Na Sessão Plenária de há precisamente 6 anos a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma Resolução (56/4) dedicando o dia 6 de Novembro de cada ano à prevenção dos efeitos dos conflitos no ambiente e à condenação da utilização do ambiente como arma.
Apesar dos temas ambientais estarem na ordem do dia, é ainda pouco desperta a consciência global sobre os efeitos devastadores das guerras no meio ambiente.
Por regra, os custos dos conflitos contabilizam-se nas perdas directas de vidas humanas, de entre militares envolvidos e civis sacrificados. Não se contam os efeitos que perduram pela utilização do ambiente como arma. E no entanto esses efeitos revelam-se bem mais mortíferos do que os métodos convencionais.
O caso mais conhecido e sempre recordado é o das bombas atómicas largadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Para além das centenas de milhar de vidas imediatamente ceifadas, a contaminação nuclear encarregou-se de marcar as gerações com horríveis sofrimentos e morte prematura de muitos. Mas existiram e continuam a existir conflitos em que o genocídio é real ainda que menos impressionante porque a morte se espalha pelos anos de paz e não tem, por isso, o efeito de choque que causa a devastação imediata do tempo de guerra.
Todos os dias nos chegam notícias de experiências para desenvolvimento de novas armas. As "novas guerras" têm de comum a neutralização das forças inimigas pela utilização de agentes (químicos as mais das vezes) capazes de tornar impossível a vida em determinadas zonas. Para além dos terríveis efeitos imediatos, a permanência por muitos e muitos anos desses agentes no ambiente, continuará a matar, quase sempre, exactamente como continuam a matar os milhões de minas em zonas do mundo onde se diz que governa a paz. E pior do que isso, esses agentes, infiltrados no solo ou arrastados pelos elementos, não conhecem fronteiras nem as partes no conflito.
O significado que as NU quiseram atribuir ao 6 de Novembro merece, por isso, ser bem sublinhado.
2 comentários:
Excelente post. Não sabia desta resolução nem que este dia está destinado a lembrar os conflitos e os seus terríveis efeitos, também ao n+ivel do ambiente. Dizsseram-me hoje que em Londres assinalam o dia fazendo uma réplica do bombardeamento do "blitzkrieg", explodem luzes intensas no céu a um ritmo alucinante, dando aos actuais habitantes uma pálida ideia do que pode ter sido o bombardeamento. Há gestos mmuito eloquentes...
Sem dúvida um excelente post caro J.M.Ferreira de Almeida, direccionado para uma temática bastante transcendentalista, que nos obriga a diferentes reflexões, das quais, gostaria de deixar uma, que se me apresenta pertinente.
Será que, se não existisse multiplicidade no mundo, a humanidade deixaria de se temer?
Enviar um comentário