Os números que se seguem são rigorosamente os da última informação do INE.
A população activa era de 5587,3 milhares em 2006 e de 5618,3 milhares em 2007. Aumentou 35.000 pessoas, cerca de 0,6%. Da população activa, a população empregada era de 5159,5 milhares em 2006 e de 5169,7 milhares de pessoas em 2007. Aumentou 10.200 pessoas, um pouco menos de 0,2%.
A população desempregada era de 427,8 milhares em 2006 e de 448,6 milhares de pessoas, em 2007. O desemprego aumentou 20.800 pessoas, cerca 4,9%.
A taxa de desemprego define o peso da população desempregada sobre o total da população activa. Face aos números apresentados, a taxa de desemprego passou de 7,7% em 2006 para 8% em 2007.
Por seu lado, a taxa de emprego, que define a relação entre a população empregada e a população em idade activa (com 15 anos ou mais de idade), diminuiu de 57,7% em 2006 para 57,6%, em 2007.
Até aqui, não tem Sócrates de se vangloriar de nada, ao contrário do que fez.
Passando a análise do ano para o último período trimestral homólogo, 4º trimestre de 2007, versus 4º trimestre de 2006, a população activa aumentou 26,3 milhares, 0,5%, a população desempregada diminuiu 19,1 milhares, e a população empregada aumentou 45,4 milhares, 0,9%. Foram nestes números que Sócrates e o Governo abusivamente se propagandearam.
Acontece que as estatísticas não podem ser interpretadas tão simplisticamente como o Governo o faz, ignorando totalmente outros dados essenciais, como os valores médios de 2007 e a evolução mais próxima, a do último trimestre desse ano.
Com efeito, se compararmos o 4º trimestre de 2007 com o 3º trimestre desse mesmo ano, verifica-se que a população activa diminuiu 17.000 pessoas, -0,3%, a população empregada diminuiu 11.800 pessoas, -0,2%, e houve um aumento de 4.500 pessoas desempregadas, equivalente a -1,1%.
Deste conjunto de elementos, conclui-se que só comparando os últimos trimestres homólogos se verificou uma ligeira melhoria, situação que deve ser enquadrada por um agravamento da situação no decorrer de 2007 e no último trimestre do ano. Acontece que a taxa de variação anual é menos sensível do que as taxas trimestrais ou as homólogas a alterações esporádicas ou de sazonalidade, é o próprio INE que adverte do facto.
Por isso, um Governo responsável nunca seria tão demagogicamente primário, ao ponto de chegar a ver progresso na situação do emprego, quando se atingiu a maior taxa de desemprego de sempre. O governo não sabe ler os números.
A população desempregada era de 427,8 milhares em 2006 e de 448,6 milhares de pessoas, em 2007. O desemprego aumentou 20.800 pessoas, cerca 4,9%.
A taxa de desemprego define o peso da população desempregada sobre o total da população activa. Face aos números apresentados, a taxa de desemprego passou de 7,7% em 2006 para 8% em 2007.
Por seu lado, a taxa de emprego, que define a relação entre a população empregada e a população em idade activa (com 15 anos ou mais de idade), diminuiu de 57,7% em 2006 para 57,6%, em 2007.
Até aqui, não tem Sócrates de se vangloriar de nada, ao contrário do que fez.
Passando a análise do ano para o último período trimestral homólogo, 4º trimestre de 2007, versus 4º trimestre de 2006, a população activa aumentou 26,3 milhares, 0,5%, a população desempregada diminuiu 19,1 milhares, e a população empregada aumentou 45,4 milhares, 0,9%. Foram nestes números que Sócrates e o Governo abusivamente se propagandearam.
Acontece que as estatísticas não podem ser interpretadas tão simplisticamente como o Governo o faz, ignorando totalmente outros dados essenciais, como os valores médios de 2007 e a evolução mais próxima, a do último trimestre desse ano.
Com efeito, se compararmos o 4º trimestre de 2007 com o 3º trimestre desse mesmo ano, verifica-se que a população activa diminuiu 17.000 pessoas, -0,3%, a população empregada diminuiu 11.800 pessoas, -0,2%, e houve um aumento de 4.500 pessoas desempregadas, equivalente a -1,1%.
Deste conjunto de elementos, conclui-se que só comparando os últimos trimestres homólogos se verificou uma ligeira melhoria, situação que deve ser enquadrada por um agravamento da situação no decorrer de 2007 e no último trimestre do ano. Acontece que a taxa de variação anual é menos sensível do que as taxas trimestrais ou as homólogas a alterações esporádicas ou de sazonalidade, é o próprio INE que adverte do facto.
Por isso, um Governo responsável nunca seria tão demagogicamente primário, ao ponto de chegar a ver progresso na situação do emprego, quando se atingiu a maior taxa de desemprego de sempre. O governo não sabe ler os números.
17 comentários:
Como não poderia deixar de ser.
Infelizmente, caro Pinho Cardão, este seu post está escrito em cantonês arcaico para as pessoas que falam alto neste país e que têm orgasmos múltiplos cada vez que vêm um número seguido do caracter "%".
A trabalheira a que se dedicou ao recolher estes números demonstra a trafulhice do Sócrates, mas nem era preciso tanto. Bastava às pessoas pensar que criar 100 mil postos de trabalho "net" implicava (ou provocava, dependendo da maneira como vemos as coisas) um crescimento económico real de uns 4 ou 5% ao ano durante os últimos dois anos. 10 mil para cima ou para baixo é peanuts e até deve estar para baixo do erro normal da sondagem (a taxa do INE é por sondagem).
Mas quer uma aposta como até os seus camaradas do PSD vão dizer que a criação dos postos trabalho "sendo positiva, não é mérito exclusivo do governo"?? Basta mandar uma percentagem para a rua, que parece o canil do sr. Pavlov.
Ó doutor!O governo não sabe ler os números?!!! Sabe, o senhor sabe bem que eles sabem bem ler os números (já ouvi parecido em qualquer lado...). Tanto que sabem que só lêem o que lhes interessa e não lêem o que não interessa aliás se não os soubessem interpretar não eram vigaristas.Esses tipos são vigaristas até ao tutano...
Cumprimentos
David Oliveira
:))))
"....orgasmos duplos cada vez que vêem um número seguido de %"
Esta está muito boa, sim senhor...
Às tantas ainda serve de terapia para os/as que que sofrem de disfunção e lá vão mais umas dezenas de "especialistas" na matéria para o desemprego!
Olhem lá: taxa de desemprego + taxa de emprego não devia "dar" 100%??
Perdoem a minha ignorância mas também queria ter um orgasmo.
É que se não dá, dou o caso por encerrado: são números apenas para alguns, poucos, iniciados e não admira que o povo engula tudo o que lhe põe à frente.
:))))))))
Caro Serrata:
Tenha calma e não desista.
A taxa de desemprego,como referi, e de acordo com o INE, define o peso da população desempregada sobre o total da população activa. O numerador é a população desempregada e o denominador a população activa. Com efeito, só pode haver desempregados entre os activos. Uma criança de 10 anos não está desempregada, como não o está um sujeito reformado de 80 anos.
A taxa de emprego, como também referi e diz o INE, define a relação entre a população empregada e a população em idade activa (com 15 anos ou mais de idade. A população em idade activa não é o mesmo que a população activa. Compreende não apenas a população activa, como a população inactiva com 15 e mais anos.
O numerador é a população empregada e o denominador é a soma da população activa com os inactivos de 15 ou mais anos.
Assim, a taxa de emprego pretende reflectir a percentagem de portugueses empregados em relação aos portugueses que não estão legalmente impedidos de trabalhar.
Não tendo a mesma base, a soma não pode ser 100%.
Compreendido; a verdade é que me fazia espécie uma ser o complemento da outra; não seriam precisas ... ambas, certo?
Mas confirma-se o meu receio: isto é mesmo só para iniciados.
Repare na subtileza que eu não acompenhei, confesso, entre: população activa e população EM IDADE activa.
E digam-me lá com franqueza: quantos portugueses têm "paciência" para descobrir a razão porque a um variação numa não origina uma variação contrária correpondente na outra?
Sei lá: coisas como mudança da idade da reforma, ou um aumento astronómico de nascimentos ... há 15 anos atrás.
É economês? Passo. E os políticos deveriam abster-se de o utilizar: é que ninguém pesca nada (com razão) e por isso ninguém critica.
Bandidolas.
Por isso o PM diz que criou 93000 empregos e ficamos todos felizes.
Isto tem nome: trafulhice da mais pura.
Permita-me só uma humilde correcção:
"Não tendo a mesma base, a soma PODE NÃO ser 100%." :))
Pinho Cardão: rigoroso, objectivo, inatacável...que mais?
Num tempo em que as estatísticas são manipuladas, na sua produção e interpretação, de forma indecente, quase libidinosa, o 4R/P.C. oferece um exemplo de honestidade e seriedade!
Oh caro Tavares Moreira!...
Caro Pinho Cardão,
Mas..... e a segunda derivada?
Sócrates, pelos 370 segundos de entrevista, sobre o desemprego:
"Eu sei que cresceu. Eu digo é que em 2005/2006 cresceu menos do que anteriormente - é a segunda derivada, mais uma vez[...]"
Ora sr. Sócrates, até lhe digo uma coisa, se olhar para a 4ª derivada, ou quiçá até para a 3ª, descobrirá que o valor é zero!
Não é que isso permita afirmar que o desemprego não aumentou mas sempre é um zero associado à questão "desemprego"... ;-)
Caro Raposa Velha:
Não ouvi a entrevista de Sócrates. Mas meteu derivadas?
E logaritmos também?
De facto, compreendo então a ideia de Sócrates de reduzir o emprego a uma mera função matemática...com uns tantos acréscimos e decréscimos, no caso concreto muito mal compreendidos...
Sempre clarividente e rigoroso, Pinho Cardão.
A "matemática técnica" não deve ter sido a melhor nota porque, por acaso, é a primeira derivada.
Aliás, como regra, sempre que se ouvir alguém dizer que " na segunda derivada" é certo que não percebe nada do que está a dizer. Isto é uma verdade estatística, claro.
Sim senhor, meteu 2ª derivada, Pinho Cardão. Estava por acaso a fazer uma fatia com essa parte do vídeo para postar no Fliscorno.
Tonibler, bem apanhada.
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