1.Foi hoje divulgado o Boletim Económico do BdeP, denominado Boletim da Primavera, que actualiza as previsões do comportamento da economia portuguesa em 2012 e 2013 que tinham sido avançadas no Boletim do Inverno, divulgado no início de Janeiro.
2.Em função das novas previsões, bem se pode dizer que esta Primavera, do ponto de vista económico, de mostra algo invernosa, ao contrário do Boletim do Inverno, que paradoxalmente se mostrava bem mais primaveril...
3.Na previsão agora apresentada, a economia deverá contrair em 2012 um pouco mais do que na anterior previsão (-3,4% agora, -3,1% antes) e, mais desagradável ainda, para 2013 já não é esperado qualquer crescimento (embora pouco expressivo, de 0,3%, sempre era algum) mas simplesmente a estagnação, ou seja crescimento zero...
4.Para estas piores perspectivas concorre sobretudo, em 2012, um menor dinamismo das exportações do que era previsto no início do ano – a procura externa líquida contribuirá com 3,1% para a variação do PIB em lugar dos 3,9% antes esperados.
5.Num outro registo, também menos favorável, o equilíbrio da balança de bens e serviços com o exterior que o BdeP achava possível acontecer em 2012 – e que aqui classificamos como mudança radical no comportamento da economia, a verificar-se – fica agora adiado para 2013, esperando-se em 2012 um défice, embora não muito expressivo (de 1% do PIB)...
6.Estas previsões do BdeP são um chuveiro de água fria num optimismo que por aí já ia despontando, alimentada por alguma bonança que se tem registado nos mercados financeiros, parecendo que estávamos quase a entrar numa era de recuperação, como se os problemas estruturais se encontrassem ultrapassados...quando não cumprimos tampouco 50% do percurso...
7. É importante que os nossos políticos, de todos os quadrantes, os pró e os anti-governamentais, se capacitem de que os problemas estruturais da economia portuguesa não se resolvem no curto prazo e muito menos se resolvem com simples proclamações de oratória...menos ainda com greves de inspiração puramente ideológica como a que vimos recentemente...
8.Para a economia portuguesa entrar num percurso de recuperação consistente, corrigindo os desequilíbrios que se acumularam nos últimos 15 anos, vai ser necessário mais tempo do que vulgarmente se imagina e extraordinária persistência na adopção das medidas de natureza estrutural que nos comprometemos a adoptar no âmbito do PAEF.
9.Um Boletim da Primavera que se mostra pouco primaveril em notícias para a economia, temos de reconhecer...
2.Em função das novas previsões, bem se pode dizer que esta Primavera, do ponto de vista económico, de mostra algo invernosa, ao contrário do Boletim do Inverno, que paradoxalmente se mostrava bem mais primaveril...
3.Na previsão agora apresentada, a economia deverá contrair em 2012 um pouco mais do que na anterior previsão (-3,4% agora, -3,1% antes) e, mais desagradável ainda, para 2013 já não é esperado qualquer crescimento (embora pouco expressivo, de 0,3%, sempre era algum) mas simplesmente a estagnação, ou seja crescimento zero...
4.Para estas piores perspectivas concorre sobretudo, em 2012, um menor dinamismo das exportações do que era previsto no início do ano – a procura externa líquida contribuirá com 3,1% para a variação do PIB em lugar dos 3,9% antes esperados.
5.Num outro registo, também menos favorável, o equilíbrio da balança de bens e serviços com o exterior que o BdeP achava possível acontecer em 2012 – e que aqui classificamos como mudança radical no comportamento da economia, a verificar-se – fica agora adiado para 2013, esperando-se em 2012 um défice, embora não muito expressivo (de 1% do PIB)...
6.Estas previsões do BdeP são um chuveiro de água fria num optimismo que por aí já ia despontando, alimentada por alguma bonança que se tem registado nos mercados financeiros, parecendo que estávamos quase a entrar numa era de recuperação, como se os problemas estruturais se encontrassem ultrapassados...quando não cumprimos tampouco 50% do percurso...
7. É importante que os nossos políticos, de todos os quadrantes, os pró e os anti-governamentais, se capacitem de que os problemas estruturais da economia portuguesa não se resolvem no curto prazo e muito menos se resolvem com simples proclamações de oratória...menos ainda com greves de inspiração puramente ideológica como a que vimos recentemente...
8.Para a economia portuguesa entrar num percurso de recuperação consistente, corrigindo os desequilíbrios que se acumularam nos últimos 15 anos, vai ser necessário mais tempo do que vulgarmente se imagina e extraordinária persistência na adopção das medidas de natureza estrutural que nos comprometemos a adoptar no âmbito do PAEF.
9.Um Boletim da Primavera que se mostra pouco primaveril em notícias para a economia, temos de reconhecer...
2 comentários:
Infelizmente não acredito que com o sistema fiscal actual e os altos índices de emigração, da mais qualificada, ambiciosa e determinada, seja possível inverter a situação de declínio que vivemos. O equilíbrio a dar-se será em níveis mais baixos de rendimento, sendo que qualquer melhoria a prazo do saldo orçamental terá no médio/longo prazo um efeito de reposição dos desequilíbrios anteriores (pelos vícios privados, públic(a)os...vícios).
As reformas para darem resultado teriam de envolver toda a população Portuguesa, a modificação, que não se decreta, do tecido industrial Português, um novo olhar sobre a agricultura, uma nova classe empresarial que apostasse no risco do transaccionável acobertada por um estado estável e com uma visão empresarial de longo prazo; um contexto amigável para as empresas e que recuperasse a segurança do investimento do século XIX com a introdução da responsabilidade limitada e a separação vida privada/vida empresarial (já alguém em Portugal se deu conta que foi com a atitude securitária do estado como credor - quase esbulhador - de 1ª instância que a economia decaiu? E é esse bom liberalismo que temos vindo a assistir ou mantêm-se o mau colesterol da intervenção na vida privada e na não libertação dos agentes económicos?). Tal tendência têm sido alterada ou agrava-se a cada dia que passa com uma complexificação e um apertar/suspeição esquizofrénica da malha?
Novamente, como homem de empresa do sector da PMeconomia concorrencial, considero que Portugal só vingará quando se alterar o paradigma do domínio da macroeconomia sobre a visão da economia de empresa - criação de verdadeira concorrência (nada do que se assiste hoje no comércio, nas commodities, etc...); criação de um quadro fiscal adequado e não constritivo da economia; libertação da economia de sectores associativos (tanto patronais como de trabalhadores) apenas representativos de pequenas franjas da economia real; de corporações; dissociação da política versus empresas/agentes económicos; introdução de uma atitude mais pedagógica, mais motivadora, menos repressiva; simplificação jurídico-processual e uma nova ética de exemplo (baseada numa contenção ética quase protestante, na humildade, suntentabilidade, solidariedade das elites Portuguesas...).
Caro Pedro de Almeidan Sande,
Quero dizer-lhe que , com algumas adaptações, não ando muito longe das suas cogitações...
Tenho bem a noção de que o excessivo intervencionismo do Estado - na tripla vertente de (i) assumir actividades para as quais não tem a menor aptidão, nomeadamente na gestão de empresas, (ii) regulamentar de modo asfixiante todas e qsq actividades económicas, reduzindo a indispensável agilidade na condução dos negócios que a competição naturalmente exige e (iii) impor uma sufocante carga fiscal, sobre o rendimento sobretudo - constitui o principal entrave ao crescimentosaudável da economia, impondo sacrifícioa cada vez maiores aos cidadãos em nome de uma suposta, mas inteiramente falsa ou fictícia, defesa dos que são considerados mais vulneráveis...
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