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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Metade dos portugueses que nascerem daqui a dez anos vai ter cancro"


Não sei qual foi a análise epidemiológica de que se serviu este autor. Neste momento, o cancro é a segunda causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares. Ambas aumentam com a idade e se vivermos mais maior é o risco. Por outro lado a prevenção das doenças cardiovasculares é uma realidade. Por este motivo iremos morrer menos por enfarte ou AVC, logo, como temos de morrer de qualquer outra coisa, o cancro é uma hipótese. Mas convém também afirmar que o cancro sofrerá uma "desvalorização", ou seja, mesmo que se torne mais frequente irá matar menos, até porque os casos de indivíduos com dois ou três cancros já começa a ocorrer.
Analiso esta notícia devido à forma "seca" e sensacionalista como foi transmitida no telejornal. Muitas pessoas devem ter-se arrepiado e até perdido o apetite. Não podem apresentar as "coisas" desta forma, não é legítimo. Deveriam explicar que hoje em dia o cancro é já muito frequente e que muitas neoplasias são curáveis e outras compatíveis com uma longa sobrevivência, a querer testemunhar a transformação de uma doença considerada mortal em doença crónica.
Há que ter um certo pudor e respeito pelas pessoas, sobretudo as que, por motivos óbvios, não têm conhecimentos suficientes para fazer certos tipos de análises. Mas o que interessa é chocar, é viver do sensacionalismo. Eu não concordo com esta forma de informar.

5 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Concordo Professor Massano Cardoso com a sua análise. Pudor e respeito pelas pessoas é coisa rara. A notícia causa medo por diversas razões, mas neste momento mais ainda perante a crise e o "racionamento" dos meios médicos que também alarmou as pessoas.

Freire de Andrade disse...

É exactamente o que pensei. A notícia pode mesmo desincentivar a natalidade, coisa que não convém mesmo nada.

Anónimo disse...

Fez como muitos outros, encontrou a forma de conseguir os seus 15 minutos de fama.

Tonibler disse...

Talvez não, caro JMFA. Das poucas vezes que alguém quis saber aquilo que eu digo, quando aparece publicado, aparece qualquer coisa, mas não tem nada a ver com aquilo que eu disse. Por vezes basta omitir uma frase e fica tudo do avesso. O segredo disto é conseguir dizer as coisas de maneira a que em cada fragmento seja dito a mesma coisa, mas isso é uma arte que não domino e acredito que muita gente não domine. Mas, claro, há sempre a hipótese do autor querer mesmo os seus 15 minutos...

Anónimo disse...

Percebo bem a primeira parte do seu comentário, meu caro Tonibler. Fui compelido a percebê-lo. Demasiadas vezes para o meu gosto.