500 ha, nos Concelhos de Setubal, Sesimbra e Palmela, dos quais 5700 do domínio marítimo, esperando-se a (já tardia) efectiva criação do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha onde está recenseada numerosa flora e fauna marinhas de elevado valor conservacionista.
A parte terrestre do Parque estende-se pelo momumental maçico calcário, coberto por significativas associações floristicas mediterrâneas, com especial relevo para o maquis e a garrigue. Algumas espécies da fauna, igualmente de relevo, marcam ali presença.
Como sempre ali marcou presença o Homem. O Parque é também o resultado da ocupação humana, e a sua importância deriva dos sinais passados e actuais dessa presença. Testemunhos de épocas muito remotas como são os imensos vestígios pré-históricos; ou mais próximas dos nossos dias, como é o caso do misterioso Convento da Arrábida, dependurado numa das encostas sobre o mar.
Mas é também o repositório de culturas, de actividades e de produtos tradicionais como o moscatel de Setúbal ou o queijo de Azeitão.
Do topo da Serra do Risco que abruptamente se precipita 400 metros sobre o mar, olhando a paisagem, entende-se a interrogação de Frei Agostinho da Cruz...
Sem comentários:
Enviar um comentário