A “gripe das aves” tem sido alvo de atenção e preocupação, quer por parte das autoridades, quer por parte da comunicação social. Esta tem os seus picos ditados por critérios desconhecidos. Houve períodos em que éramos bombardeados a torto e a direito ao ponto de a morte de um pato, num qualquer lago da cidade de Lisboa, ter direito a reportagem televisiva! A forma como abordavam o assunto levou muita gente a deixar de comer frango, muitas “doceiras” a deixarem de usar ovos, para bem dos pecados dos gulosos, além de medidas de proibição de comercialização nos mercados e feiras de simpáticas, e algumas nutritivas, aves, provocando dificuldades em muitos comerciantes e industriais. Depois, meteram-se pelo meio o mundial, as férias, o Gil Vicente, e agora, que o tempo vai ficar mais convidativo ao surgimento das infecções das vias respiratórias superiores, é natural que comecem a apontar as câmaras e as notícias sobre este assunto, desde que não ocorra algum acontecimento político de monta, suficiente para a relegar num plano secundário, o que não acredito, a não ser que seja declarada uma “sangrenta” guerra à lei das finanças locais!
Os planos de contingência continuam a ser elaborados, e adaptados, de acordo com novos conhecimentos científicos e epidemiológicos. Tudo bem, mas pensamos que não é suficiente, porque é indispensável formar e informar, sem alarmar e causar pânico, a população. A ausência de uma política neste sentido – informação e formação adequadas e contínua – vai originar situações muito graves. Temos de conhecer melhor como as pessoas reagem e como podemos influenciar o seu comportamento. Os acontecimentos recentes da epidemia da pneumonia atípica permitiram conhecer o comportamento dos canadianos e as reacções às medidas de quarentena. Com base nestes estudos é possível prever os comportamentos das comunidades. Uma das conclusões é a tendência para reagirem irracionalmente, correndo para os hospitais antes mesmo de terem sintomas, ou ficarem em casa quando se encontram desesperadamente doentes! Controlar estes aspectos não é nada fácil, sendo susceptíveis de provocarem disfunções sociais muito graves dificultando o controlo da doença.
As previsões, de acordo com os modelos aplicados, são pessimistas. Muitas pessoas vão ser atingidas, e caso a taxa de mortalidade seja idêntica à observada em 1918 ocorrerão milhões de vítimas. A fim de minimizar a situação, quer em termos humanos, quer em termos económicos – calcula-se que nos Estados Unidos os custos atingiriam 600 mil milhões de dólares – deverão ser tomadas diferentes medidas, que constam dos variados planos de contingência, o mais rapidamente possível, sobretudo a nível da formação e informação da população. Na perspectiva da pandemia poder ocorrer no tal período de “seis meses a seis anos”, reiteradamente anunciado pelo Director-geral de Saúde, gostaríamos de saber o que é que está a ser feito em termos de evitar comportamentos irracionais por parte das comunidades? Se deixarmos a informação e a “formação” ao sabor da comunicação social, não é de prever grandes resultados. Mudar comportamentos não é fácil, e muito menos em “seis meses”! E em “seis anos”? Talvez, mas só com muito esforço e organização…
Os planos de contingência continuam a ser elaborados, e adaptados, de acordo com novos conhecimentos científicos e epidemiológicos. Tudo bem, mas pensamos que não é suficiente, porque é indispensável formar e informar, sem alarmar e causar pânico, a população. A ausência de uma política neste sentido – informação e formação adequadas e contínua – vai originar situações muito graves. Temos de conhecer melhor como as pessoas reagem e como podemos influenciar o seu comportamento. Os acontecimentos recentes da epidemia da pneumonia atípica permitiram conhecer o comportamento dos canadianos e as reacções às medidas de quarentena. Com base nestes estudos é possível prever os comportamentos das comunidades. Uma das conclusões é a tendência para reagirem irracionalmente, correndo para os hospitais antes mesmo de terem sintomas, ou ficarem em casa quando se encontram desesperadamente doentes! Controlar estes aspectos não é nada fácil, sendo susceptíveis de provocarem disfunções sociais muito graves dificultando o controlo da doença.
As previsões, de acordo com os modelos aplicados, são pessimistas. Muitas pessoas vão ser atingidas, e caso a taxa de mortalidade seja idêntica à observada em 1918 ocorrerão milhões de vítimas. A fim de minimizar a situação, quer em termos humanos, quer em termos económicos – calcula-se que nos Estados Unidos os custos atingiriam 600 mil milhões de dólares – deverão ser tomadas diferentes medidas, que constam dos variados planos de contingência, o mais rapidamente possível, sobretudo a nível da formação e informação da população. Na perspectiva da pandemia poder ocorrer no tal período de “seis meses a seis anos”, reiteradamente anunciado pelo Director-geral de Saúde, gostaríamos de saber o que é que está a ser feito em termos de evitar comportamentos irracionais por parte das comunidades? Se deixarmos a informação e a “formação” ao sabor da comunicação social, não é de prever grandes resultados. Mudar comportamentos não é fácil, e muito menos em “seis meses”! E em “seis anos”? Talvez, mas só com muito esforço e organização…
3 comentários:
Caro companheiro de blog:
Não sendo técnico da matéria admito a possibilidade da catástrofe. Mas...há mais factores que não estão aqui reflectidos: os laboratórios, os mercados, os lobbies! Porém:
1º sejamos optimistas, sem ser irresponsáveis;
2º diz-me a experiência que quantos mais desmentidos sobre um eventual ciclone, mais o boato com a certeza do ciclone que chega se torna forte e divulgado. Por isso, quanto mais apelamos ao não alarmismo, mais alarme criamos. Como resolver, não sei! Mas que, seja o que fôr, se faça, nesta fase, na praça pública, isso nunca, e disso estou certo!
Mas é bom não esquecer..tem toda a razão!
Caro RuiVasco
Claro que há muitos outros aspectos. Os que focou são uma realidade…
O que pretendo dizer é que hoje há possibilidade de tratar fenómenos colectivos, tais como o que eu enunciei, e outros que, quando atingem as comunidades, provocam pânico. As autoridades devem “ensinar” e preparar as populações para essas eventualidades. Mas a forma como está a ser feita não é a mais correcta. A comunicação social quando aborda o assunto fá-lo à sua maneira: de forma “explosiva”, e com interesses óbvios. Não basta ter médicos, hospitais, reservas milionárias de medicamentos, luvas, batas, laboratórios de referências e planos a nível das principais empresas. A principal retaguarda são as próprias comunidades que deveriam ser instruídas de forma continua, serena, criando-lhes confiança, instruindo-as no sentido de obedecerem a quaisquer medidas organizativas que são absolutamente necessárias em casos com estas características. Um povo pouco culto e não propenso à organização é um alvo fácil de fenómenos complicados. Enfim, é preciso muita cautela…
Pois é, Clara Carneiro, pode vir a ser feito na praça pública! Isso eu temo. Mas o fazer-se na praça pública não será responsabilidade exclusiva dos OCS. É já de muitos outros, com interesses instalados, a quem convem enxarcar o mercado com produtos, nem que, depois sejam para deitar fora! É este desiderato que há que cuidar e tentar evitar. E foi isso que quis dizer! Quanto ao resto, uma vez mais, de acordo!
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