O Presidente
da Confederação Nacional de Associações de Pais considerou que os exames de
aferição de Matemática e as notas baixas “são uma traição aos alunos”. Por lhes
exigir a demonstração do que sabem ou ignoram.
Engana-se o
proeminente pai da Confederação. Traição aos alunos é a forma como o ensino tem
sido visto pelos “pedagogos” experimentalistas do Ministério da Educação, mera
forma de entreter alunos durante o dia, e que este Ministro, muito bem, quer
alterar.
Engana-se ainda
o proeminente pai da Confederação. Traição aos alunos é procurar esconder a
ignorância. Se se puder esconder a nódoa, a roupa até parece limpa. Sem exames,
a sabedoria é plena. E os alunos catedráticos à nascença.
A propósito: que
representatividade têm estas associações de pais e estas confederações? Como
são eleitos e quem os elege? Quantos votos tiveram? Há quanto tempo são os
mesmos? Quem verifica se são pais, avós ou mesmo visavós? Ou representam-se apenas a si próprios?
Porque, se representam os pais, estes têm tido o ensino que merecem. Mas os filhos serão as primeiras vítimas.
10 comentários:
Caro Dr. Pinho Cardão
A bem dizer, não se chega a perceber em concreto o que querem estas Confederações, deveriam preocupar-se com a qualidade da escola e do ensino, deveriam preocupar-se com o futuro dos seus filhos. Com alunos que não sabem fazer contas de aritmética não vamos longe.
Muito pertinente, este seu post, caro Dr. Pinho Cardão.
Tenhamos esperança que este Ministro da Educação consiga colocar ordem nestas ambiguidades e vicissitudes de que o nosso ensino padece. Ouvi hoje também, nas notícias da manhã que foi aprovado o congelamento de vagas para entrada nas universidades, excepto se for provado que os formados terão oportunidade de trabalho.
Em minha opinião é uma medida que tende a regular, equilibrar e direccionar tanto as áreas de formação em sintonia com as necessidades do s mercados de trabalho, como o investimento do Estado no ensino e ainda e acima de tudo, o investimento intelectual dos alunos, assim como o investimento monetário.
A par desta medida, parece-me da máxima importância aprovar outras, que visem optimizar o ensino, tornando-o mais ágil e específico, aproveitando as potencialidades individuais dos jovens, permitindo uma aferição mais coerente dos seus níveis de conhecimentos.
O ensino em Portugal é uma enorme anedota (triste) por todas as razões e mais algumas, entre as quais estas confederações (lembro-me de uma que era presidida pela mãe de um colega meu, que estava tudo bem não fosse esse meu colega o ter sido 20 anos antes...). Sem grande esforço, nem certezas, esse presidente deve andar a acumular com a Comissão de Utentes da A43 e com a presidência da União dos Sindicatos de Calcetaria Marítima do Sul e Ilhas. O problema nem é esse.
O problema é aquilo que dizem ser realmente a percepção da esmagadora maioria dos portugueses (para quem pensava que este país era uma bosta por acaso e infortúnio...). Uma prova de aferição não é para os alunos. É para o sistema. Se há alguém que fica mal classificado não são os alunos, é o sistema. Razão pela qual não se deve facilitar nestas provas e pela qual os alunos as devem encarar como muito importantes. Mas, no fundamental, quem deve estar sob avaliação são professores, escolas, etc...
A primeira causa do "sucesso" do experimentalismo é a sua perfeita imbecilidade de fundo que é achar que ensinar é uma ciência, quando é uma arte. Pouco interessa o método, o programa, o número, a filosofia e todas as "paridas" que estes filósofos inventaram. O que interessa é se o professor, o aluno, o sistema, a escola, o... compreendem claramente o objectivo que têm e o seguem.
E o objectivo é só um. Que os miúdos saiam conhecedores dos focos de conhecimento que definimos, independentemente da sua origem(senão não precisamos de um sistema público). O resto é completamente acessório, professores, escolas, ministros, ministérios, métodos, programas, filosofias, etc... As provas de aferição deveriam ser para focar o professor em termos de objectivo e, se não serve, tirá-lo do sistema. Quem deveria estar nervoso com as provas deveriam ser os professores/escolas, não os pais.
Muito bem, Pinho Cardão. É aflitivo vê-los e ainda mais ouvi-los. Coitadinhos dos alunos, violentados na sua dignidade assim como os papás capazes de reconhecerem as elevadas competências dos seus queridos. No fundo, tudo isto é uma treta e das grandes, em que todos os agentes têm responsabilidades, desde os papás aos categorizados professores...
Ouvi, na TV, as declarações do presidente/pai em causa e, segundo depreendi das suas palavras, a preocupação do homem não eram os alunos nem a qualidade do ensino mas, tão só,a hipótese de de o ME estar a lançar estas medidas para pôr em causa (em "révanche") a "colidade" do ensino do governo anterior.
Onde chegámos e... onde chegaremos?
Claro, preciso, conciso e muito oportuno, como sempre! Parabéns!
Na qualidade de PMAG da Confap, remeto o Dr Pinho Cardão para as declarações completas do Presidente da Confap Dr. Albino Almeida aqui:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/confap-lamenta-descida-das-notas-nas-provas-de-afericao-1550035 ,pois parece-me que esta sua publicação está truncado.
Quanto últimas perguntas que deixa no ar, teremos todo o gosto em lhe dar todos os esclarecimentos, mas provavelmente o Prof. David Justino que esteve no nosso último encontro Nacional em Vila Real , certamente também saberá esclarece-lo relativamente a algumas das suas questões
Com os meus cumprimentos Miguel Caldeira (Engº.) Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Confap!
Pergunte-se ao Pai Eterno da Confap quanto é que esta "representante" dos pais recebia por ano do anterior ME.Parece que eram uns bons milhares!E com o tal senhor era convidado assíduo de Maria de Lurdes Rodrigues ao ponto de viajar em viatura do Estado.Ele era comemorações, inaugurações, congressos, jornadas...
Ora...Haja paciência!
Caro Eng. Miguel Caldeira:
Obrigado pela sua participação. Irei ler com atenção a versão que indica e amanhã comentarei.
Caro Miguel Quintão(ou Eng. Miguel Caldeira):
Prometido é devido. Estive a ler. As declarações "autênticas" não melhoraram nada o que pensava das que li. Todavia, dada a importância do asunto, dedicar-lh-ei um post, talvez amanhã.
Entretanto, o meu amigo poderia falar da representatividade da Confederação, modo de eleição, votantes, receitas e sua origem, etc. Recorrer ao Prof. David Justino não me parece lá muito ortodoxo.
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