Confunde-se com o próprio nascimento do homem o desejo de ultrapassar determinadas limitações a fim de melhor poder usufruir a vida. Ao tomar consciência da sua existência, e precariedade, deverá ter pensado como ultrapassá-las.
É muito provável que a cirurgia tenha sido a primeira técnica utilizada pelo homem. De facto, já foram descritas técnicas cirúrgicas e ortopédicas de correcção no Paleolítico.
Mais recentemente, no Antigo Egipto, foi utilizada uma prótese para substituir o dedo grande do pé numa mulher o que lhe permitia caminhar normalmente.
Na Índia, por volta de1500 a. C., já se faziam reconstruções dos narizes. A mutilação constituía uma prática comum de vingança de tal forma que o nariz era considerado o órgão de respeito e de reputação. Esta prática continuou durante o período colonial, e até nos nossos dias, sendo o adultério uma dos principais motivos. Deste modo, é compreensível a elevada capacidade técnica utilizada desde há 3.500 anos, contribuindo para o melhoramento humano.
É fácil demonstrar que desde os confins do tempo o homem procurou sempre “melhorar-se”, em termos técnicos, já que no restante mantém vivas chamas atávicas, prontas a manifestarem-se com violência, resistentes à evolução e aos diversos códigos de conduta entretanto produzidos.
Os três exemplos apontados representam, simbolicamente, o desejo de resolver alguns problemas funcionais em fases precoces da nossa existência. Desde então nunca mais parámos ao ponto das descobertas científicas e conquistas técnicas adquirirem uma velocidade exponencial que faz inveja ao efeito da energia escura na expansão do Universo.
A medicina surpreende-nos cada dia que passa. O desenvolvimento e a inovação tecnológica são notáveis, abrindo perspectivas jamais pensadas, mesmo há poucos anos. Técnicas de exploração imagiológica capazes de mostrar o funcionamento dos tecidos, diversos tipos de implantes, próteses cada vez mais sofisticadas, cirurgias menos “cirúrgicas”, “regeneração de tecidos”, entre muitos outros, não falando das potencialidades nanotecnológicas, e da emergência do futuro homem biónico, obrigam-nos a reflectir sobre o princípio da transhumanidade.
O homem não se preocupa apenas em melhorar as suas capacidades graças às novas tecnologias, procura algo mais profundo, a imortalidade. Mas a sua procura pode esbarrar em alguns problemas tão bem traduzidos no mito de Titonus. A procura da fonte da longevidade ou o elixir da vida é uma obsessão a que não é alheio o medo da morte empurrando-o à procura de um lugar próprio dos deuses.
Pensar o futuro é projectar o presente, satisfazendo os nossos anseios e desejos. Talvez a humanidade nunca tenha produzido tanto e ido tão longe como a de hoje, ao ponto de muitos sonhos se materializarem na própria geração, o que estimula e reforça mais a necessidade e a esperança de ir mais longe, cada vez mais longe, ao ponto de não saber se haverá um limite.
A criação de um aparelho de diálise portátil, recentemente publicitado, traduz uma evolução tecnológica face ao universo de cerca de 1,3 milhões de doentes cujas vidas estão bastante limitadas e condicionadas pelas terapêuticas actuais. Obviamente que a transplantação constitui a melhor das soluções e, por si, já reflecte uma área muito importante que tem contribuído para o “melhoramento humano”, mas que já não consegue resolver os problemas, não obstante todas as medidas que propiciam a colheita de órgãos de cadáveres e de dadores vivos, sendo por sua vez responsável pelo aparecimento de novas dificuldades que põem em causa valores éticos, como é o caso do tráfico de órgãos.
As recentes notícias sobre a possibilidade de, em breve, obtermos as nossas próprias bexigas constitui uma conquista das mais revolucionárias relacionadas com o fabrico de órgãos, criando expectativas muito fortes para a produção de outros, caso da criação de “novo” de um coração de ratinho pela equipa de Doris Taylor que, apesar da sua “fraquita” potência bombeadora, permite franquear com muita confiança as portas de uma modernidade inimaginável, mesmo para as mentes mais “delirantes” em termos de antecipação do futuro e de um homem muito diferente do actual.
É muito provável que a cirurgia tenha sido a primeira técnica utilizada pelo homem. De facto, já foram descritas técnicas cirúrgicas e ortopédicas de correcção no Paleolítico.
Mais recentemente, no Antigo Egipto, foi utilizada uma prótese para substituir o dedo grande do pé numa mulher o que lhe permitia caminhar normalmente.
Na Índia, por volta de1500 a. C., já se faziam reconstruções dos narizes. A mutilação constituía uma prática comum de vingança de tal forma que o nariz era considerado o órgão de respeito e de reputação. Esta prática continuou durante o período colonial, e até nos nossos dias, sendo o adultério uma dos principais motivos. Deste modo, é compreensível a elevada capacidade técnica utilizada desde há 3.500 anos, contribuindo para o melhoramento humano.
É fácil demonstrar que desde os confins do tempo o homem procurou sempre “melhorar-se”, em termos técnicos, já que no restante mantém vivas chamas atávicas, prontas a manifestarem-se com violência, resistentes à evolução e aos diversos códigos de conduta entretanto produzidos.
Os três exemplos apontados representam, simbolicamente, o desejo de resolver alguns problemas funcionais em fases precoces da nossa existência. Desde então nunca mais parámos ao ponto das descobertas científicas e conquistas técnicas adquirirem uma velocidade exponencial que faz inveja ao efeito da energia escura na expansão do Universo.
A medicina surpreende-nos cada dia que passa. O desenvolvimento e a inovação tecnológica são notáveis, abrindo perspectivas jamais pensadas, mesmo há poucos anos. Técnicas de exploração imagiológica capazes de mostrar o funcionamento dos tecidos, diversos tipos de implantes, próteses cada vez mais sofisticadas, cirurgias menos “cirúrgicas”, “regeneração de tecidos”, entre muitos outros, não falando das potencialidades nanotecnológicas, e da emergência do futuro homem biónico, obrigam-nos a reflectir sobre o princípio da transhumanidade.
O homem não se preocupa apenas em melhorar as suas capacidades graças às novas tecnologias, procura algo mais profundo, a imortalidade. Mas a sua procura pode esbarrar em alguns problemas tão bem traduzidos no mito de Titonus. A procura da fonte da longevidade ou o elixir da vida é uma obsessão a que não é alheio o medo da morte empurrando-o à procura de um lugar próprio dos deuses.
Pensar o futuro é projectar o presente, satisfazendo os nossos anseios e desejos. Talvez a humanidade nunca tenha produzido tanto e ido tão longe como a de hoje, ao ponto de muitos sonhos se materializarem na própria geração, o que estimula e reforça mais a necessidade e a esperança de ir mais longe, cada vez mais longe, ao ponto de não saber se haverá um limite.
A criação de um aparelho de diálise portátil, recentemente publicitado, traduz uma evolução tecnológica face ao universo de cerca de 1,3 milhões de doentes cujas vidas estão bastante limitadas e condicionadas pelas terapêuticas actuais. Obviamente que a transplantação constitui a melhor das soluções e, por si, já reflecte uma área muito importante que tem contribuído para o “melhoramento humano”, mas que já não consegue resolver os problemas, não obstante todas as medidas que propiciam a colheita de órgãos de cadáveres e de dadores vivos, sendo por sua vez responsável pelo aparecimento de novas dificuldades que põem em causa valores éticos, como é o caso do tráfico de órgãos.
As recentes notícias sobre a possibilidade de, em breve, obtermos as nossas próprias bexigas constitui uma conquista das mais revolucionárias relacionadas com o fabrico de órgãos, criando expectativas muito fortes para a produção de outros, caso da criação de “novo” de um coração de ratinho pela equipa de Doris Taylor que, apesar da sua “fraquita” potência bombeadora, permite franquear com muita confiança as portas de uma modernidade inimaginável, mesmo para as mentes mais “delirantes” em termos de antecipação do futuro e de um homem muito diferente do actual.
2 comentários:
Caro Professor Massano Cardoso:
Aparentemente a humanidade está próxima de encontrar a "pedra filosofal".
Há dias tive conhecimento de um amigo míope que, em Coimbra, fez uma cirurgia a laser correctiva (sem dor, sem sangue, nem quaisquer outros incómodos), em apenas 10 minutos!
Agora, é de lamentar que paralelamente a este desenvolvimento científico e técnico, o homem não evolua de igual modo...
Um dia, ia eu com um tio meu que é médico cirurgião e vimos uma nogueira fantástica, com uns ramos esplendorosos. Ele explicou-me que a árvore, centenária, tinha estado doente mas que se cortaram os ramos afectados e que agora ali estava ela a renascer, cheia de força. "-Que pena não podermos fazer isto às pessoas, deitar fora a parte doente e esperar que nasça outra vez sã, já viste a maravilha que seria?" Esse meu tio tem hoje 87 anos e não se cansa de admirar a revolução que se tem visto na área da saúde e da biologia, já pouco falta para o milagre que ele viu fazer-se na árvore! Mas, como diz o caro Invisível, o ideal era que não fosse só a parte física a progredir, a esperança de longa vida exige uma atitude de si e dos outros que é completamente nova, será que ainda vamos lamentar os progressos da ciência?
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