Para o governo as gorduras do Estado somos nós. As reformas tão proclamadas como necessárias, não passam afinal de cortes em pensões e em salários.
O governo nunca irá reformar verdadeiramente o Estado, eliminando todos os órgãos parasitários, Institutos, agências, autoridades, empresas municipais, comissões, fundações, …, porque é daí que a sua clientela retira rendimentos e por outro lado lhe permite e facilita os maiores e os mais sombrios negócios do Estado dado passarem ao lado do estudo e da análise por parte dos quadros dirigentes e de carreira da Administração Pública.
O nosso problema, nos dias de hoje, não é o emprego. É o trabalho. Existe em cada vez menos quantidade o que nos coloca um problema.
Um problema? Mas, afinal não crescemos como espécie social, não vivemos, evoluímos, inventamos, para trabalhar cada vez menos vivendo bem? Não foi para isso que se inventou a roda, a máquina a vapor, o computador?
A realidade é que há cada vez menos trabalho disponível. Porque há evolução tecnológica. Porque outros produzem melhor e mais barato.
Não vai haver crescimento económico nos próximos anos, nos países desenvolvidos. Pelo menos ao nível do que é necessário para esbater os factores acima indicados (evolução tecológica e deslocalização da produção para países em que os trabalhadores ainda não atingiram os nossos níveis de rendimento) e ainda criar emprego. Assim, não vai haver mais trabalho. Pelo que vai continuar a crescer o desemprego. Até porque há mais factores que tendem para isso: os funcionários públicos vão trabalhar mais tempo, a reforma será mais tardia, há menos férias e feriados.
Mais desemprego significará mais emigração e cada vez menos jovens e crianças. Mais despesas sociais e menos pessoas a contribuir para as mesmas. Não haverá futuro para um Pais assim.
É preciso fazer alguma coisa (que seja constitucional). O Estado precisa de se ajustar. O ajustamento do Estado passa por rever o que faz e reduzir os custos com a sua folha salarial. Constitucionalmente...
Então, é simples:
A espécie humana continuará a evoluir se passar a trabalhar menos sem prejuizo de um rendimento justo em resultado da respetiva produção. E não de empréstimos (que hoje já ninguém nos dá) impagáveis no futuro.
Se o emprego (unidade de trabalho) passar a ser constituída por menos 15 a 20% do seu tempo actual, tudo se ajustaria. Se a medida fosse generalizada, de iniciativa unilateral da entidade patronal.
A medida só poderia ser constitucional pois há menos salário mas também menos trabalho de forma proporcional (o rendimento/hora seria mantido). A população entenderia facilmente isto.
A folha salarial do Estado sofreria o corte necessário. Seriam protegidos (mantendo o tempo de trabalho actual) aqueles que ganhassem até 600 Euros (por exemplo). Onde se sentisse necessidade, haveria mais contratação. Onde a capacidade de trabalho instalada fosse excedente tudo se ajustaria. Haveria mais a trabalhar e menos indignados na rua. Mais contribuíntes e menos subsidiados. Os jovens veriam uma porta a se reabrir. A força de trabalho nacional rejuvenesceria. A imigração caíria. E os jovens poderiam se manter no País, criando as famlias necessárias para a renovação demográfica e para o nosso futuro.
A nossa economia poderia passar a ser menos pressionada pelo Estado iniciando-se um processo de redução de impostos que, idealmente, evoluiria para um sistema “apenas IVA” de onde saíriam todos os financiamentos públicos necessários, incluindo os sociais, anulando-se os impostos sobre o rendimento e a carga social sobre o trabalho.
Tudo isto potênciaria a um crescimento económico que, hoje, com os decisores actuais e potênciais, não passa de um sonho.
Caro Carlos Sério: Aí, nalguns pontos (órgãos parasitários, Institutos, agências, autoridades, empresas municipais, comissões, fundações...) convergimos por inteiro. Há uns meses apresentei,na Ordem dos Economistas, em nome dos Subscritores, o manifesto Um Futuro Melhor para Portugal de que fui um dos principais redactores, e que abordava, entre outros, todos esses temas. Poderá encontrar o texto no site que indico: http://umfuturomelhorparaportugal.blogspot.pt/p/manifesto.html
Pois. Há séculos que se evolui nesse sentido. Não sei porque andar para trás, agora... Trabalhar mais? Só vai chegar para alguns. E o Mundo parte-se entre os que não têm qualidade de vida e têm rendimento (trabalho a mais) e os que não tem qualidade de vida porque não têm rendimento (trabalho a menos).
Caro Pinho Cardão, É verdade, sempre estivemos de acordo em alguns pontos em especial este da reforma do estado. Vou ler com atenção a sua intervenção na Ordem dos Economistas.
Acho muito interessante o comentário do caro Gonçalo. De facto, aquando do advento das tecnologias incluindo a robotização e até chegarmos ao estádio atual, muito se escreveu sobre o que seria a sociedade do futuro (a atual e vindoura), dizia-se que passaríamos a trabalhar menos horas, as máquinas fá-lo-iam por nós, ia ser lazer em cima de lazer!. Que bom, podemos dizer que sim, elas trabalham sem parar... Agora dizem que o estado vive acima das possibilidades, há que empobrecer, voltarmos aos tempos singelos daquela canção que diz: -“(…) no conforto pobrezinho do meu lar, há fartura de carinho, a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela, falta pouco poucochinho para alegrar, uma existência singela, é só amor pão e vinho e um caldo verde verdinho a fumegar na tigela (…)”
Caro Gonçalo, tenho a impressão de que há bem pouco tempo os nossos credores nos mandaram aumentar o horário de trabalho para um dos níveis mais altos da Europa, portanto desculpe mas não parece ser assim tão simples...
Além disso, por muitas razões e evidências orçamentais que haja sobre as poupanças obtidas com a redução drástica nas remunerações de trabalho no sector público, não tardaremos a ver o resultado na perda de qualidade dos serviços prestados, provavelmente nessa altura lá se dirá que o Estado não consegue acompanhar as exigências da recuperação económica...
14 comentários:
Para o governo as gorduras do Estado somos nós. As reformas tão proclamadas como necessárias, não passam afinal de cortes em pensões e em salários.
O governo nunca irá reformar verdadeiramente o Estado, eliminando todos os órgãos parasitários, Institutos, agências, autoridades, empresas municipais, comissões, fundações, …, porque é daí que a sua clientela retira rendimentos e por outro lado lhe permite e facilita os maiores e os mais sombrios negócios do Estado dado passarem ao lado do estudo e da análise por parte dos quadros dirigentes e de carreira da Administração Pública.
O nosso problema, nos dias de hoje, não é o emprego. É o trabalho.
Existe em cada vez menos quantidade o que nos coloca um problema.
Um problema?
Mas, afinal não crescemos como espécie social, não vivemos, evoluímos, inventamos, para trabalhar cada vez menos vivendo bem? Não foi para isso que se inventou a roda, a máquina a vapor, o computador?
A realidade é que há cada vez menos trabalho disponível.
Porque há evolução tecnológica. Porque outros produzem melhor e mais barato.
Não vai haver crescimento económico nos próximos anos, nos países desenvolvidos. Pelo menos ao nível do que é necessário para esbater os factores acima indicados (evolução tecológica e deslocalização da produção para países em que os trabalhadores ainda não atingiram os nossos níveis de rendimento) e ainda criar emprego. Assim, não vai haver mais trabalho. Pelo que vai continuar a crescer o desemprego. Até porque há mais factores que tendem para isso: os funcionários públicos vão trabalhar mais tempo, a reforma será mais tardia, há menos férias e feriados.
Mais desemprego significará mais emigração e cada vez menos jovens e crianças. Mais despesas sociais e menos pessoas a contribuir para as mesmas. Não haverá futuro para um Pais assim.
É preciso fazer alguma coisa (que seja constitucional).
O Estado precisa de se ajustar. O ajustamento do Estado passa por rever o que faz e reduzir os custos com a sua folha salarial. Constitucionalmente...
Então, é simples:
A espécie humana continuará a evoluir se passar a trabalhar menos sem prejuizo de um rendimento justo em resultado da respetiva produção. E não de empréstimos (que hoje já ninguém nos dá) impagáveis no futuro.
Se o emprego (unidade de trabalho) passar a ser constituída por menos 15 a 20% do seu tempo actual, tudo se ajustaria. Se a medida fosse generalizada, de iniciativa unilateral da entidade patronal.
A medida só poderia ser constitucional pois há menos salário mas também menos trabalho de forma proporcional (o rendimento/hora seria mantido). A população entenderia facilmente isto.
A folha salarial do Estado sofreria o corte necessário.
Seriam protegidos (mantendo o tempo de trabalho actual) aqueles que ganhassem até 600 Euros (por exemplo).
Onde se sentisse necessidade, haveria mais contratação.
Onde a capacidade de trabalho instalada fosse excedente tudo se ajustaria.
Haveria mais a trabalhar e menos indignados na rua.
Mais contribuíntes e menos subsidiados.
Os jovens veriam uma porta a se reabrir. A força de trabalho nacional rejuvenesceria.
A imigração caíria. E os jovens poderiam se manter no País, criando as famlias necessárias para a renovação demográfica e para o nosso futuro.
A nossa economia poderia passar a ser menos pressionada pelo Estado iniciando-se um processo de redução de impostos que, idealmente, evoluiria para um sistema “apenas IVA” de onde saíriam todos os financiamentos públicos necessários, incluindo os sociais, anulando-se os impostos sobre o rendimento e a carga social sobre o trabalho.
Tudo isto potênciaria a um crescimento económico que, hoje, com os decisores actuais e potênciais, não passa de um sonho.
da conversa para boi dormir da esquerda e comunicação socialista
diria Eça na reliquia:
« sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia »
Excelente blog!
Eu, recentemente, criei um blog sobre "Saúde & Bem Estar" (http://bemestar-saude.blogs.sapo.pt) e gostava de ter a sua visita ;)
Cumprimentos,
Catarina Oliveira
Caro Carlos Sério:
Aí, nalguns pontos (órgãos parasitários, Institutos, agências, autoridades, empresas municipais, comissões, fundações...) convergimos por inteiro.
Há uns meses apresentei,na Ordem dos Economistas, em nome dos Subscritores, o manifesto Um Futuro Melhor para Portugal de que fui um dos principais redactores, e que abordava, entre outros, todos esses temas. Poderá encontrar o texto no site que indico:
http://umfuturomelhorparaportugal.blogspot.pt/p/manifesto.html
Cara Catarina:
Muito obrigado. Lá irei
Obrigada eu! Espero a sua visita.
Caro Gonçalo:
Enfim...um mundo novo. Não excluo. Acontece que, entretanto, temos que viver neste...
Pois. Há séculos que se evolui nesse sentido. Não sei porque andar para trás, agora...
Trabalhar mais?
Só vai chegar para alguns.
E o Mundo parte-se entre os que não têm qualidade de vida e têm rendimento (trabalho a mais) e os que não tem qualidade de vida porque não têm rendimento (trabalho a menos).
Caro Pinho Cardão,
É verdade, sempre estivemos de acordo em alguns pontos em especial este da reforma do estado. Vou ler com atenção a sua intervenção na Ordem dos Economistas.
Acho muito interessante o comentário do caro Gonçalo. De facto, aquando do advento das tecnologias incluindo a robotização e até chegarmos ao estádio atual, muito se escreveu sobre o que seria a sociedade do futuro (a atual e vindoura), dizia-se que passaríamos a trabalhar menos horas, as máquinas fá-lo-iam por nós, ia ser lazer em cima de lazer!. Que bom, podemos dizer que sim, elas trabalham sem parar... Agora dizem que o estado vive acima das possibilidades, há que empobrecer, voltarmos aos tempos singelos daquela canção que diz:
-“(…) no conforto pobrezinho do meu lar, há fartura de carinho, a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela, falta pouco poucochinho para alegrar, uma existência singela, é só amor pão e vinho e um caldo verde verdinho a fumegar na tigela (…)”
E tudo por magia se resolverá….
De António Aleixo:
Vejo tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência.
Caro Gonçalo, tenho a impressão de que há bem pouco tempo os nossos credores nos mandaram aumentar o horário de trabalho para um dos níveis mais altos da Europa, portanto desculpe mas não parece ser assim tão simples...
Além disso, por muitas razões e evidências orçamentais que haja sobre as poupanças obtidas com a redução drástica nas remunerações de trabalho no sector público, não tardaremos a ver o resultado na perda de qualidade dos serviços prestados, provavelmente nessa altura lá se dirá que o Estado não consegue acompanhar as exigências da recuperação económica...
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