O Primeiro-Ministro vai ser entrevistado amanhã pela Sic Notícias.
Em atenção aos seus leitores e comentadores, o 4R antecipou-se e conseguiu uma entrevista exclusiva com José Sócrates, palpitante e com grandes novidades, que vai pôr de lado tudo o que possa dizer à SIC.
Aliás, o Primeiro-Ministro distinguiu o 4R, dizendo que constitui das poucas vozes discordantes a que presta atenção neste país.
Amanhã, logo de manhã, no 4R, entrevista com Sócrates!...
Para aguçar o apetite, uma dos passos da entrevista que contém uma das revelações do 1º Ministro:
4R: A política de educação é para continuar?
Sócrates: O Governo não desiste de levar para a frente a sua política de educação. É ponto assente.
4R: Que política?
Sócrates: Reprovar todos os professores e fazer passar todos os alunos!...
4R: Simplex, Senhor 1º Ministro!...
Mas como o 4R é pluralista, também dá voz à Oposição. Seguir-se-á o Dr. Santana Lopes.
Amanhã de manhã, entrevista com Sócrates no 4R!...
4 comentários:
O "simplex" socratino na educação está a ter a enorme vantagem de recuperar para a luta e para o exercício da cidadania muitos professores que andavam "adormecidos".
Começa a criar-se uma vaga de fundo que agita as escolas e que, tanto para o governo como para a oposição e os sindicatos, está já a tornar-se incómoda.
É que os "profsemluta", os "profsrevoltados", os "profsemdefesadoofício" e muitos outros movimentos espontâneos não estão manietados nem enfeudados a partidos e/ou sindicatos. São por isso mais difíceis de "domesticar".
Um exemplo foi dado ontem no largo do Rato.
Outros se seguirão e seria útil que os jornalistas verificassem se estes professores indignados com o governo e as suas políticas públicas de educação têm alguma filiação partidária.
Ao contrário do que o sr. Pinto de Sousa afirmou ontem, a maior parte dos presentes que o vaiou não milita em nenhum partido. Nem ninguém foi convocado por "centrais de comunicação".
Bravo!,caro Pinho Cardão, este "folhetim radiofónico" cheio de suspense promete :))
Óptimo sentido de oportunidade!
Estarei cá para saber desta entrevista exclusiva...
O comentário de fsantos tocou num ponto crucial da contestação dos professores: havia (haverá ainda?!) muitos adormecidos na sua simples existência mais ou menos alienada, quer devido à falta de auto e hetero exigência no desempenho da profissão, quer pela ronronante forma de ser portuguesa, que faz atolar muita gente no vazio intelectual.
As políticas reformistas deste governo na área da educação são inconsistentes. Mas a situação educativa em muitas escolas que frequentei - de Évora a Chaves -, embora naturalmente com honrosas excepções, é lastimavelmente repleta de incompetências das mais bizarras e aberrantes que se possam imaginar, plasmando a injustiça nos rostos de tantas crianças e jovens, cujo futuro é, por tal, colocado em risco. E há duas espécies de causas para esse mau funcionamento larvar das escolas, com consequências nefastas para alunos, pais e toda a sociedade: 1. desorientação política (há muito que quem governa não tem investido em reflexão educativa, com a profundidade intelectual que a educação exige); 2. inépcia e irresponsabilização indolente e consentida de muitos professores, que, desde o 25 de Abril, ainda não encontraram a sua real e profunda dignidade profissional.
Se, ainda assim, os professores são confiáveis, como, v.g., os políticos não são, é por natural ignorância do povo e porque há bolsas de resistentes, que apesar de tudo, continuam a lutar (não contra alguém, mas pelos alunos e dignificação pessoal e profissional).
Em suma: se o novo ECD é uma peça de poupança pública e não de política educativa, pleno de incongruências e injustiças; se os problemas da educação não se vão resolver perseguindo os professores; também é verdade que, do lado do desempenho docente há algo a fazer - tem é que ser sério.
O que se pede é que a educação, coisa séria, seja tratada com seriedade - como diz o povo: "doa a quem doer"!
Não elegi nem vou reeleger este governo. Mas espero, sentado para me não cansar, por alternativas!
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