O noticiário de hoje destaca, com alguma particularidade, o acidente de viação no qual ficaram feridos cinco futebolistas. Nada a apontar, excepto, talvez, o excessivo tempo dado ao caso. Mas, em termos jornalísticos, os critérios podem “exigir” este destaque. É compreensível, porque até os próprios jornais televisivos fazem, com muita frequência, a abertura e, nalguns dias, chegam a gastar 20 ou mais minutos com os assuntos da bola, o que em televisão é uma eternidade. Mas, voltando ao assunto do acidente de hoje, congratulo-me com a postura do director de urgências do Hospital de S. João, o qual descreveu a situação dos sinistrados, mas sem entrar em pormenores de carácter clínico, até, porque nem estava autorizado para o fazer. Sim senhor! Sem arrogância, mas com firmeza e elevação tentou explicar aos senhores jornalistas que não havia mais nada a dizer. Pois! O pior é que os jornalistas continuaram a querer saber pormenores, contornando o não do médico, um atrás de outro, ouvindo sempre a mesma resposta.
A postura do médico é de louvar e respeita os princípios ético-deontológicos que salvaguardam os interesses e desejos dos sinistrados. Os senhores jornalistas têm que aprender que, face à recusa de detalhes, não deverão insistir.
2 comentários:
Será tão difícil para os profissionais do jornalismo, que se regem por um código ético-deontológico, compreender que outras profissões também têm o seu código ético-deontológico, que merece o mesmo respeito como aqueles que os Srs. jornalistas desejam para si?
É comum ouvirmos um jornalista pedir para o deixarem trabalhar, ou queixar-se que não o deixam trabalhar. Porém, quantas são as vezes que eles tentam não deixar outros trabalhar?
Também vi. E é efectivamente de saúdar a irrepreensível conduta do médico.
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