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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Malfeitorias do F. Times: Crescimentistas, em guarda!

1. A edição de hoje do F. Times insere um artigo intitulado “Portugal edges closer to second Bailout”, no qual revela um elevado grau de maldade na apreciação da situação portuguesa em relação à conclusão do Programa de Assistência e ao “day after”...

2. O texto, da autoria de Peter Wise (correspondente em Lisboa há bastantes anos) e de Peter Spiegel, frisa que existem riscos muito elevados – com a expectável jurisprudência do TC no topo da lista – de Portugal vir a precisar, NO MÍNIMO, daquilo que a Irlanda decidiu prescindir, ou seja, de uma linha de crédito de “back-up”, providenciada pelo ESM...

3...mas acompanhada, necessariamente, de significativas medidas de consolidação (vulgo austeridade) que assegurem o cumprimento, em 2015 e seguintes, dos objectivos de consolidação orçamental e de contenção e subsequente declínio da dívida pública em % do PIB...

4. Ou seja, o FT começa a levantar o véu daquilo a que um número considerável de almas caridosas tem entre nós apelidado de “Programa Cautelar” e que mais não será, como aqui sugeri há pouco tempo, do que um Programa Complementar do actual PAEF...

5...Com uma dotação financeira de cerca de € 16 a 17 mil milhões (10% do PIB), em ordem a suprir, se necessário (por falta de resposta do mercado), as necessidades de financiamento da República em 2014/2015 que o jornal aponta, sem detalhar, serem de € 51 mil milhões nesse dois anos.

6. Esses € 16 a 17 mil milhões acresceriam aos cerca de € 7,9 mil milhões que ainda restam da ajuda financeira ao abrigo do PAEF, a desembolsar em 2014, bem como às previstas disponibilidades de caixa do Tesouro, no final de 2013, da ordem de € 7 mil milhões...

7. Quer isto dizer que a República teria garantido, à partida, cerca de 2/3 das necessidades de financiamento em 2014 e 2015, contando com a tal linha de “back-up” do ESM, tendo que fazer pela vida para encontrar o restante 1/3 no mercado, em emissões de OT’s e em produtos de retalho (c. Aforro e do Tesouro)...

8.... este exercício supõe, razoavelmente diga-se, que as emissões de BT’s serão feitas pelo montante exactamente necessário para cobrir os respectivos vencimentos, não tendo assim impacto, negativo ou positivo, nas necessidades de financiamento...

9. Uma razoável patifaria pois, esta do F. Times, alertando-nos para a dura realidade da vida, agravando a afrontosa pressão sobre o TC (calculo que a maioria dos magistrados já nem dorme a pensar nas maldades que nos vão impor), abrindo o jogo sobre o decantado Cautelar...e, ainda pior, admitindo que a alternativa a este belo cenário será...um 2º resgate! Safa! Crescimentistas, em guarda!



6 comentários:

Carlos Sério disse...

Será isto austerismo ou crescementismo?

As despesas do Estado com compra de bens e serviços aumentaram de 2011 para 2012 mais de dois mil milhões de euros, segundo as contas de Valadares Tavares. O professor do Técnico e antigo presidente do Instituto Nacional da Administração diz que há aqui uma margem para cortar sem ir aos salários e pensões.
Os dados são da Direcção Geral do Orçamento e foram apresentados por Luís Valadares Tavares no programa Olhos nos Olhos na TVI24.
«Quando se soma tudo aquilo que é comprado, bens, serviços, contractos, rendas, etc¿ Dá uma verba que é praticamente igual à de pessoal», diz, questionando: «Como é que no ano de todos os sacrifícios, cortes de pensões, prestações sociais, etc¿, tivemos aqui esse aumento [dois mil milhões] tão grande».
(TVI24)

Diogo disse...

Caro tavares Moreira,

Contra a «dura realidade da vida», leia-se um roubo incomensurável da Banca aos portugueses e a muitos outros povos, só existe uma solução: eliminar os parasitas…

A «dura realidade da vida» não é deixar-se ser esbulhado de uma forma assassina por criminosos de alto coturno. A «dura realidade da vida» é limpar-lhes o sebo o mais rapidamente possível.

A Internet, maldita seja, consegue fazer chegar informação verdadeira a todos, através dos blogues, das redes sociais e dos emails. A mentira paga dos jornais e das televisões, a soldo da Banca – a sanguessuga-mor – está em queda livre. Vamos ver no que isto vai dar…

Diogo disse...

Tavares Moreira, gostaria também de o ver responder ao Carlos Sério, a pessoa que comentou antes de mim.

Tonibler disse...

Muito gostam os jornalistas de especular sobre o caracter europeu de um estado como o português. É só mesmo para vender papel porque uma singela palavra esclarece logo o futuro: Cavaco. Claro que vai haver um 2 resgate e, se lhe derem corda o tipo ainda consegue chegar a um terceiro, não fosse o facto de Portugal já se estar nas tintas para a republica.

Tavares Moreira disse...

Caro Tonibler,

A propósito deste seu comentário, conhece o restaurante Dom Feijão, que fica próximo da Avenida de Roma?
Tinham-mo recomendado há algum tempo, fui lá esta semana, trenho de dizer: nota 100!
Seria uma interessante alternativa para Arruda, dada a extrema dificuldade que estamos a enfrentar para mobilizar 4republicanos até Arruda...
Que pensará o Bartolomeu desta sugestão?

Tonibler disse...

Vamos!