1. Há dois anos chamavam-lhe “Consolidação Orçamental” e era tida por indispensável e inadiável por tutti quanti...hoje, com a fadiga social e política, passou a chamar-se “Austeridade” e todos a atacam e afirmam que constituiu um falhanço..
2. É normal, bem o sabemos, que as opiniões mais consensuais no universo dos “media” e dos comentadores yo-yo, estejam fundamentalmente equivocadas. Este parece ser, de manifesto, um desses casos.
3. Poderá dizer-se que as medidas caracterizadoras desta política deveriam ter sido calibradas doutra forma, fazendo menor apelo a agravamentos fiscais e recorrendo mais a cortes na despesa pública (não esquecendo o efeito deletério da jurisprudência do TC, é certo...), afirmação que subscrevo sem dificuldade...
4. Poderá também dizer-se que esta política desagradou a muita gente, afrontou muitos interesses (e deixou outros por afrontar, por razões menos claras), pôs em causa as expectativas de milhares de pessoas, teve como sério dano colateral um enorme aumento do desemprego, tudo isso é verdade...
5. Mas coisa diferente é dizer que essa política falhou, na verdade não falhou. E não falhou pela elementar razão de que sem essa política jamais a economia portuguesa teria conseguido, em escassos 2 anos, a proeza de corrigir o mais importante desequilíbrio que condicionava gravemente todo o nosso futuro: o crónico e enorme desequilíbrio externo que nos endividou até ao limite...
6. Na determinação dessa mudança fundamental de desempenho da economia, existiram 2 factores que se complementaram: (i) em primeiríssimo lugar, o formidável esforço de um vasto conjunto de empresas privadas, empresários e trabalhadores, que se lançaram, de “unhas e dentes”, na busca de novos mercados para substituir o decadente mercado interno; e (ii) a dita “austeridade” que, impondo uma contracção do consumo privado e público, induziu as empresas a encontrar mercados alternativos.
7. É pois uma falsidade afirmar que a tal política agora baptizada de “Austeridade” tenha falhado: sem ela jamais a economia teria conseguido a mudança decisiva de paradigma que lhe deverá permitir – se outros factores não aparecerem a atrapalhar – que lhe permita voltar a ter condições normais de financiamento.
8. E o facto dessa falsidade ser proclamada a toda a hora, até por apoiantes do governo, não a torna menos falsa: apenas aumenta a confusão em que vivemos mergulhados...
35 comentários:
Estou inteiramente de acordo com o ponto de vista expresso neste post, caro Dr. T. Moreira.
Aquilo a que actualmente se chama "austeridade" e contra quem todos reclamam, é afinal um sucesso de governação a que podemos estar todos gratos; especialmente os milhares de desempregados, os milhares de expropriados das suas habitações e os milhares que todos os dias se vêem forçados a recorrer ao banco alimentar.
Um sucesso, sem dúvida!
Ai aguentam... claro que aguentam.
Só posso lamentar a leitura totalmente distorcida que fez deste Post, caríssimo Bartolomeu!
Caro Tavares Moreira,
quando diz que : "5. Mas coisa diferente é dizer que essa política falhou, na verdade não falhou. "
não opsso deixar de lhe recordar - não os meus pressupostos ou expectativas - as metas e objectivos que esta politica se propos alcançar.
E deverá ser +e luz destes pressupostos que a mesma deverá ser avaliada.
Se nos disserem que : "vou-lhe cortar nas sandes...vai ver que no fim do ano está mais magro, mais ainda assim saudavel!"
...e vai se a ver no fim do ano, estou sim senhor mais magro! tipo já anoretico...vou esquecer a parte do "mais saudavel" e alegrar-me apenas pela extrema magreza ?
É que na avaliação desta politica, nem tão pouco é necessário entrar nas "subjectividades pessoais", basta fazer o "check & balance" entre o que foi proposto, o que se dizia que se ia atingir (% desemprego, % da divida, % de crescimento)...e aquilo que de factoa Realidade nos demonstra que se atingiu.
É por isto, pela globalidade dos pressupostos e dos objectivos, que poderemos avaliar.
Não por omitir um monte de indicadores, e usar apenas alguns dos positivos!
É obvio que terão existido medidas boas, e alguns progressos....mas nem de perto nem de longo, esta politica atingiu os objectivos e metas a q se propunha.
(se já o FMI o reconhecia, o proprio VGaspar o escreveu...)
Naturalmente, o exercicio contrario tb não leva a lado nenhum - acher q é tudo mau, pq o um dos indicadores falhou.
O que é imperetrivel é olhar a realidade com objectividade e frontalidade...aprender com os erros, e procurar obviar os sacrificios e o caminha a percorrer até ao equilibrio.
E sem objectividade e frontalidade...nenhuma politica será nunca eficaz!
Vide o que o Pais evolui na ultima semana...!?!? basicamente ZERO ou ainda pior, andamos para trás....o que só pela ultima semana já nos deveria deixar a todos com o pé atrás no que diz respeito a aplausos e louvores...
Volto a estar de acordo com a opinião do meu estimado Amigo, Dr. Tavares Moreira.
Existem realmente formas distorcidas de ler e tambem de interpretar os factos e por conseguinte, os resultados dos mesmos.
Aquilo que o meu estimado Amigo menciona no ponto 6. do seu post, só tem a meu ver uma leitura. É a constatação dos efeitos que a austeridade, a mesma que o Sr. Presidente da República declarou ter entrado numa expiral recessiva, provocou. É saudável a forma como alguns empresários tiveram capacidade de reagir?
É! Mas as medidas recessivas deveriam ter sido outras, que permitissem às empresas ajustar-se e procurar novos mercados, sem tão grande sacrifício lugares de emprego.
No ponto 7. o meu estimado Amigo, ressalva a possibilidade sem imprevista de surgir algum precalço no frágil caminho que agora essas empresas trilham. Contudo, o esforço tem sido unilateral, pois da parte do governo, face a essa mudança de paradigma que o estimado Amigo refere, não são tomadas decisões com vista a dar algum suporte ao esforço mencionado.
Quanto ao ponto 8., a falsidade de qualquer verdade é relativa, sobretudo quando nos esquecemos daquilo que num passado recente as originou. Como por exemplo, os milhões que foram gastos em autoestradas, pontes, viadutos, túneis, etc e que nunca foram rentabilizados.
Caro Tavares Moreira,
Bem, vou logo começar por dizer que concordo no essencial do post. Face aos demais comentários é melhor começar logo por aí. :)
Eu atribuo o erro de percepção ao facto das pessoas não compreenderem três coisas fundamentais. A primeira é que o estado não faz economia, quanto muito facilita-a. A segunda, é que não há erros de borla. A terceira é que isto não é um país independente.
Este primeiro ministro foi a maior surpresa que a política apresentou porque, apesar de tudo o que se possa dizer do seu CV académico e empresarial, foi o primeiro a levar estes conceitos tão básicos a S. Bento. Claro que um país habituado a governantes ignorantes não consegue absorver isto facilmente. Não há muito tempo via pessoas na televisão a elogiarem o papel do estado como motor da economia e não era o Jerónimo de Sousa. Ainda há uns dias o presidente da república fez um discurso para os economistas académicos que poderia bem ter sido comprado na Coreia do Norte e a primeira pessoa que ouviu hoje depois da crise política foi o Gov. do Banco de Portugal(!!!!) um regulador desactivado e sem influência na economia há 15 anos.
Esta é outra forma de dizer o meu tradicional diagnóstico nestas coisas. A revolução já foi, discute-se a nova ordem e esta gente é tudo gente do antigo regime. Podem dizer o que quiserem, a vossa realidade já não existe.
Passos Coelho e o seu governo não falharam. As politicas de "austeridade" geraram o empobrecimento generalizado da população portuguesa. Foi conseguido o chamado "ajustamento". A baixa dos salários é notória, o acesso à Saúde, Educação estão mais caros, as pensões estão mais baixas. As metas traçadas pelo governo do “custe o que custar” foram alcançadas. O governo não falhou portanto no seu principal objectivo.
Com isso houve uma alteração da distribuição da riqueza criada pelos portugueses, como se pretendia. A parcela que era distribuída em salários diminuiu enquanto a parcela dos lucros obtidos aumentou. Ouve assim uma transferência de dinheiro do povo, do trabalho, para os grupos financeiros, grandes accionistas e gestores das grandes empresas. No fundo aquilo que sempre se pretendeu mas como é óbvio ninguém teve a coragem de o afirmar.
O objectivo do governo não é melhorar a qualidade e as condições de vida dos portugueses. Não se melhora a vida das famílias retirando-lhes rendimentos.
La crisis se profundiza y no deja de demostrar que todo lo que ha hecho el Banco Central Europeo ha sido para ganar tiempo; que todos los “planes de rescate” han sido para salvar a la banca y dejar al resto del mundo peor que antes. Como si ese 0,1% de los dueños de la banca interesara más que el 99% restante. El problema es que muchos del 99% piensan como si pertenecieran al 0,1%.
Portugal es una de las más serías víctimas de los planes de austeridad, y aquí el fracaso de la Troika se hace patente.
Portugal se hunde por los planes de austeridad y la caída en el PIB del primer trimestre de este año fue del 4 por ciento interanual
(elblogsalmon)
Está enganado, Tonibler.
E sabe porque afirmo isto?
Porque se está a esquecer de uma regra fundamental, a da oferta e da procura, que dita ou aniquila a sustentabilidade.
Desde que entramos em pleno na UE e depois na moeda única, deslumbrámo-nos com o dinheiro a rodos que nos entrou fronteiras dentro. E tão grande deslumbre não permitiu que alguém pensasse em como sustentar o crescimento que esse dinheiro - tirando as trafulhices e os roubos - permitia.
Então, optou-se pela natural tendência lusitana: gastar o que se tem e aquilo que não se tem, muito com a ajuda das campanhas promovidas pelo governo e com a publicidade dos bancos.
Ora, você que percebe da poda, assim como o Dr. T. Moreira e o Dr. Pinho Cardão e não só- visitam o blog variadíssimas pessoas que dão provas constantes de conhecer o palco e os bastidores (eu, é que sou um leigo completo na matéria)- não querem admitir a mais elementar das verdades: para haver sustentabilidade, ou seja, para que não tivéssemos entrado de cabeça na crise onde estamos afundados, teria de alguém, com dois dedos de testa e o poder necessário, ter imposto regras, e não ter deixado que a procura crescesse desmesuradamente e a oferta por conseguinte a tivesse ultrapassado.
Agora o que temos?
Temos uma taxa de desemprego levada do caráças, temos fome, temos idosos a morrer à míngua e temos uns quantos "engalanados" a tentar convencer-nos que isto afinal vai a caminho do paraíso.
Não vai. E se algum dia se aproximar, já nós todos somos pó, o mesmo de que essencialmente somos feitos, mas de que ninguém toma consciência.
Portanto e para resumir; gastámos; ao gastar, dinamizámos, só que, como aquilo que gastámos nos foi emprestado com o dever de restituir acrescido de juros, lixámo-nos. Ou seja, lixaram-se aqueles que investiram em empresas, em habitação própria e noutras comodidades e lixaram-se os que não se metendo nessas cangalhadas, estão obrigados a participar no pagamento da dívida.
Hoje, temos empresas falidas "a-dar-com-um-pau, temos gajos acabados de formar e ainda professores universitários e investigadores a prostituírem-se em países estrangeiros, quando poderiam estar a contribuir para o florescimento do seu país. e para compor o ramalhete, temos umas abéculas numa coligação fingida onde cada um tenta aniquilar o outro, julgando que dessa forma domina por inteiro com a sua vontade. Chamam a isto Democracia. coitada... se fosse uma gaja, aconselhava-a a dedicar-se à pesca.
"...y un superávit comercial que se apoya más en el desplome de la demanda que en el vuelo gallináceo de sus exportaciones. Con una tasa de paro que sigue al alza (cerca del 20%), cuatro de los últimos cinco años en recesión —incluido 2013— y una deuda pública del 120% del PIB, los rumores de flexibilización del programa de la troika son incesantes, a la vista de la fatiga de los portugueses con la austeridad..."
Hoje no "El País", mas claro não passa de uma perfídia de "nuestros hermanos",porque tudo está bem,tudo está óptimo.
Caro Bartolmeu,
Por decisão de muitos portugueses, uns 95% deles, durante muitas eleições, umas 10 delas, durante muitos anos, uns 25, optaram por esta nova realidade. Essa nova realidade significa que "nós" somos 300 milhões. Que o estado português deixou muito provavelmente de fazer sentido. Que aquilo que chama estrangeiro é anosas nova pátria. Que a taxa de desemprego de que fala é a taxa de desemprego dentro de uma fronteira que já não existe.
A república portguesa morreu. A revolução foi feita, bem à medida daquilo que os portugueses sempre quiseram. E isto não tem nada a ver com Economia. É assim. E enquanto pensamos dessa forma vamos enterrar-nos cada vez mais. Se ninguém liga à dívida do Mississipi como dizia o outro, é porque as pessoas do Mississipi sabem o que é o país deles. E tem 300 milhões de pessoas, como o nosso.
A globalização é uma xarada do mesmo tamanho que a União Europeia e os seus estatutos, caro Tonibler.
E se os governos que temos tido, têm sido resultado da vontade do povo, não podemos fingir que não percebemos que essa vontade fica a dever-se à manipulação que os políticos exercem atrvés dos autarcas, nessa vontade, a qual vem a custar aos contribuintes os olhos da cara e mais algum que agora não me estou bem a recordar onde fica (no caso dos que ainda o têm).
Portanto, a questão resume-se a algo muito feio, caro Tonibler.
Resume-se a um punhado de xicos-espertos, a encher os bolsos e os de familiares, amigos e co-partidários, do dinheiro enviado pela UE, cujo o zé-povinho, todo contentinho vai pagar... ele, os filhos, os netos, os bisnetos os trinetos e por aí adiante.
Se o mundo ainda for mundo em 2100, ainda vão estar a pagar, mesmo com todos os vislumbres de recuperação económica que alguns juram perceber.
Ó larecas... essa é que é essa...
Caro Bartolomeu,
Manipulado? Eu moro em Oeiras, caro Bartolomeu, o Isaltino "faz parte" da minha vida. Oeiras tem os indicadores da Finlândia, o concelho com mais doutorados e licenciados do país inteiro, tudo gente muito bem educada e muito bem empregada. Elegeram um ladrão durante 20 anos e sabiam que era um ladrão. Não separe os xicos-espertos do zé-povinho porque é tudo a mesma gente. Os xicos-espertos são só primus inter pares.
Esta xarada, que não é uma xarada, é uma realidade que vai cair sobre todos os estados do mundo, os europeus são só os primeiros.
Ó Homem... ai meu Deus, como é que lhe vou explicar a história do ovo e da galinha...?
Oiça, quero dizer; leia: eu, nasci no concelho de Oeiras à quase sessentanos, como vê já sou quase pré-histórico. Nessa altura, Oeiras não se aproximava desses índices Finlandeses nem duas décadas depois, nem 3, nem 4.
Então, o meu amigo Tonibler, porque é uma pessoa inteligente e muito competente na interpretação e aplicação de fórmulas matemáticas, vai-me fazer o obséquio de juntar dois a outros dois e verá fácilmente que o resultado da adição, é 4!!!
Tcharammmm!
Ora bem, onde é que pretendo chegar?
A um pontinho minúsculo que aumentou de tamanho, que empulou, como uma borbulha que nasce de um pêlo da barba encravado.
Depois do 2º Marquês de Oeiras ser eleito, a edilidade cresceu, apresentou obra, deu qualidade ao concelho, o que, conjugado com a situação geográfica atraiu gente com profissões e remunerações que lhes permitiam comprar apartamentos aos preços da Riviera. Eu também comprei lá um, morei lá durante 6 anos, tinha uma vista explêndida sobre a barra do Tejo e o Atlântico. Avistava o Cabo Espichel, a costa do Estoril e Cascais. Nesta altura do ano, jantava invariávelmente nas esplanadas dos restaurantes das praias, assistindo ao pôr-do-sol.
Na altura das festas, no jardim de Oeiras, encontrava frequentemente o Sr. Conde entre os visitantes, apreciando as representações etnográficas, provando os petiscos e recebendo cumprimentos de um e de outro.
Em resumo: se o homem roubou, o que eu não confirmo nem desminto porque desconheço, não deixou de fazer obra e, a obra que fêz rendeu-lhe dividendos quer a nível político, para ele e para o partido; sim, porque um concelho como o de Oeiras, encaixa votos a dar cum pau e então se forem votos de pessoal do bago, é certo e sabido que não entrarão no saco da esquerda.
Ou seja, caro Bartolomeu, "deixou obra" significa que o meu caro a pagou? Toda esta gente bem educada (alguma autora neste espaço) foi enganada?
Outra coisa, caro Bartolomeu. Acha que se realmente o estado português ainda servisse para alguma coisa que não estoirar dinheiro seria aceitável que o Cavaco andasse "a batê-las" à quatro dias com os amigos para dizer se vai aceitar a proposta ou não? Quer melhor demonstração que o estado português é uma realidade perfeitamente inútil e sem futuro nenhum? Acha que alguma coisa minimamente viável neste mundo aguenta estes dias todos de imbecilidade vaidosa?
O estado português TEM de servir para muita coisa!
É isso que a sociedade TEM de reivindicar aos senhores que nomeia para se ocuparem da tarefa de governar.
Um estado Tem de ser governado e se o for de forma democrática, tanto melhor, mas qualquer governo que o governe só pode ter por missão colocar os serviços do estado, os serviços que servem o estado, a funcionar de forma competente. O governo de um estado, não é eleito para gastar o dinheiro dos contribuintes em proveito próprio, em taxaria para os amigos e co-partidários, em negociatas de casino, em obras com orçamentos megalomanos e derrapagens orçamentais na casa dos 300%. Um governo eleito democráticamente pelo povo, TEM de governar para o povo, com o povo e pelo povo.
PS:
Se assim não for... correm-se a florete que até vão nas horas...
;))
Não, caro Bartolomeu. O facto de nós precisarmos de um estado não implica que esse estado seja a república portuguesa. Que, aliás, se mostrou inviável por opção livre, secreta, directa, universal, blá,blá,.... Aquilo que diz que o estado não deve ser é exactamente o que nós quiséssemos que fosse. Por isso é inviável.
O florete, caro Bartolomeu, sempre foi uma arma de desporto :) Acho que aquela que se aplica é o sabre de Rio de Maior, também conhecido por moca e tradicional da zona Oeste.
Se a escolha da arma lhes for colocada, penso que optariam pelo sabre das Caldas... da Raínha... e tal...
Caros Comentadores, em especial Tonibler e Bartolomeu,
A grande questão que se colocava à economia portuguesa, quando foi defrontada, há pouco mais de 2 anos, com o risco de bancarrota - e o consequente colapso da economia, nada comparável (por ser muito pior) em quebra do PIB e níveis de desemprego ao que se verificou até hoje - era a de saber se conseguia ou não reequilibrar a despesa e a produção, em ordem a estancar o crescimento de uma dívida(publica+privada)que vinha de uma espiral de crescimento e não podia prosseguir.
Isso foi possível, em 2 anos, o que é um feito notável - e deve-se em 1º lugar, como já referi, ao enorme esforço de muitas centenas de empresas, quase todas privadas.
E isso foi possível em 2º lugar porque a política económica, fazendo contrair a procura interna, estimulou as empresas a procurar mercados alternativos - doutro modo não o teriam feito...
Sem essa contracção da procura interna o problema do desequilíbrio não teria sido corrigido - ou melhor, acabaria sempre por ser corrigido, por falta absoluta de recursos, mas de forma tumultuosa e no meio de enorme gritaria nada comparável ao que vimos até agora.
Portanto atacar a política chamada de "austeridade" neste contexto e, sobretudo, dizer que falhou, parece-me um enorme equívoco.
Que é desagradável, dolorosa até para muitos, não contesto.
Mas a alternativa, além de incontornável, seria imensamente pior.
O equilibrio do PIB, não é (só) uma questão de necessidade, mas sobretudo de obrigatoriedade, caro Dr. T. Moreira. Isto, se "queremos" voltar aos "mercados" e a ter acesso ao crédito a juros menores aos depois praticados sobre o mesmo dinheiro.
Vai ver o estimado Amigo, que se um dia destes for permitido aos particulares, subscrever directamente títulos da dívida pública, já não se fará tanta questão de que o produto interno bruto cresça, ou pare de cair.
Caro Tavares Moreira
"Isto" dos ensaios clínicos tem as suas virtualidades.
Numa zona de um planeta, (a quem os nativos chamam terra), conhecida como euro, eclodiu uma doença rara que obrigou, os responsáveis, a adotar uma nova terapêutica.
Um dos pacientes seguiu à risca essa terapêutica, ao passo que os dois restantes, de um modo ou de outro, "adaptaram" a medicação.
Curioso, o que seguiu à risca já não tem febre, por isso se financia mais barato que outros países com sintomas febris; os outros dois, ou vão continuar a receber mais medicação o que, naturalmente, faz prolongar o mal estar dos pacientes.
Claro que, em Plutão, onde todos vivemos, as doenças são únicas, os tratamentos também, apenas o que é comum é, o desejo de prolongar o mal estar e, sobre o mesmo, carpir.
"Isto" de tomar antibióticos em doses não recomendáveis pelo fabricante tem desses problemas, mesmo no planta terra.
Cumprimentos
joão
Caro Bartolomeu, equilibrar o PIB é muito fácil. É pedir dinheiro emprestado ou gastar por conta. Senão encontrar ninguém no estrangeiro disposto a emprestar-nos o dinheiro, o melhor mesmo é trabalhar. Dá a questão da balança comercial.
Agora, deixar os portugueses subscrever títulos de dívida não vai servir. Porque o dinheiro que subscreve esses títulos não consome outras coisas e o PIB acaba por cair mais cedo ou mais tarde.
Seja como for, a retracção ao consumo privado já se tornou uma evidência clara.
Claro que é. O estado pede emprestado mas gasta nos privados. Se não tem dinheiro emprestado não tem privados em quem gastar e o consumo destes retrai.
Só uma pergunta: em que é que os doutos especialistas em fórmulas matematicoeconmísticas que aqui escrevem e comentam já contribuíram para a produtividade nacional?
O que é já produziram? O que é que já saiu das suas mãos enquanto VA para este país?
Por último, isto está a resultar lindamente. Porquê? Pela única razão de que TM se pode socorrer e que ruirá no exato momento em que houver uma folga mínima.
Por último, quem está mal muda-se, certo? Ou não, como muitos que reclama mas continuam a mamar na teta tuga.
Mais uma vez se engana meu amigo Tonibler.
O estado pede dinheiro aos bancos que por sua vez o pediram a um juro 50% mais barato do que posteriormente emprestam. E o estado gasta o dinheiro consigo próprio, com PPP's, com institutos, observatórios e fundações, uma coleção de sorvedouros que não geram qualquer receita em contrapartida.
Caro Bartolomeu, por muito que o meu caro se assuma como estado, não é. É um privado que fornece o estado de trabalho. O estado é uma entidade etérea de corretagem de interesses privados.
Nesta fase (do campeonato) deixei de me assumir, caro Tonibler. Estou como o outro "que se lixe a taça"!
O que me importa saber neste momento é se sempre nos vamos reunir para almoçar.
Isso é que importa, o resto... são amendoins.
;))
Caro Tonibler,
Tem piada essa concepção do Estado como corrector de interesses privados!
Só me resta acrescentar: cuidai-vos, privados, com tal corrector...à mais leve distracção ultrapassa o estatuto, passa a agir por conta própria, fazendo seus os valores alheios!
Por conta própria não consegue agir. Há sempre algum privado a mexer a coisa e a ganhar o seu.
Caro Bartolomeu,
É fazer os convites privados. Porque os nossos almoços, como o estado português, não estão lá para servir o público!
Não tenho os contactos privados dos ilustres quartarepúblicanos...
Faz-se uma cadeia. Daquelas do "James M. do Arizona interrompeu a cadeia e ainda hoje sofre as agruras dos bicos de papagaio"...
Vá-lá... esse teve mais sorte que o outro; interrompeu a cadeia (?) e no dia seguinte recebeu um telefonema do gestor de conta a informa-lo que a mulher tinha levantado o guito todo da conta...
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