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domingo, 4 de novembro de 2007
Diz-me o que lês, ... - 3
Mais de trinta anos passados sobre o processo de descolonização, a história de Portugal e dos Portugueses em África continua a revelar as grandes e as pequenas marcas que, de lado a lado, parecem não estar completamente saradas. Se o trabalho de Joaquim Furtado, "A Guerra" (RTP1), teve o condão de mediatizar o debate e a reflexão sobre essa história e essas marcas, há que não esquecer o esforço que uma nova geração de historiadores tem vindo a desenvolver para desmistificar algumas dessas histórias.
Augusto Nascimento é um desses historiadores. Os trabalhos que tem vindo a publicar sobre S. Tomé são um referencial de investigação séria e rigorosa, sem complexos e com muito esforço de inventariação, sistematização e análise de fontes sobre a história colonial Portuguesa.
O "Fim do Caminhu Longi" é um estudo diferente. É um tributo feito de testemunhos vivos aos serviçais e contratados caboverdeanos que migraram para o trabalho das roças em S. Tomé. Contam-se por alguns milhares aqueles que envelhecidos, empobrecidos e socialmente excluídos, ficaram-se por terra estranha corroídos pela saudade de quem se sente mais exilado do que emigrado.
Este é um dos pilares da diáspora caboverdeana e uma marca de identidade que nem sempre a história consegue destapar. O estudo de Augusto Nascimento permite, com alguma crueza e incomodidade, destapar um pouco dessa história que também é nossa.
Finalmente percebi a letra da canção "Sodade", imortalizada pela voz de Cesária Évora:
Quem mostra' bo / Ess caminho longe? / Quem mostra' bo / Ess caminho longe? / Ess caminho
Pa São Tomé.
Sodade sodade / Sodade / Dess nha terra Sao Nicolau
Si bô 'screvê' me / 'M ta 'screvê be / Si bô 'squecê me / 'M ta 'squecê be / Até dia / Qui bô voltà
Sodade sodade / Sodade / Dess nha terra Sao Nicolau.
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2 comentários:
Ouço esta manhã, como habitualmente, o noticiátio da antena 1. Logo a seguir, ligam para o Japão, onde se encontra José Miguel Júdice,não sei se também como enviado especial da antena pública.
JMJ diz que se encontra na Ásia refere alguns dos muitos problemas que na Ásia e no resto do mundo atormentam a humanidade: O paquistão, o Afeganistão, o Irão, o Iraque, a Palestina, as cheias no México... Só desgraças.
Tantas, que é saudável pensar no sossego que se vive em Portugal.
Daí que ao comentador JMJ pareça estranho que David Justino, ex-Ministro da Educação e actual assessor do PR, venha colocar entropia numa questão menor como é o caso do Estatuto do Estudante,(ao abordar o tema no Quarta República, acrescento eu).
Se não sonhei, ouvi há dias que JMJ ofereceu uma estátua à cidade de Lisboa que vai ser colocada em frente do edifício onde se situa o seu escritório. Não sei se o estatuado é ele. Mas se não for desta será na próxima.
Quanto ao caminhu longi, não sei se JMJ já leu. Mas é uma questão de paciência, e esperar pela próxima reportagem desde talvez Kioto.
Eu vou ler.
Também vou ler, talvez não me despertasse a curiosidade se visse esse livro no meio de tantos nas livrarias e, no entanto, estamos tão longe de conhecer as raízes dessas terras que hoje ganham lustro como destino turístico... Óptima sugestão, DJustino.
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