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segunda-feira, 10 de abril de 2006

Afinal, quem manipula?

Não sei se Berlusconi vai ganhar as eleições italianas ou não, nem isso me interessa.
Também não sei se Berlusconi cumpriu ou não as promessas eleitorais, compete aos italianos avaliar e eu não sou italiano.
Não sei ainda se Berlusconi foi um bom ou mau Primeiro-Ministro, o voto do povo italiano o dirá e eu não voto na Itália.
Mas o modo como os media se têm referido a Berlusconi é perfeitamente lamentável.
Berlusconi é geralmente apresentado como empresário corrupto e corruptor, capitalista sem escrúpulos, manipulador sustentado pela sua comunicação social, anti-democrata, ditador, ser sem qualquer virtude e com todos os defeitos inerentes à espécie humana.
Todas as opiniões recolhidas nas ruas são anti-Berlusconi; todos os intelectuais e jornalistas ouvidos opinam contra Berlusconi; todos os relatos da campanha salientam a truculência e má educação de Berlusconi.
Um marciano que pousasse em Portugal ficaria a pensar que o homem é um facínora a monte ou a transladação para Itália de algum feroz ditador africano ou asiático dos nossos dias.
Esquece-se que Berlusconi se submeteu a eleições livres e que já ganhou, já foi arredado e já voltou a ganhar.
Esquece-se que a imprensa é livre em Itália, que os jornais o criticam violentamente e que existem outras estações de televisão para além da sua.
A seu favor, no entanto, verifico que Berlusconi inspira grandes tiradas retóricas, como a que ontem li, escrita por um “conceituado” jornalista: ”…para Berlusconi, entre o capital e a sociedade deixa de existir a intermediação da classe política- chave fundamental das democracias- e é o capital a gerir directamente a política…”
Afinal, que é o grande manipulador?

10 comentários:

trainzeiro disse...

Bem, um santinho é que ele não é !

Até posso dizer, que ainda bem que não é meu Pai !

Tonibler disse...

Pois, eu vi o homem a chamar nazi ao cretino do alemão. Tudo bem, o alemão é mesmo um cretino, mas ele deveria saber que não se chama nazi a um deputado, mesmo nessas circunstâncias.

Mas numa coisa tem razão, os italianos que se danem, mais a quem escolhem. No entanto, confesso que nos tempos da Chicholina eles tinham mais piada.

João Melo disse...

entre berlusconi e prodro..venho o Diado e escolha!o que quer dizer que berlusconi já ganhou.vai-se escolher a si mesmo!

Ana M. disse...

Os nossos "media" admiraram-se e, com toda a razão, por Berlusconi ter indicado, à mãe, onde devia pôr a cruzinha.
Calcule-se alguém, com responsabilidades num País, apelar, por exemplo, ao voto no próprio filho, ou no seu próprio partido, logo à saída da assembleia de voto!
Imagina-se isso a acontecer em Portugal? IMPENSÁVEL!!!

Anónimo disse...

Berlusconi, ou membros do seu Governo, cometeram o maior dos pecados, o pecado que nunca é perdoado, colocaram em dúvida a bondade do Euro e a bondade de algumas das sagradas iniciativas da União Europeia.
Isto não se perdoa e torna-se necessário correr imediatamente com ele.
Por mim, e por estas razões e apesar de ser de esquerda, se fosse italiano votaria no Berlusconi!

Anónimo disse...

Li exactamente o mesmo artigo de jornal e também não queria acreditar neste tipo de afirmações num trabalho jornalistíco. Muitos criticam o facto de os políticos de hoje fazerem comentário político, mas não é bem mais alarmante e preocupante quando os jornalistas o fazem quando apresentam peças supostamente informativas?

Nuno Furtado disse...

antes de mais keria dizer :
li gostei e vou voltar.

agora um pouco mais sobre o assunto em mão :

O berlusconi é o João Jardim dos italianos ou então é ao contrário ou se calhar são da familia... epah confundi-me ...

Anthrax disse...

Amiguinhos,

São "Romanos" e há coisas que não evoluem de maneira nenhuma. Deviam ver aquela série que dá no canal 2, às 2ª-feiras (hoje "portantos"), Roma.

É tão triste ver que em 2000 anos evoluímos tão pouco...

Anónimo disse...

A militância amnésica da “esquerda”

A Sininho está com um problema de memória de curto prazo.
Então o Dr. Mário Soares não apelou por duas vezes, em eleições autárquicas, ao voto no seu querido filhinho – o Dr. João Soares, após cumprir o seu dever cívico eleitoral.
Parece estar mais atenta à política italiana do que à política portuguesa…
O disparate não conhece fronteiras nem quadrantes políticos. O disparate é como os estúpidos e os cogumelos, nasce por geração espontânea!!!
O Pinho Cardão tem toda a razão quando constata que certa comunicação social confunde os factos com as opiniões, mistura a realidade com os desejos e, sempre que pode, transforma os seus dislates em axiomas do iluminismo contemporâneo.
Na verdade, a pansofia de algumas mentes canhestras assenta no absolutismo ideológico.
Felizmente, em democracia, o povo ainda é quem decide, pelo voto. Caso contrário não faltariam vanguardas intelectuais a determinar o “bem comum”.

Anónimo disse...

Complemento do comentário anterior:
Lendo melhor o comentário da Sininho parece-me agora que, afinal, se tratava de um ironia...
Muito oportuna aliás! Não há, porém, falta de cabeças para o barrete do totalitarismo canhoto.