Iniciou-se então, hoje, o Programa!
Deixámos (eu e o ELO que me acompanha) o hotel pouco depois das 8 horas da manhã e dirigimo-nos ao Department of Commerce, (o Ministério do Comércio, se fosse em Portugal), onde chegámos pouco depois das 8:30. Aí, tive uma reunião com Donald A. Galvert, da International Trade Administration, e especialista em relações comerciais dos EUA com alguns países europeus, entre os quais Portugal, e também com o Adido Comercial da Embaixada dos EUA em Lisboa, Gregory S. Taevs, que se encontra em Washington porque – vejam só a coincidência! – amanhã, o Secretary of State of Commerce terá uma reunião bilateral… com o Ministro da Economia, Manuel Pinho!...
Enfim, a reunião foi bastante agradável, tendo sido abordada a evolução das relações comerciais entre os dois países, e as perspectivas que se avizinham. Tive também oportunidade de trocar impressões sobre a visão americana da actual Europa e, mesmo, de Portugal. E expus, em traços gerais, o que penso sobre a evolução da nossa economia, as opções do actual Governo e o que, num futuro próximo nos espera. Sem revelar o conteúdo da conversão mantida (por razões óbvias), sempre posso dizer que concordámos na maioria dos pontos abordados…
Depois seguiu-se a visita ao Pentágono, onde funciona o Department of Defense. E, posso dizê-lo, foi fascinante! O edifício, que como sabem, tem a forma de um pentágono (!), é constituído por 5 andares, cada um com 5 corredores, que vão desde o mais interior ao mais exterior, com gabinetes e instalações operacionais de ambos os lados. O resultado? Um total de cerca de 17 milhas (pouco mais de 27 kms) de corredores, e um local onde, no total, trabalham cerca de 23 mil pessoas (17 mil militares e 6 mil civis)! Ou seja: uma verdadeira cidade! Que, como tal, possui tudo aquilo que consigam imaginar, desde diversos restaurantes, a lojas de todo o tipo de bens: roupas, sapatos, ourivesarias, recordações e bugigangas, barbeiros e cabeleireiros – afinal, já cerca de 20% do corpo militar dos EUA é composto por mulheres… –, bancos, repartições públicas, um enorme ginásio na cave (para os militares manterem a forma, porque a maior parte dos que ali está se ocupa de tarefas não-físicas), etc. Enfim, numa visita de quase duas horas não deu para ver nem 1/10 do Pentágono, mas deu para ter uma… pequena ideia…
Particularmente tocante foi a visita à ala que, no 9/11 (como os americanos chamam aos acontecimentos de Setembro 11, 2001), foi vítima do avião que atingiu o Pentágono, e que causou, só aí, a morte de 184 pessoas (se bem me recordo). Apesar de tudo, foi uma sorte o avião ter chocado nessa ala, porque era a única com revestimento especial de aço, o que travou em muito a entrada do avião, que chocou com o edifício no segundo andar e mesmo assim avançou até quase ao pátio interior… imagine-se o que não teria sido se a colisão se tivesse dado noutra ala do edifício!...
Enfim, menos de um ano depois, o Pentágono estava completamente reparado (antes dos prazos estipulados e com um custo abaixo do orçamentado – o que, dizem eles, foi também uma homenagem às vítimas), e nesse local foi erguida uma capela e o Pentagon Memorial, um tributo aos falecidos nesse fatídico dia. Em breve, creio que ainda este ano, será inaugurado um memorial exterior ao edifício, já que as visitas a este, no interior, são bastante limitadas, por razões de segurança – o que, ouvindo o relato da boca dos próprios americanos sobre o 9/11, se percebe perfeitamente. E que é visível na entrada do edifício, começando desde logo pelo facto de, desde o 9/11, a estação de metropolitano que tinha acesso directo ao edifício, agora, só ter acesso exterior…
Outro pormenor interessante é o jardim interior do Pentágono: enorme, cheio de espaços verdes e árvores, e restaurantes!... Muito agradável: nem se diria que estamos no meio do edifício do Ministério da Defesa dos EUA!...
Seguiu-se o almoço, num restaurante em pleno Washington Mall, num jardim bem bonito e, depois, às 14 horas, tive uma sessão no Meridian International Center, com o Professor Clarence Lusane (da American University, de Washington), e na presença de outros visitantes que nesta altura, e em programas do mesmo género do meu, se encontram em Washington, sobre o Sistema Político Norte-Americano: uma introdução; os três ramos do poder nos EUA (Executivo, Legislativo e Judicial); o Federalismo e os Estados Unidos; e os Partidos Políticos nos EUA e o Sistema Político.
Tratou-se de uma sessão muito interessante, que – tanto quanto é possível em cerca de 2 horas – me ajudou a perceber melhor como funciona a “política” por estas paragens, especialmente determinados aspectos que, às vezes, da Europa, parecem tão confusos…
A “aula” acabou pouco depois das 16 horas, e aí foi o regresso ao hotel, não só porque já estava bem cansado, mas como porque tinha trabalho a fazer para Lisboa (político e não só…) e contactos por e-mail para realizar.
Acabei agora de jantar (uma comida japonesa que me soube… a pato, eu que sou um apreciador nato de comida japonesa…) e regressei ao hotel, onde ainda vou trabalhar um pouco mais, não até muito tarde porque amanhã temos um programa que não será menos intenso (nem interessante, espero eu…) que o de hoje, e que começa no Department of State, às 8:30m horas.
Uma noite descansada a todos e até amanhã!
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