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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A boa saúde do “monstro”

É nas despesas públicas correntes primárias (que excluem os juros da dívida pública) que reside o famoso “monstro”, isto é, as despesas de funcionamento do aparelho do Estado. Ora, sabendo-se que uma consolidação orçamental saudável e duradoura só pode ser conseguida do lado da despesa pública, o que se passou com o valor da despesa corrente primária prevista para 2008 entre o Relatório de Orientação da Política Orçamental (ROPO), de Abril deste ano, e o Orçamento do Estado para 2008 (OE’2008), apresentado em Outubro último, é elucidativo quanto ao falhanço da (pretensa) consolidação orçamental que o Governo Socialista tem vindo a realizar. Vejamos:

- No ROPO, em Abril deste ano, o Governo projectava que a despesa pública corrente primária deveria ascender, em 2008, a 37.9% do PIB;

- Contudo, no OE’2008, essa mesma despesa pública corrente primária deverá, em 2008, situar-se em… 38.8% do PIB.

A diferença, de 0.9 pontos percentuais do PIB, é superior a EUR 1500 milhões… que agora são previstos, a mais, na despesa corrente primária no próximo ano.

O “monstro” está, pois, de boa saúde – e a velha cartilha socialista de gastar mais, sempre mais, está viva e bem viva, para mal dos nossos pecados… porque, assim, é evidente que esta história de sucesso de redução do défice que o Governo quer à força fazer passar, assenta muito mais na cobrança de receita (que se tem situado sempre acima do previsto) e no esforço que tem sido pedido aos contribuintes. E, como tal, tem tudo para acabar mal…

6 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Pois, mas as coisas hoje na AR estiveram menos racionais e mais shakespirianas...

;)

Tonibler disse...

O monstro sempre esteve de boa saúde, não me lembro de ano nenhum que estivesse mais enfraquecido, mesmo nos anos em que tudo esteve congelado.

Anónimo disse...

Mas agora há um dado novo. A cobrança de impostos nunca foi tão eficaz e demolidora (mesmo com a economia em declinio).

invisivel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
invisivel disse...

O que eu gostava mesmo que me dissessem é se o pedido de Santana Lopes ontem na AR para que o gov. do banco de Portugal fizesse o mesmo exercício de 2005, tem alguma razão de ser!? É que se não tem, porque falar nisso?

Rui Fonseca disse...

Tenho a mesma duvida do comentador anterior: Ha alguma consistencia na duvida lancada por Santana Lopes ou a suspeita foi so para abanar?