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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Que dizer?


Assim sendo, considerando que não temos um computador minimamente capacitado para os fins elencados, (...), oficie-se à DGAJ, solicitando-se a entrega ao juiz presidente deste processo um computador que tenha a capacidade suficiente (isto é, capacidade de instalação de Windows 7 e pacotes Office 2010), de forma a que este Tribunal Coletivo possa exercer cabalmente e de uma forma dignificante as suas funções, desiderato que de forma alguma é possível alcançar, antes pelo contrário, com o computador obsoleto de que atualmente dispomos", concluiu o juiz.
Trata-se do processo BPN. Mais esta. Faltam palavras para classificar toda esta história. Num processo que pode ter custado aos contribuintes 2,7 mil milhões de euros, um juiz debate-se com um problema, obviamente prático, de um computador portátil que não tem capacidade para gerir tamanha factura. O atraso do caso BPN parece ter agora um culpado: um computador obsoleto. Que dizer?

7 comentários:

Pinho Cardão disse...

Dêem-lhe já um Magalhães!...

Suzana Toscano disse...

As pequenas histórias dos grandes casos, ou a realidade das condições em que tantas vezes se tem que trabalhar com muita responsabilidade...

José Fontes disse...

Bendito computador.
No tempo do Estado Novo havia a lei da protecção da Administração Pública, que determinava que o Ministério Público só podia instruir processos a qualquer elemento do aparelho de Estado, e enviá-los para o Juiz, com autorização do Ministro da Justiça.
Assim se protegiam as elites e os amigos, através da lei.
Não existindo essa lei num Estado democrático, tem que se criar outro tipo de subterfúgios para proteger as elites poderosas (ex-secretários de Estado, ex-ministros, ex-conselheiros de Estado, etc., etc. etc.)
Ou isso ou através de formalismos processuais, veja-se o vergonhoso caso das escutas ao «filósofo» parisiense, finalmente destruídas.
Uff, já não era sem tempo.

Ilustre Mandatário do Réu disse...

Vejo que já cheguei tarde para mandar a boca do magalhães... genial criação daquele gamalhão que vive da gam(ela) da mãe e das mães deste país (em paris).

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão, as criancinhas, coitadinhas, não podiam passar sem Magalhães, mas os juízes, coitados, têm que fazer das tripas coração. Genial gestão dos recursos públicos. Suzana, somos um país de contrastes absurdos. Caro José Fontes
Compreendo o seu desabafo. O poder judicial deve ser independente dos outros poderes. A falta de meios pode dificultar o respeito pelo princípio da divisão dos poderes. Não se fazem omeletes sem ovos. Caro Ilustre Mandatário do Réu
Vem sempre a tempo. Lembrar a genial criação nunca é demais. Não será facilmente esquecida.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

O que é curioso é que quase todos estamos de acordo com o diagnóstico. Um país, piolheira, com muitos corruptos, que nos roubaram e continuam a roubar a liberdade (não é liberdade um sistema com apenas alguns formalismos aparentemente democráticos) através das formas mais audaciosas e engenhosas (não falta de facto o engenho e arte aos menos escrupulosos).
E o que fazemos no concreto para alterar as coisas? Vamos gritando baixinho, quase a medo, não fiquemos prejudicados nas nossas parcas capelinhas.
Portugal, decididamente, tem as elites (do poder) que merece.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Pedro Almeida Sande
Acho o povo é melhor que as ditas "elites"!