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sábado, 10 de março de 2012

Uma surpresa...


Ontem de manhã quando saí de casa encontrei em frente da porta um saco branco que tinha uma tonalidade laranja no interior. Num primeiro olhar estranhei, será que alguém se teria enganado e deixado na casa errada aquele saco. Fiquei surpresa. Instantaneamente, meti a mão dentro do saco e vejo que continha laranjas, muitas laranjas, e uma “carta” que retirei e que por momentos julguei me esclarecesse qual dos meus vizinhos teria dado pela falta das laranjas. Mas não, as laranjas não estavam ali por engano. Todas as casas tinham sido presenteadas com um saco cheio de laranjas. Estava a reler a carta e  lembrei-me de escrever sobre esta saborosa história:

Olá!
O meu nome é T.L., sou o seu vizinho do … andar do bloco …
Os meus Avós têm uma quinta perto de Lisboa com um grande pomar de laranjas biológicas e neste ano de crise decidimos partilhar uma parte da produção com todos. São pequenas e feias, mas são óptimas, principalmente para sumo!
A partir da próxima semana vou deixar às segundas-feiras na garagem da 1ª cave junto à portaria algumas caixas com laranjas. Pode servir-se à vontade.
Deixo aqui uma pequena amostra para que as possa provar!
Obrigado.
T.L.

Foi um gesto muito bonito e tocante. Uma surpresa. A crise e as dificuldades que atingem tantas famílias - hoje são as outras mas amanhã podem ser as nossas - apelam à solidariedade. As pessoas são interpeladas a pensar nos outros, a questionarem-se sobre o que podem fazer para ajudar. Querem partilhar. Vivemos uma época em que valores que pareciam ter desaparecido mostram afinal que estavam apenas adormecidos. É bom que assim seja.
As laranjas da quinta dos Avós do T.L., apesar de feias por fora, são muito doces e sumarentas por dentro. Suspeito que não vou resistir em descer às segundas-feiras à garagem à procura de mais umas laranjas.

2 comentários:

Suzana Toscano disse...

margarida, acho mesmo que não deve deixar de ir, é uma ideia fantástica e muito simpática, um sinal muito raro de boa vizinhança. Em vez de deixar estragar as laranjas, oferecê-las, assim, deporta a porta, com a carta e o convite acho encantador. Vai ver que se callhar muitos vizinhos que não se conheciam vão passar a cumprimentar-se e a sorrir amavelmente só por causa da laranjas!

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Suzana
Estou convencida que a boa vizinhança também ajudou ao gesto. Mas é realmente uma ideia muito simpática e responsável. Hoje à noite vou procurar as laranjas.