Há pouco mais de três meses, tive oportunidade de comentar o que me parecia ser um erro estratégico de José Sócrates. O desfecho das eleições presidenciais confirma em absoluto o quadro então traçado.
O Primeiro-ministro José Sócrates enfiou-se num buraco muito estreito de que não é fácil sair. Perdeu o centro para Cavaco e perdeu a esquerda para Alegre.
O PCP e o BE já prometeram aumentar a conflitualidade social, em especial o primeiro que sente-se reforçado com os resultados de Jerónimo.
Obrigado a governar ao centro e a concretizar as reformas de que o país necessita - para isso conta com a cooperação estratégica do futuro Presidente - não poderá assim abrir qualquer flanco à sua esquerda. Ou seja, vai ter que encontrar uma solução para enquadrar a contestação potencial da esquerda socialista.
A manta de Sócrates encurtou muito em menos de um ano: nem tapa os pés nem a cabeça. Tem agora três anos e meio para a fazer crescer, correndo o risco de até lá enregelar.
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