No contexto do que tenho vindo a referir, nada melhor e mais oportuno do que o excelente o artigo do Prof. Dr. João Duque, Catedrático do ISEG, na página 12 do Caderno de Economia do Expresso de hoje, dia 14 de Maio.
Na impossibilidade de o transcrever todo, aqui vai uma parte.
“…Parece-me que vamos ter as propinas dos mestrados tabeladas e idênticas às das actuais licenciaturas…É óptimo, porque os alunos perdem o poder reivindicativo, uma vez que as propinas do curso deixam de ter valor significativo. Por seu turno, os Professores preocupar-se-ão menos com a qualidade da formação prestada. Ao contrário do que se passa hoje nos mestrados, em que quem paga exige cursos sem faltas, pontualidade dos docentes, actualidade dos programas e interesse das matérias, cultivar-se-á a política do perdão fácil às ineficiências e imperfeições e os alunos não sentem remorso pela não utilização dos recursos que lhes oferecemos…É óptimo, porque, sendo o benefício da formação individual recolhido através de melhores vencimentos pelos que dela beneficiaram, este vai ser financiado através dos impostos gerais e indiscriminados. Deliciosa democracia: uns ganham, pagam todos…”
Concordo obviamente com tudo,na sequência, aliás, dos meus "posts" anteriores, mas posso estar a ver mal…Por isso, muito gostava da opinião dos ilustres amigos Professores Massano Cardoso e David Justino, eméritos Professores de mestrados e doutoramentos, sobre esta matéria. As minhas desculpas pela provocação!...
1 comentário:
Compreendo e comungo das preocupações do Prof. Dr. João Duque. Até ao momento, os cursos de pós graduação têm tido uma frequência caracterizada por elevado interesse. Falando dos meus cursos, posso testemunhar os sacrifícios que muitos alunos fazem para os frequentar. Alguns deslocam-se de distantes localidades e têm de conciliar a pós graduação com as suas actividades profissionais, o que não é nada fácil. Em termos de propinas, sou de opinião de que não deverão ser excessivas. Alguns cursos são verdadeiras fábricas de fazer dinheiro. As propinas deverão ser apropriadas à realidade, a fim de fazer face às despesas e aos investimentos necessários à concretização do curso. Tenho tido essa preocupação. Agora, com a inclusão de alguns “mestrados” na sequência natural da formação superior, receio que possamos assistir ao mesmo fenómeno que caracteriza a licenciatura e, consequentemente à perda de algum interesse. Aguardemos e logo se verá.
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