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domingo, 15 de maio de 2005
Áreas Protegidas - VI - Parque Natural da Ria Formosa
Ao sul, no coração do Algarve, são 18.400 ha de uma área protegida que abrange partes dos concelhos de Faro, Loulé, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Constitui uma das zonas mais importante dos ponto de vista da guarda de património genético, uma zona húmida de importância internacional como tal inscrita como sítio da Convenção de Ramsar, Zona de Protecção Especial para aves selvagens e sitio de Rede Natura 2000.
Vulnerável a muitas pressões, designadamente urbanística em áreas de enorme sensibilidade mas também instabilidade, não tem logrado obter, designadamente dos autarcas, a atenção que merece como aqui já uma vez assinalei.
O Parque Natural é mutifacetado, um verdadeiro mosaico de habitats: mar, ria, sapais, dunas, áreas de pinhal, zonas agrícolas (em acelerada decadência...).
A ria, eventualmente o elemento mais importante, existirá enquanto se mantiver o frágil cordão de areia das ilhas barreira, sujeitas desde há muito à predação e ao esbulho inacreditavel e irresponsavelmente tolerados pelos poderes públicos.
O Parque Natural da Ria Formosa partilha com o Parque Natural de Doñana, ali ao lado, em Espanha, o papel de servir de sítio de arribação e habitat de espécies prioritárias da avifauna, com especial destaque para o caimão ou galinha-sultana, mascote do Parque, cujo stock foi possível recuperar da ameaça de desaparecimento no nosso País. Relevam outras espécies faunísticas, sendo relevante a investigação que ali se faz sobre alguns exemplares da ictiofauna característica.
O grande desafio que se põe à Formosa é hoje saber se é possível conjugar sustentavelmente as preocupações da defesa diversidade biológica que ali encontra singular abrigo, com actividades e práticas humanas de enorme intensidade, como é o caso de (algum) turismo.
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3 comentários:
Até quando?
Esperemos, meu Caro Professor Massano Cardoso, que por muito tempo se mantenha o estatuto (e reais razões para o manter)de área protegida.
Mas isso supõe que se faça um exercício essencial que está por fazer: o de determinar seriamente, com bases científicas, quais os usos e actividades compatíveis com o interesse conservacionista, de modo a que se reduza a margem de discricionaridade política (mas também técnica) que dá lugar a inquietantes "declarações de utilidade pública" de algumas ocupações...
No caso particular desta frágil Ria Formosa depende também do tempo que resistirem as tão mal-tratadas ilhas barreira, onde faço votos que um destes dias não ocorra uma desgraça que todos lamentaremos se o mar as romper, mas pela qual ninguém se responsabilizará, a começar por aqueles que, na política, tudo fazem por manter a situação actual de ocupação selvática de algumas delas.
Meu Caro Dr. Pinho Cardão, esses de que fala não são verdeiros ecologistas. Os ecologistas são os que estudam as relações dos seres vivos com o meio ambiente, num quadro de inter-acção onde não pode deixar de estar presente o homem e as suas actividades humanas.
Creio que se refere áqueles grupos de eco-fundamentalistas que não prescindem do seu automóvel para se deslocarem, mas criticam a poluição automóvel (provocada pelos outros); que pregam o ambientalismo mas municiam com eco-pareceres por si subscrtos e pagos a peso de ouro, as pretensões da "pato-bravice" nacional; que censuram o hotel construído em cima da falésia, mas não prescindem de o frequentar (para estudar mais de perto o censurável fenómeno, claro está); os que nada mais os move senão os da defesa do interesse público ambiental, com a humildade característica do soldado anónimo e militante, mas que não resistem à atracção de uma câmara de TV ou de um microfone, para os quais debitam a sua verde e infinita sabedoria...
Para esses nã há, de facto, justa medida.
Conheci alguns. Andam por aí...
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