"Numa escola pública de Lisboa, cada aluno tem por missão verificar o que come cada colega, sobretudo se petisca guloseimas. Seguidamente cada um destes vigilantes dá conta das suas averiguações ao professor de Formação Cívica..."
Helena Matos, no Público de 26 de Novembro, e blog Blasfémias, hoje.
A tradição inquisitorial e pidesca continuam bem presentes; só que, agora, é politicamente correcto. Não tarda aí o Ministério do Vício e da Virtude!...
8 comentários:
Devo confessar-me prosélito (este termo lembra-me os vélhinhos filmes de Joselito & Marisol)de um controle sem tréguas às condições de higiene e qualidade dos generos alimentares, confeccionados em locais de venda ao público.
Na passada 5ª feira, almocei num restaurante de média categoria perto do meu local de emprego, antes de me sentar, dirigi-me à casa de banho a fim de lavar as mãos e... pasmo. Afixado na parede, junto ao lavatório, encontra-se um cartaz, tamanho A4, tipo plastificado com 6 quadrados onde se representavam outras tantas figuras, que "ensinam" aos utentes a forma correcta de lavar as mãos.
Como???
Não, não, o restaurante não se destina ao uso exclusivo de diminuídos mentais. Não, está aberto ao público em geral.
É! podem crer em mim, qualquer pessoa pode frequentá-lo, sem precisar de exibir um certificado de deficiência mental.
Quando saí perguntei a um empergado o porquê daquele cartaz. Ele respondeu-me que eram normas obrigatórias... do estado.
Como o cartaz está afixado à altura dos olhos de um adulto, ainda pensei: Então se uma criança for lavar as mãos e não reparar no cartaz? Pobre criança, só quando crescer vai ter oportunidade de conhecer a forma correcta de lavar as mãozinhas.
Mas... pensei muito baixinho, não fosse estar por ali algum gabiru da ASAE a almoçar.
Está tudo pensado, caro Bartolomeu, está tudo previsto. "Nós", os consumidores/utentes, podemos estar descansados, "eles" sabem tudo, prevêem tudo, e tomam conta de nós...
Falando de "outros vícios":
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=267435&idselect=9&idCanal=9&p=200
Resta saber onde é que foi concedido o licenciamento para este prédio ?
À mesa de um restaurante ?
E quantos prédios existirão em Portugal, na mesma situação ?
Muito trabalhinho para o LNEC, se alguém quizer ...
Sorry, the OFF-TOPIC !
A propósito de todo este desvario deixem-me contar este pequeno episódio, um bocado estúpido, bem sei!
A semana passada almocei num restaurante "artesanal" aqui da minha zona (coitados dos patrões, dos empregados, dos clientes, dos fornecedores, porque mais dia menos dia está condenado). É um restaurante económico quando comparado com pergaminhos regulamentares de um restaurante "industrial" e que ainda serve sopa (caldo verde) e pratos tradicionais (pataniscas com açorda) portugueses.
Sempre me desagradou estar a almoçar e ter que apanhar com a fumarada da mesa ao lado. Fico sempre mal disposta e só vou ao lugar quando me vejo livre do sítio.
Incomodada pedi ao empregado (que é um dos donos do restaurante) para abrir uma nesga de uma das janelas, o que fez, sem reclamação do fumador.
Para espanto meu, o empregado exclamou, não sei se a brincar se a sério, com um ar preocupado, que a ASAE anda por aí a multar e a fechar estabelecimentos. Perguntei o que tinha essa ASAE a ver com as janelas. Respondeu-me que as regras sobre o funcionamento das janelas e das portas dos restaurantes mudaram e são para cumprir. Quais são perguntei eu? Respondeu, com um ar algo envergonhado, que ainda não sabia muito bem, mas que sabia que teria problemas se não fizesse o que eles mandam!
Disse-lhe que estudasse então o assunto porque eu também estava interessada em saber! Quer dizer estou e não estou...
Querem ver que os restaurantes não podem ter janelas?
Pelo menos as portas devem ficar porque se não como é que a ASAE fazia o seu trabalho!? Quanto às janelas já não digo nada...
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Caro Dr. Pinho Cardão, um problema técnico, não sei qual, não me deixa remover definitivamente os dois comentários anteriores. Faz isso por mim? Obrigada.
Os restaurantes têm que ter janelas para que os agentes da ASAE entrem por lá a fazer rappel, de cara coberta e metralhadora em punho, para imobilizarem a senhora da cozinha que ameaça a saúde pública de colher de pau em punho...
Nem mais caro tonibler!
:))))
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