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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Bella Italia I

Oito dias na Itália, e deu para ver como se está longe de Portugal.
É certo que por lá o país político não difere muito do nosso; lá, como cá, discutem-se as medidas contra a crise, e alimenta-se a controvérsia sobre escutas telefónicas. Lá, como cá, as Oposições e os media vêem nas escutas virtudes inestimáveis, enquanto os partidos do governo, a que não é alheia a conveniência, procuram salvaguardar os direitos fundamentais dos cidadãos. Por sinal, governo socialista em Portugal e governo de direita na Itália. Lamentavelmente, na luta política tudo parece servir e aí não há muita diferença entre direita e esquerda.
Mas, na festa, o país real é muito diferente do nosso Portugal. Os italianos parecem mais alegres do que nunca. As praças enchem-se de gente nas esplanadas; música, magia, comedores de lume, surgem do nada, provocando ajuntamentos e palmas. Há teatro de rua, feito por actores de fim-de-semana, longe das manifestações subsidiadas.
De repente, surgem pavilhões e aí está uma feira, daquelas que faria as delícias da nossa ASAE. Mas pitorescas e cheias de movimento.
As manifestações variam de cidade para cidade. Numa, como em Mântua, grupos musicais animam as ruas; noutras, como em Modena, exposições de Ferraris e de FIATs desportivos enchem as praças de bulício; e em Pádua pavilhões festivos enchem o maior largo da cidade.
Roma, Siena, Pisa, Firenze, Veneza estão, como sempre, cheias cheias de turistas. Mas, como nunca, era preciso esperar tanto tempo, mais de duas horas na bicha, para entrar na Basílica de S. Pedro. E esgotavam-se os bilhetes para subir à Torre de Pisa.
O espírito italiano via-se ainda nos restaurantes, com as jovens turistas alvo de uma atenção especialíssima e merecida por parte dos empregados mais marialvas, cujos sedutores trejeitos, só por si, eram mais um espectáculo.
Além do mais, o Inter ganhou a Liga dos Campeões. Mourinho foi a figura da semana. A forma de ouvir falar de Portugal.

5 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Belas férias, Caro Dr. Pinho Cardão. Também conheço as cidades que visitou. Na minha última viagem a Itália estive em Milão e fiz um passeio aos grandes lagos Como e Maggiore e outros mais pequenos mas igualmente belos.
É verdade, os italianos sendo muito aldrabões na política são, ao contrário dos portugueses, muito empreendedores e criativos. É um povo bem disposto e extrovertido, muito dado ao convívio social. O gosto pelas artes faz parte da herança positiva que os italianos nunca deixaram de cultivar. Características que são importantes para enfrentar o futuro, ultrapassar os momentos menos bons e avançar.
Nos tempos modernos já não constroem torres de Pisa - já as têm - mas dão cartas em muitas actividades económicas, por exemplo ao nível do design, seja na moda, no mobiliário, na indústria automóvel, só para dar uns exemplos.
A Itália é um país rico e quando há para distribuir vive-se e convive-se melhor.

jotaC disse...

Caro Drº Pinho Cardão:
Ainda se arrisca a que o Louçã proponha um imposto acessório...
:)

Jorge Oliveira disse...

"governo socialista em Portugal e governo de direita na Itália".

Agora cultiva o pleonasmo, caro Pinho Cardão...?

Catarina disse...

Efeito das "bellas" italianas?!
Ou do rico idioma de Dante?

Suzana Toscano disse...

Aproveite, aproveite, que quando cá chegar logo lhe vai passar a animação. Isto digo eu porque o Rock in Rio não vai esperar por si :)