Manuel Alegre apresentou ontem a sua candidatura a Presidente da República.
Ficámos a saber que é suprapartidário, mas mendiga o voto do Partido Socialista; que entende que compete ao Governo governar, mas fará ouvir a sua voz; que condena a interferência de Cavaco no Governo, mas ele próprio não será neutro.
Um discurso que, servindo para tudo, acaba por não servir para nada.
Um discurso com tempo e o tom da Primeira República, quando é forçoso que cheguemos rapidamente à Quarta.
19 comentários:
Aí está a comichão lá para as bandas de Belém!
Este, pelo menos, não precisa que lhe escrevam os discursos.
Não é verdade que Alegre tenha pedinchado coisíssima nenhuma. Agradece-se o favor de indicar texto ou fala em que o apoio do PS tenha sido pedinchado!
Caro Pinho Cardão,
Não é verdade que tenha mendigado apoios. De qualquer forma o factor diferenciador de Manuel Alegre é o patriotismo, qualidade que não vejo em nenhum dos prováveis candidatos, nem mesmo naqueles que se envolveram na fraude do referendo ao tratado de Lisboa.
Quanto à interferência, bem Cavaco mais que interferir, envolveu-se. Sim, envolveu-se será a palavra correcta.
Caro Parker:
Claro que tem todo o direito à sua opinião. Não vou contestá-la.
No que respeita propriamente à " comichão para as bandas de Belém", pois não sei, nem isso me interessa. Não ando normalmente por essas bandas, apesar de hoje ter passado por lá. E até comi dois pastéis de Belém, aliás, um exagero. Mas, pelo que refere, o meu amigo estará dotado de um bom comichómetro e, assim, bem informado. Tudo bem!...
Pomos desde já o 4R à sua disposição(espero não ser desautorizado pelos restantes Autores...) para nos ir dando periodicamente o nível das comichões por aquelas bandas.
Tonibler:
O amigo Parker utiliza o comichómetro. O meu amigo, o patriotómetro. Pois também tem aqui o 4R para nos ir dizendo o nível das medidas de cada qual.
Mas essa foi a razão porque votei nele nas últimas e é por isso que vou votar nele agora, com mais razão desta vez.
Caro Tonibler, e o que é para si patriotismo? já que o caro Pinho Cardão se propõe medir os níveis convém sabermos do que falamos.
Cara Suzana:
Engano! Eu não proponho medir nada!... Apenas me limitei a pedir os níveis a quem dispõe desse notável equipamento, que é o Tonibler.
Enfim um triste... a ganhar demais.
Eu explico, é muito fácil. Definimos patriotismo como uma medida que resulta um número não negativo. A seguir fazem-se umas eleições em que o partido que ganha promete, repromete e faz disso bandeira eleitoral, fazer um referendo sobre um tratado que representa (mais) uma transferência da soberania nacional e uma cedência do (pouco) poder que o país tem na união europeia.
A seguir a ganhar as eleições, o primeiro-ministro eleito e o presidente da república em funções conspiram contra o povo que os elegeu e, em contradição com aquilo que foi a votos, contra a constituição que ambos juraram defender e atentando contra a soberania nacional, privam o povo do referendo que este votou por realizar.
Como é óbvio, o presidente da república em funções e o primeiro-ministro eleito tem o seu patriotismo medido. Deu zero!
Dada a falta de contestação: Provado que Alegre não pedinchou coisíssima nenhuma.
Caro Tonibler, é fácil se concluir que os únicos patriotas são os que nunca foram eleitos, e assim por diante.
Caro Pinho cardão, vamos então aguardar as medidas, realmente interpretei mal.
Cara Suzana, deixe-me cá lembrar dso presidentes da república que resolveram ignorar uma proposta claramente sujeita a sufrágio um mês antes...pois, só me lembro mesmo de um...
Meu caro Pinho Cardão:
Partilho com Parker/Transtagano a ideia de que Manuel Alegre nada pedinchou.
O PS do Engº Sócrates é que não tem alternativa senão apoiar aquele que mais eficaz oposição lhe fez nestes últimos anos.
Nesse PS - há outro, na fronteira com o Bloco de Esquerda que rejubila com a candidatura de Alegre, e a meu ver bem - o sapo, pela dimensão, não vai ser fácil de engolir. Menos de digerir...
Também não sei se Manuel Alegre já pedinchou ou vai pedinchar o apoio do PS, ou seja, de Sócrates. Não me interessa muito isso.
O que me interessa, e que muito lastimo, é a adopção de um discurso que podia ser pronunciado há 100 anos atrás sem diferenças de substância. Isso sim preocupa-me porque todos os que vierem a votar em M. Alegre estarão a subscrever o (triste) passado e não o (necessário) futuro. Por isso, o dr. Pinho Cardão tem toda a razão em apontar o que de mais negativo, e perigoso, representa M. Alegre.
Tonibler:
Não sei como se afere PATRIOTISMO, o que sei é que chamar patriota a Manuel Alegre, é um insulto a uma geração.
Como a imensa maioria dos da minha geração, cumpri serviço millitar na Guerra do Ultramar e, talvez inconscientemente, acreditei estar a cumprir um dever patriótico. Enquanto isso, Manuel Alegre, havia-se pirado (desertado) e esforçava-se como podia para conseguir apoios (que se traduziam em armas) para lançar contra mim e todos como eu. Quer que o considere patriota? Quer que não me sinta ofendido?
Para terminar, cereja sobre o bolo, ouvi-o eu, ontem, dizer na rádio, que ía lançar a sua candidatura nos Açores, porque foi lá que foi colocado como Aspirante a Oficial Miliciano. E cumpriu bem a missão, não haja dúvida.
É preciso ter desplante ou será descaramento?
JM Ferreira de Almeida
O que que pretende significar quando escreveu Parker/Transtagano?
SLGS
Alegre não se "pirou nem desertou". Para seu conhecimento, foi preso em Angola quando cumpria o serviço militar. A PIDE fixou-lhe residência em Coimbra. Algum tempo depois partiu para o exílio.
Problema seu o de terem sido extintos a PIDE e os Tribunais Plenários. Talvez uma queixa na CMVM ou no Tribunal das Comunidades, não?
Ambos sabemos porquê, meu caro Transtagano...
Parker:
O facto de Manuel Alegre, no meu entender, se ter pirado (desertado) de Coimbra, nada invalida do que deixei escrito no comentário anterior.
Quanto ao "meu" problema, que refere, digo-lhe que isso são lembranças de saudosistas. E cuidado porque eles estão onde menos se espera. Já agora, as queixas são para os queixinhas e há por aí muitos à solta, especialmene na área que me parece...
SLGS
O seu entender é o seu entender e, como tal, não passa disso. Seria tolo se desse troco a fantasias ou estados de alma. Reafirmo que a extinção da PIDE e dos Tribunais Plenários é problema seu. Realmente as suas "lembranças saudosistas" são mais que muitas. Mas que se há-de fazer?
JM Ferreira de Almeida
Lembro-lhe que não respondeu à questão que lhe pus. Assiste-lhe o pleníssimo direito ao silêncio mas, no seu caso, eu esclareceria...
Pode disfarçar, meu caro, pode disfarçar...
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