Os taxistas lisboetas não querem motociclistas nas faixas bus.
Os mesmos taxistas contestam a legalidade das operações dos tuk-tuk.
Os taxistas (e pelos vistos o regulador) consideram ilegal o Uber.
Em suma, os taxistas consideram que ninguém pode invadir o seu território ou fazer-lhes concorrência. Alguns dos ultaliberais no poder também...
Os taxistas só não estão contra os veículos decrépitos, desconfortáveis, sujos que conduzem.
Nem contra a antipatia de muitos, contra a má apresentação nem contra os muitos casos de burla e más contas. Ao que parece o neoliberalismo também não está.
Um exemplo, entre muitos, da nossa endógena ultraliberal alergia à concorrência e à competição estimulantes...
8 comentários:
Grande humor, caro Ferreira de Almeida:
O facto é que, por cá, e para muitos, essa "endógena alergia à concorrência e à competição" é chamada de neoliberalismo.
A coisa vai ao ponto de algumas medidas tipicamente socialistas do governo, como o aumento de impostos ao nível do confisco, sobretudo se adionado à CES para reformados, também serem apodadas de medidas neoliberais.
Enfim, uma enorme contradição, o termos um governo classificado como neoliberal, mas com medidas a mais das vezes típicas de governos socialistas...
...repudiadas pelos socialistas bateriologicamente puros!
...não há como ser preciso...
Utilizei durante bastante tempo, o serviço de táxi. E essa experiência, fundamentada nas histórias que me foram sendo transmitidas pelos (na maioria) faladores-condutores-de-táxi, levou-me a estabelecer uma comparação entre eles e as prostitutas, que na altura decoravam os bares do Cais do Sodré. Tanto uns como os outros "atendiam" os clientes em pardieiros, ambos se esmeravam na "lábia" que fazia com que o cliente saísse satisfeito e, ambos se degladiavam com o(a)s seus congéneres quando ocorria um roubo de cliente. Sempre, tanto os taxistas como as prostitutas defenderam os seus territórios, a sua honra eo seu profissionalismo. Sempre, tanto uma classe como a outra, viveu de espertezas, jeito para a treta e para a venda de ilusões, tudo isto exposto numa feira onde a multiculturalidade está presente e é assídua. Contava-me certa vez um taxista, queixando-se da crise, que o que o safava, eram as prostitutas, porque "aviavam" os clientes no banco traseiro do táxi. E assegurou-me que a partir de certa hora da madrugada, os táxi faziam fila à porta das discotecas, esperando esse serviço rentável. Então...? Parece-me que os taxistas estão azelar pelo cliente e a boa prestação do serviço... não estou a ver os tuk-tuk a deslizar pelas ruas de Lisboa, enquanto uma brazuca do "trombinhas" vai mostrando os encantos a um camone...
Por acaso faz-nos falta um manifesto "Taxistas por Portugal" pela importância de manter os centros de decisão dentro de automóveis e contra a invasão desregulamentada de transportes tradicionais do oriente...
Não seria a despropósito, o manifesto que o Amigo Cruz propõe. Atendendo a que um número indeterminado (com tendência a grande)de decisões cruciais em diversas áreas (politica inclusive)terão já, sido inspiradas por ardentes côxas, em bancos traseiros de táxis.
José Mário
É uma daquelas profissões que pararam no tempo, não foram capazes de se modernizar e, em especial, de se qualificarem. Acham que a paciência dos consumidores é ilimitada, não querem perceber as vantagens da concorrência. Querem que fique tudo na mesma. Estão totalmente ultrapassados! E enganados, também!
Não podia estar mais de acordo. Afinal, estamos no país onde, há poucas décadas, o preço da chávena de café ("bica" para os lisboetas") era tabelado em Conselho de Ministros!
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