Depois de vários anos de larga discussão, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou o essencial da urbanização dos terrenos do Sporting. Não se percebem as razões de tal demora. Se todos sabem que as Câmaras beneficiaram directamente os Clubes, para quê andar a enganar toda a gente e arranjar manigâncias, para fazer crer que não houve favorecimento? Para quê engenharias jurídicas e financeiras tão complexas para justificar uma coisa tão comezinha, como uma simples oferta?
Correndo o risco de estar errado, mas tanto quanto li, ainda agora, no âmbito do envelope global do Sporting, a Câmara cedeu ao clube o direito de construção de 29.000 metros quadrados no terminal do Campo Grande.
Para isso, como os terrenos não eram da Câmara:
1. A Câmara de Lisboa cedeu ao Metropolitano de Lisboa uma parcela de terreno no Cais do Sodré, para ligação entre os comboios e os barcos
2. O Metropolitano de Lisboa, em contrapartida, cedeu à Câmara o direito de construir no Terminal do Campo Grande 4 torres de escritórios.
3. A Câmara cedeu ao Sporting o direito de construção de 29.000 metros quadrados naquela zona, avaliados em 27,5 milhões de euros.
Por tudo aquilo que se passou em Lisboa com o Benfica e o Sporting (e porventura no Porto…), a moeda, como meio geral de troca, foi banida das relações das Câmaras com os clubes. E regressou-se à troca directa. Com efeito, pegar em 27,5 milhões e dá-los ao Sporting (ou ao Benfica, ou ao Porto…) era aborrecido; mas, por trocas e baldrocas, dar um terreno travestido de direito de superfície com capacidade construtiva, já passa e é aceitável.
E assim vamos vivendo. A bem da Nação!...
Correndo o risco de estar errado, mas tanto quanto li, ainda agora, no âmbito do envelope global do Sporting, a Câmara cedeu ao clube o direito de construção de 29.000 metros quadrados no terminal do Campo Grande.
Para isso, como os terrenos não eram da Câmara:
1. A Câmara de Lisboa cedeu ao Metropolitano de Lisboa uma parcela de terreno no Cais do Sodré, para ligação entre os comboios e os barcos
2. O Metropolitano de Lisboa, em contrapartida, cedeu à Câmara o direito de construir no Terminal do Campo Grande 4 torres de escritórios.
3. A Câmara cedeu ao Sporting o direito de construção de 29.000 metros quadrados naquela zona, avaliados em 27,5 milhões de euros.
Por tudo aquilo que se passou em Lisboa com o Benfica e o Sporting (e porventura no Porto…), a moeda, como meio geral de troca, foi banida das relações das Câmaras com os clubes. E regressou-se à troca directa. Com efeito, pegar em 27,5 milhões e dá-los ao Sporting (ou ao Benfica, ou ao Porto…) era aborrecido; mas, por trocas e baldrocas, dar um terreno travestido de direito de superfície com capacidade construtiva, já passa e é aceitável.
E assim vamos vivendo. A bem da Nação!...
11 comentários:
Meu Caro Pinho Cardão
Mal li o seu post corri a consultar a organização da Ordem dos Engenheiros e confirmei a inexistência do Colégio de Engenharia Jurídica, ou do Colégio de Engenharia Financeira, pelo que, aliviado, concluí, com grau de confiança elevado, que tais especialidades não são reconhecidas como actividades de engenharia.
E ainda bem, porque o próprio título do seu post não é nada abonatório daquelas pouco canónicas designações.
Ao contrário, o reconhecimento das engenharias canonicamente reconhecidas tem estado subjacente na agenda nacional e televisiva mais recente...
Saudações cordiais de "um membro ofendido" da confraria regular.
Meu Caro Just-in-time:
Não serão engenharias lá muito canónicas, isso não, mas olhe que são cada vez mais utilizadas e cada vez com maior número de clientes e fornecedores!...E enquanto não dá tudo em pantanas, trazem honra e glória aos muitos " engenheiros" que delas fazem vida!...
O tempo está para umas habilidades técnicas, muito bem reconhecidas por outras ordens, que não as canónicas, que o meu amigo refere!...
São disciplinas emergentes, vê-se logo e, ao que parece, com grandes hipóteses de remeter para a história as "clássicas", economia e direito incluidas...
Caro Drº. Pinho Cardão:
Na verdade são trocas e baldrocas de difícil entendimento.
Mas, pensando melhor, se virmos estas cumplicidades de interesses com outros olhos, à luz da realidade que vigora nos últimos tempos, facilmente concluímos que é o "vale tudo", e nós, é que estamos desfasados dessa realidade.
Espero que o caro comentador tonibler deia uma achega "quântica", para explicar estas trocas e baldrocas...
Essa troca de 29000 metros quadrados parece-me bastante regular. Há uma história qualquer de um pedaço de arruamento que tinha 10 metros de comprimento (que já não existe) que foi da CML para o Sporting, do Sporting para CML tantas vezes que já estava a preços de Hong Kong...
Ora...não há nada como as coisas serem bem explicadas...
Como se vê é tudo simples e até bem linear...
:)))))))))))))
Pois é!
E tambem já ouvi falar num processo conhecido por Bragaparques, no centro do qual também gravitam umas pessoas conhecidas, um senhor Rodrigues e outro senhor Sá e ainda um Costa e uns terrenos da antiga feira popular e do antigo parque mayer e mais não sei o quê com um senhor filho do ex-presidente e mais outro que é amigo do amigo, que por sua vez é muito amigo do amigo de outro amigo... em resumo, eu que nem percebo nada de futebol, digo-vos com a máxima sinceridade... não acredito em nada disto, aliás, não acredito sequer que haja uma câmara municipal, ou terrenos, ou pessoas. A verdade verdadinha é que não acredito sequer que haja um país na europa com o nome de portugal, não passa tudo de pura e total ficção, ou... será alucinalção???
Não é por acaso que o Presidente do Sporting acumula com a Presidência de 2 construtoras e já foi vereador de uma Câmara importante da região de Lisboa.
Sinergias!!
Temos todos de fazer um esforço em fugir à maledicência por sistema, substituindo a razão pelas "afectividades", como muito bem escreve o Prof. Massano Cardoso no seu post.
Assim, cumpre recordar que:
a) o direito de construção nos terrenos do Interface está reconhecido ao SCP em diversos contratos há mais de 20 anos, pela simples razão de que a quase totalidade dos terrenos do Interface eram propriedade do SCP e foram por este cedidos ao domínio público, sem que o Estado ou a CML pagasse por tal cedência;
b) as permutas que agora foram aprovadas limitam-se a simples acertos de propriedade, que têm mais a ver com acordos entre a CML e o Metropolitano e menos a ver com o SCP, que espera há vários anos pela resolução de um problema que não criou.
c) quanto ao Presidente do SCP: tanto quanto sei nunca foi Vereador, mas sim Presidente de uma Ass Municipal e é de facto Presidente de uma construtora. E depois ?
d) a discussão destas questões técnicas com os preconceitos que o "Agitador" nos indica é exactamente o mesmo que discutir as opiniões médicas ou cientificas com os critérios e posturas do Professor Caramba. Mais uma vez razão tem o Prof. Massano.
Não faço quaisquer equiparações entre o caso do SCP e o caso Bragaparques pela simples razão de que não conheço este último. E os restantes conhecem ?
Penso que é conveniente distinguir entre os comentários dos jornalistas e a realidade das coisas e nesse particular talvez seja melhor aguardar pela pronúncia dos órgãos que num Estado de Direito devem resolver estas questões. O que será dito se no final as permutas da Bragaparques forem consideradas legais ?
Os melhores cumprimentos para todos os intervenientes neste blog, que há muito me acompanha.
Caro Capuchinho,
Mais informo que um ex Presidente da mesma autarquia, ex comunista, faz parte da administração da constructora, ou fazia até à pouco tempo.
Nada disto são preconceitos. Desejo muitos e bons negócios ao SPC e seu Presidente. Mas sou contra a politica dentro das empresas, típico dos países subdesenvolvidos e que prejudica a capacidade das empresas que utilizam tais critérios para escolha dos seus altos funcionários. É claro que o fazem condicionados pelo estado. e como tal por razões de sobrevivência, mesmo que a prazo.
Caro Capuchinho:
Obrigado pelos esclarecimentos. Na redacção do texto, usei de alguma cautela, reportando-me ao que tinha vindo noticiado. Pelos vistos, haverá mais alguns elementos, como os que aduziu.
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