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domingo, 24 de outubro de 2010

Elogio à paciência dos outros

Helena Matos teve paciência de ler uma entrevista de Manuel Alegre ao DN. Eu não. Há muito que se  me esgotou a pachorra. A minha paciência transformou-se em coisa escassa, que vou doseando com grande parcimónia, procurando resistir à tentação de me alhear deste mundo verdadeiramente irreal em que vivem os políticos europeus. Li, sim, o esclarecido comentário da Helena no Blasfémias sobre o paradigma discursivo de uma esquerda que perdeu definitivamente o norte, que se recusa a perceber que as coisas não acontecem apesar do nihilismo em que sempre viveram alguns dos actuais políticos. O discurso de Alegre é um espelho das políticas dominantes nos últimos anos, ancoradas numa coisa plástica a que ainda chamam ideologia, situada entre a defesa de um Estado social a caminho da falência e o pragmatismo económico.
Acresce que ao ler o comentário de Helena Matos confirmei o acerto da minha indiferença.

7 comentários:

Tonibler disse...

E, apesar de tudo, quem anda a insistir no orçamento é Cavaco...Por falar nisso, este ano não há beija-mão em Cascais?

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Também eu passei do acabrunhamento por ouvir e ler tanta alegre asneira política e económica de um tão bom poeta à indiferença total.

Fartíssimo do Silva disse...

Meu Caro Ferreira de Almeida
Não teve paciência para ler a entrevista de Manuel Alegre à TSF e ao DN. Mas teve paciência para ler a Helena Matos, que enviezou a entrevista a seu bel prazer. Teria sido melhor ler o original à paródia que ela fez, como é hábito...
Mas sempre lhe digo, caro Ferreira de Almeida, que o que Alegre disse é coerente! E faz todo o sentido. Não fala nem pela boca do BE nem pela boca do PS. Alegre não alinha no pensamento único dos economistas que, ao longo de vários governos e nas três últimas décadas, conduziram Portugal ao buraco em que se encontra.
Espanta-se Helena que o Alegre seja apoiado por dois partidos: um contra o orçamento, outro a favor da sua viabilização. Mas Helena não confronta Cavaco que é apoiado por dois partidos: um viabilizará o OE; o outro já decidiu que irá chumbá-lo.
Não será melhor esperar pela proclamação de candidatura de Cavaco Silva e das novidades que ele nos dará a conhecer?. Uma coisa é certa: Cavaco é um gestor de silêncios, no dizer de Alegre. E é o próprio Presidente da República que o confirma ao Expresso quando diz exercer... "a magistratura de influência silenciosa"!!! Esta tirada, acrescida á "das melhorias incontestáveis" dão bem o tom da palavra de Cavaco Silva. Acho cedo para as grandes excitações de Helena. Esperemos pela proclamação da candidatura para saber o que aí virá de novo! Mas se for mais do mesmo, isto é , a tão apregoada cooperação estratégica e dos conhecimentos profundos de economia e de finanças públicas era melhor continuar socegado uma vez que de nada lhe serviram tais valências, assistindo-se antes, sob a sua égide, à degradação acelerada do "nosso País". É esperar para ver! A procissão ainda está no adro. Sendo certo que o PR diz "sentir tristeza com a situação que vivemos". Grande pensamento, digno de um Chefe de Estado! E que poderia um dia servir de epitáfio - Aníbal Cavaco Silva, o Resignado!

Pedro disse...
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Fartíssimo do Silva disse...

Para os mais distraídos relembro que há 30 anos morreu Sá Carneiro (4 de Dezembro de 2010).
O post de Paulo raia a má educação e só por isso não merecerá resposta. Se quiser debater com elevação, deixar o insulto barato e a insinuação, tudo bem. A provocações não respondo.

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.