Diz a notícia que o Ministério
das Finanças foi surpreendido por uma derrapagem orçamental de 135 milhões de
euros este ano na despesa com pessoal de uma única entidade. Gastou mais com
pessoal do que o previsto. A notícia adianta que os gastos deste serviço não
estavam a ser reportados por dificuldades informáticas. A dita entidade - que
não é revelada - não prestou contas a maior parte do ano.
O desvio do OE para a despesa com pessoal deverá ficar 234 milhões de euros acima da previsão de Maio, parte do qual é explicado, segundo a notícia, pela surpresa.
O que me surpreende é que uma
situação como esta seja possível: trata-de uma única entidade com uma
derrapagem de 135 milhões de euros, o que pressupõe que não se trata de uma
pequena entidade. Como é que não foi detectada a falta de reporte? Como pode
uma entidade manter-se em silêncio, com a agravante de registar desvios
significativos? Não há planos de contingência para fazer face a problemas informáticos que interfiram no normal funcionamento ou originem situações críticas?
Invocar dificuldades informáticas faz-me lembrar a resposta que muitos serviços públicos têm na ponta da língua para dar aos cidadãos quando há problemas de funcionamento: o sistema informático está em baixo.
Invocar dificuldades informáticas faz-me lembrar a resposta que muitos serviços públicos têm na ponta da língua para dar aos cidadãos quando há problemas de funcionamento: o sistema informático está em baixo.
Como pode o Ministério das Finanças ser assim surpreendido? Este caso, que esperemos não seja
a regra, mas que não deixa de ser preocupante, leva-nos a questionar os graus
de confiança e segurança do sistema de controlo orçamental existente.
10 comentários:
Este caso não deve servir simplesmente para «levar-nos a questionar os graus de confiança e segurança do sistema de controlo orçamental existente». Este caso deve conduzir a acusações de gestão e administração danosas e, consequentemente, à prisão dos responsáveis.
Não vivemos no país da Alice das Maravilhas… onde tudo acaba em bem…
Achei essa notícia estranhíssima, saberem tantos detalhes e constituir um mistério quem será a tal entidade...
...e ainda haverá muitos mais...
Cara Margarida,
Subscrevo com especial convicção o último parágrafo do seu Post...trata-se de um caso notável do risco chamado operacional e nada garante que outros casos não venham a ser encontrados...
O que mais me impressiona, e muito mal, é o secretismo em torno desta situação, não se revelando a entidade responsável por este enorme desvio.
Seria muito importante que se conhecesse a entidade em causa, a sua ocultação só favorece a ocorrência de novas situações deste tipo...
..infelizmente, temo bem, que á medida que o "bom aluno" se vai aproximando do "exame final"..
comecem a surgir mais e mais surpresas desta indole...
Isto pela certa, é uma instituição que opera com o Magalhães... só pode.
Vamos acabar por saber que entidade será essa... Não pode deixar de ser de outra forma.
queres ver que a "entidade" (qual especie alianigena) ainda é vai ser o TC ?
Estou com o Pedro: essa entidade só pode ser o TC que, ao que me dizem, aumentou substancialmente os seus efectivos, razão suficiente para atirar abaixo o sistema informático...
Caro DIogo
Não sabemos ao certo o que se passou. É evidente que deve haver responsabilização sempre que há actuações e comportamentos que afectam o interesse público.
Suzana
Não há fumo sem fogo. Surpreende-me que a notícia não tenha tido follow-up mediático e político. Parece ser assunto que não interessa a ninguém, a não ser à entidade em causa que poderá ver na notícia um aviso (?).
Caro Luís Rodrigues Coelho Coelho
A falta de transparência alimenta a dúvida.
Dr. Tavares Moreira
Também fico espantada com o secretíssimo. E espanta-me que se mantenha.
Caro Pedro
Sempre existiram muitas surpresas. A nível de sistema de controlo das contas públicas há muito para melhorar a sua eficácia.
Caro Bartolomeu
Com desvios tão significativos o Magalhães não aguentou...
Caros Gonçalo, Pedro e Tiro Alvo
É lamentável que tenhamos que nos pôr a adivinhar.
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