Não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto. A notícia do jornal i chamou-me de novo a atenção para o tema.
É espantoso que seja necessária uma lei (ou um decreto-lei) para decretar aquilo que poderia ser promovido pelas próprias escolas. Parece que algumas já o fazem. É verdade que não têm autonomia e que não competem entre elas, não tendo portanto os incentivos adequados para fazerem uma melhor gestão dos recursos e melhor responderem às necessidades das famílias e dos alunos que servem.
Mas venha a legislação para finalmente as escolas passarem a distribuir gratuitamente os manuais escolares aos alunos do ensino básico e secundário.
Este caso dos manuais escolares é um bom exemplo de dezenas ou centenas de más práticas que abundam na gestão da coisa pública (e de bens de interesse público), de matérias importantes que se discutem recorrentemente ou não chegam se quer a estar na agenda política, que permanecem no desconforto colectivo como uma fatalidade e que de vez em quando, vai-se lá saber porquê, voltam a ser faladas para de novo voltarem à gaveta de onde, até parece, nunca deveriam ter saído.
É um caso elucidativo de como, sem justificação compreensível ou aceitável, desbaratamos a despesa e penalizamos o rendimento disponível das famílias e é, também, o reflexo de uma mentalidade e pedagogia erradas que nos têm levado, logo de pequeninos, por um caminho de incentivo ao consumo desnecessário e que não promove valores tão importantes como a poupança e a partilha.
Parece que os partidos não estão todos de acordo. Se estivessem é que seria de estranhar. Uns apresentam a proposta, outros ainda estão a pensar na conveniência política de votarem a favor ou se a abstenção lhes serve melhor uma qualquer estratégia política, mas a notícia deixa antever que a medida vai passar.
Parece que os partidos não estão todos de acordo. Se estivessem é que seria de estranhar. Uns apresentam a proposta, outros ainda estão a pensar na conveniência política de votarem a favor ou se a abstenção lhes serve melhor uma qualquer estratégia política, mas a notícia deixa antever que a medida vai passar.
3 comentários:
Incompreensivelmente este post não merece qualquer comentário dos leitores, numa matéria de muito maior interesse do que a discussão da batota contabilistica do governo.
Não sei se a sua frase
"por um caminho de incentivo ao consumo desnecessário e que não promove valores tão importantes como a poupança e a partilha."
foi pensada ou se lhe saiu espontaneamente, mas é algo em que devíamos reflectir porque se calhar social democracia é isso mesmo "poupança e partilha" e não "esbanjamento e egoísmo", que me parece ser o ponto onde a nossa sociedade está. Ou lá perto...
Parabéns pelo texto!
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2010/10/socialismo-de-saco.html
Caro cmonteiro
Obrigada pelas suas amáveis palavras. A frase que apreciou corresponde muito simplesmente a um modo de estar na vida que me foi incutido através da educação.
Caro RioD'oiro
Obrigada pela preferência.
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